Câmara presta homenagem a violonista de chorinho

O vereador Arnaldo Godoy (PT) concedeu o título de Cidadania Honorária a Mozart Secundino de Oliveira, 87 anos, violonista de chorinho – um dos mais antigos “chorões” de Belo Horizonte – em reunião realizada no Plenário Amynthas de Barros, no dia 19 de abril. O evento contou com várias performances musicais em homenagem ao músico.

Arnaldo Godoy frisou que sempre procurou homenagear pessoas simples do cotidiano belo-horizontino, lembrando que Mozart não é famoso, não compõe, não tem disco próprio, nem site. O parlamentar comentou que o chorinho em BH tem retomado o seu valor com mais vigor, nos últimos, e que Mozart Secundino é um dos principais responsáveis por isso, o que se deve ao fato de que o homenageado agrega pessoas da velha guarda e da nova geração, representantes de diversos segmentos musicais, em especial do chorinho, funcionando com uma ponte de informações culturais. “Ele representa a chama de nosso choro: uma ponte entre a velha e a nova geração”, disse.

O presidente do conselho deliberativo do Clube do Choro de Belo Horizonte, o radialista Acir Antão, ressaltou que Mozart “é sempre o violão querido por todos”, sempre bem-vindo nos bares e eventos festivos, pois conhece todas as músicas e presenciou vários sucessos, em especial da música popular brasileira. Acir Antão ainda relembrou de como conheceu o músico e dos momentos que viveram juntos.

O filho de Mozart, Mozart Secundino de Oliveira Júnior, agradeceu a todos os presentes, em especial ao vereador Arnaldo Godoy, pela homenagem. Em seguida, contou a trajetória de vida de seu pai.

Mozart nasceu em Bandeirinha, distrito de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Chegou à capital mineira aos 11 anos com os três irmãos e o pai, que nunca teve profissão definida, e conseguiu emprego na construção do Bairro Renascença.

Pai de dois filhos, Mozart trabalhava vendendo doces, mas, como a música nunca deixou de estar presente em sua vida, contava com auxílio adicional dos cachês que recebia tocando na noite belo-horizontina para sustentar a família.

Ele estudou apenas três meses de violão e teve apenas um único professor. Em 1964, conheceu Waldomiro Constant, que era diretor do regional da Rádio Guarani. Apresentou-se em casas como Gamela, Adega do Bocage, Convés, Pau & Pedra, Pedacinhos do Céu e Beco do Choro. Atualmente, Mozart toca nos bares A Casa (aos domingos), Bolão (quintas-feiras) e Dalva (ocasionalmente). Ele nunca gravou um disco – nem ao menos cogitou fazê-lo.

Compareceram à homenagem, ainda, o secretário Municipal de Políticas Sociais, Jorge Nahas; Rafael de Moura Guimarães; Edir Nascimento de Oliveira; o diretor de Comunicação do Clube do Choro de Belo Horizonte, Hamilton Gangana, representante do presidente do Clube, Jonas Cruz; Célia de Oliveira Pedro, representante dos sobrinhos do homenageado; o músico Waldir Silva; Antônio Carlos Zocratto e sua esposa, Abenilde Araujo Zocratto; Adelaide Machado; Vitor Sant’Ana; a esposa do filho do homenageado, Márcia Moretzsohn de Oliveira; e a filha de Mozart, Alana Márcia de Oliveira..