Solenidade celebra união entre Belo Horizonte e Lagos, cidade nigeriana

A intenção de resgatar laços históricos e fortalecer o relacionamento comercial entre o Brasil e a Nigéria foi selada hoje (15/6) em reunião solene na Câmara Municipal. O chefe do Poder Legislativo da capital, vereador Léo Burguês de Castro (PSDB), recebeu autoridades nigerianas para celebrar a declaração da cidade de Lagos como irmã de Belo Horizonte, conforme projeto de lei aprovado pelos vereadores.

O presidente da Casa, autor do Projeto de Lei 1529/2011, falou sobre as semelhanças entre as cidades. “Brasil e Nigéria têm as duas maiores populações negras do mundo e BH e Lagos são grandes metrópoles que vivem processos de conurbação semelhantes. Além disso, as cidades, agora irmãs, têm cultura rica e diversa, sem falar na religiosidade comum. Por todos esses motivos queremos intensificar nosso diálogo para uma relação mais viva e dinâmica”, declarou Léo Burguês de Castro.

As características geográficas e climáticas, os recursos naturais e as atividades econômicas, como agricultura e mineração, que aproximam as cidades, foram lembradas pelo delegado estadual de Lagos, Alhaji Alani Obafemi. Já o presidente do Centro de Negócios Brasil-Nigéria, Olúségun Michael Akinruli, reconheceu que Belo Horizonte e Lagos também enfrentam desafios comuns, como o combate à pobreza e a busca pelo desenvolvimento econômico. “Por isso, ambas as cidades vão se beneficiar do intercâmbio cultural, social, comercial e tecnológico que virá”.

As oportunidades de negócios entre Nigéria e Brasil foram tema de um encontro realizado ontem (14/6) na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) pelo Centro Internacional de Negócios (CIN). Empresários dos dois países, dos segmentos de construção civil, alimentos, móveis, seguros, finanças, agricultura, petróleo e gás participaram de rodadas de negócios que podem render importantes parcerias no futuro.

A Nigéria é o país mais populoso do continente africano e sua economia é baseada na indústria do petróleo. O país também produz amendoim, óleo de palma, cacau, citrinos, milho, sorgo, mandioca, inhame e cana-de-açúcar. Reformas econômicas e políticas o colocaram em um novo patamar no mercado internacional. Maior cidade da Nigéria, com quase 10 milhões de habitantes, Lagos é o principal centro financeiro, econômico e mercantil do país.

Embaixador do Brasil na Nigéria por cinco anos, Geraldo Affonso Muzzi resgatou acontecimentos históricos que uniram os dois povos, como a migração forçada de nigerianos no período da escravidão. Contudo, o embaixador destacou um capítulo mais feliz da relação entre os países: “o laço entre eles também está no gosto por futebol e carnaval. As duas nações são alegres e gostam de cantar e dançar”.

E a alegria lembrada pelo embaixador acabou se manifestando durante a solenidade. Vestidos com roupas típicas, integrantes do coral Vozes da África, de Belo Horizonte, cantaram e dançaram músicas tradicionais da cultura nigeriana. “A música tem esse poder de despertar um sentimento de pertencimento e de fraternidade entre as duas nações”, reconheceu o secretário municipal adjunto de Relações Internacionais, Rodrigo Perpétuo.

Os vereadores Carlúcio Gonçalves (PR), Leonardo Mattos (PV) e Paulinho Motorista (PSL) acompanharam a reunião, que contou com a presença de outras autoridades nigerianas: o ministro-chefe da Chancelaria na Embaixada da Nigéria no Brasil, Olushola Iginla; o secretário de Comércio e Indústria do Estado de Ekiti, Otunba Ohireime Adedayo; o prefeito de Lagos Comrade Monsuru Asamu Olabode Ola; o conselheiro especial de Infraestrutura e Obras, Hon. Tunde Braimoh; o conselheiro especial de Transporte, Shehu Quadri; o conselheiro de Micro-Finanças, Otunba Adelaja Olatokun; e o porta-voz do governador de Lagos, Tunji Oke.

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