Comissão discute problemas dos centros de saúde da capital
Com o objetivo de levantar e debater os problemas enfrentados pelos usuários dos postos de saúde do município, a Comissão de Saúde e Saneamento da CMBH promoveu audiência pública nesta quarta-feira (25/05). Dezenas de representantes comunitários de diferentes regiões da cidade expuseram a vereadores e gestores da rede municipal de Saúde os problemas enfrentados e apresentaram sugestões. Uma nova audiência, em data a ser definida, dará continuidade ao debate.
Segundo o presidente da Comissão, vereador Reinaldo Preto Sacolão (PMDB), as queixas e denúncias da população são diárias, o que o levou a solicitar a audiência. “Nossa função como vereadores é ir às ruas ver como as coisas estão funcionando, ouvir a população e encaminhar suas demandas”, afirmou. “Todos sabemos o que ocorre nos postos de saúde da cidade, e chegamos a um ponto que a sociedade não aguenta mais. Precisamos de ações concretas”.
“O caos da saúde é em todo o país”, destacou Edinho Ribeiro (PTdoB), apontando a falta de profissionais que leva à sobrecarga de trabalho e perda da qualidade no atendimento. “O mínimo que o governo deve garantir é a presença de médicos nos postos. O último concurso público na área foi em 2006”, reclamou.
Márcio Almeida (PRP) lembrou a escassez de profissionais no mercado dispostos a trabalhar com os salários e condições oferecidos na rede pública. “Temos que cobrar, mas precisamos entender as dificuldades da Prefeitura e parabenizar os funcionários, que trabalham por amor”. O vereador apontou ainda o problema do aumento da demanda. “O poder público deve dar ajudar as pessoas a voltar e lhes dar condições de vida em sua terra natal, evitando a migração para as grandes cidades”, sugeriu.
A exemplo dos colegas, Toninho Pinheiro da Vila Pinho (PTdoB) reconheceu o empenho e as dificuldades da Prefeitura no enfrentamento do problema. “Estamos aqui não só para reclamar e cobrar, mas também para contribuir”, afirmou. O vereador pediu “mais carinho” com as comunidades mais carentes. “Os Centros de Saúde dos bairros melhores estão muito mais completos”, advertiu.
Demandas gerais e locais
Na audiência, dezenas de membros de Comissões Locais e Conselhos Distritais de Saúde e outros representantes comunitários de diferentes bairros e regionais tiveram a oportunidade de se manifestar e sugerir medidas para melhorar o atendimento. Os problemas mais relatados foram a falta de profissionais e de medicamentos, deficiências de infraestrutura, demora/descaso no atendimento e dificuldade de marcar consultas especializadas.
Além da melhoria dos salários e condições de trabalho, que afugentam muitos profissionais, alguns dos presentes sugeriram a obrigatoriedade de que os médicos formados em universidades públicas prestem serviço na rede pública por no mínimo dois anos.
O secretário municipal adjunto de Saúde, Fabiano Pimenta, que representou o secretário Marcelo Teixeira, afirmou que ainda em 2011 será lançado concurso público para contratação de profissionais de saúde, mas ressaltou a falta de interessados . “Temos autorização para contratação imediata de profissionais, mas não estamos conseguindo”, relatou.
Pimenta defendeu os avanços e conquistas do setor em BH, o “compromisso integral” da Prefeitura com a valorização dos profissionais e a qualidade dos serviços para os usuários, e elogiou a política municipal baseada na prevenção de doenças, com investimento em programas como as Academias da Cidade e os Núcleos de Apoio à Saúde da Família, que incluem profissionais como psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas.
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Nova audiência
O presidente precisou restringir o tempo de fala dos inscritos, que foram muitos. Os gerentes dos nove distritos sanitários regionais da cidade, que ouviram as queixas e reivindicações, não tiveram tempo de se pronunciar, o que levou o presidente da Comissão a decidir pela realização de outra audiência para dar continuidade à discussão. “A questão é muito ampla e complexa”, apontou. Nosso objetivo é não só colocar o tema em evidência, mas alcançar encaminhamentos concretos para os problemas apresentados”, garantiu.
Também compareceram representantes do Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sind-bel) e Hilton Rodrigues, membro do Conselho Municipal de Saúde.
Superintendência de Comunicação Institucional