Preservação de imóveis tombados no Santo Antônio foi tema de audiência
Abandonado, espaço foi invadido por moradores de rua e usuários de drogas

As más condições de preservação de imóveis tombados do Bairro Santo Antônio foram tema de audiência pública realizada na última terça (10/12), pela Câmara Municipal de Belo Horizonte. Casarões situados na Rua Congonhas, reconhecidos pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Município, estão abandonados e sofrendo um processo de paulatina depredação. Moradores e comerciantes incomodados com o problema discutiram o assunto em reunião promovida pela Comissão de Administração Púbica, por requerimento do vereador Professor Wendel (PSB).
O péssimo estado de conservação dos imóveis tombados contrariam as determinações expressas em lei e tem gerado insatisfação entre a comunidade, que defende a preservação do patrimônio local. Outro problema está ligado à ocupação do espaço por moradores de rua e usuários de drogas.
Schubert Claret, administrador e morador do bairro, lamentou o descaso com os imóveis e denunciou o aumento da criminalidade e da sensação de insegurança entre os moradores. Ele relatou ainda que o abandono, as recorrentes invasões, o acúmulo de lixo e o persistente mau-cheiro tem afastado a clientela de estabelecimentos comerciais da área, prejudicado os negócios em uma parte da cidade que já foi conhecida pela vitalidade de sua vida noturna.
Requerente da audiência, o vereador Professor Wendell criticou a situação dos imóveis e se dispôs a acompanhar, por meio da Comissão, os trabalhos da Secretaria Adjunta de Regulação Urbana e da Fundação Municipal de Cultura no sentido de resolver o problema.
Venda dos imóveis
Os casarões tombados pertencem a pessoas físicas, que já foram notificadas e multadas pela Prefeitura. De acordo com a legislação vigente, é dever do proprietário zelar pela salubridade, segurança e pela preservação dos bens. Apesar das sanções, até agora nada foi feito para corrigir o problema.
A Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura aprovou projeto apresentado por uma empreiteira que pretende construir uma torre residencial em parte do terreno, preservando e revitalizando, em contrapartida, os imóveis tombados. A concretização do negócio, no entanto, depende da efetivação da compra dos casarões por parte da empresa, processo que encontra obstáculos em disputas jurídicas que impedem a venda. Mesmo dispostos a vender os imóveis, os atuais proprietários estão impedidos por liminares, obtidas por inquilinos que ocupam as casas que ainda não foram abandonadas e que não se mostram dispostos a deixar os imóveis. De acordo com a Arnaldo Godoy (PT) a lentidão na emissão de alvarás também estaria atrasando a venda.
Para dar prosseguimento à busca de soluções para o problema vivido no bairro, o vereador Professor Wendel afirmou que discutirá o tema em reunião com a secretária adjunta de Regulação Urbana, Branca Macahubas.
Além de Wendel e Godoy estiveram presentes na reunião representantes da comunidade, da Fundação Municipal de Cultura e da Secretaria de Administração Regional Municipal Centro-Sul.
Assista aqui à reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional