Vereadores pedem preservação de área verde ameaçada
Mata pode dar lugar a empreendimento imobiliário com cerca de 700 apartamentos

Vereadores debatem com a comunidade medidas para preservar a Mata do Planalto
Ambientalistas, pesquisadores e comunidades do entorno da Mata do Planalto, na região norte da Capital, continuam em luta pela preservação da área. Eles tentam impedir que parte da mata dê lugar a um empreendimento imobiliário de grande porte, com mais de 700 apartamentos. Nesta quinta-feira (14/4), somando esforços ao movimento, vereadores da Câmara de BH foram ao local, onde realizaram uma visita técnica, por requerimento dos vereadores Leonardo Mattos (PV) e Juliano Lopes (PTC). Os parlamentares participantes defenderam que o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) não conceda licença para a obra.
A Mata do Planalto, situada em bairro do mesmo nome, é um dos últimos espaços de mata atlântica remanescentes na capital, constituindo-se como uma ilha verde em meio a uma região amplamente pavimentada e adensada. O espaço é abrigo para diferentes espécimes da fauna e da flora, além de conter nascentes e um córrego que abastece o Rio das Velhas, uma das fontes de captação de recursos hídricos que atende à população de Belo Horizonte.
Engajado na causa e requerente de audiências públicas anteriores sobre a questão, Leonardo Mattos destacou que, além do prejuízo para a fauna e para a flora, o eventual desmatamento de parte do terreno pode ocasionar sérios transtornos para os moradores da região, que no dia a dia já convivem com o trânsito pesado. “Esse empreendimento pode trazer até 4 mil novos moradores para área, o que impacta no tráfego de veículos e pode sobrecarregar a infraestrutura de serviços básicos, criando uma demanda maior do que a região consegue suportar”, alertou. Ainda de acordo com o parlamentar, é necessário que a população e o Poder Público passem a enxergar o meio ambiente por uma nova ótica: “precisamos estimular os empreendedores a atuar em áreas já degradadas, de modo a revitalizá-las, permitindo, ao mesmo tempo, a preservação das áreas verdes da cidade”, avaliou.
Na mesma perspectiva, o vereador Heleno (PSDB), defende que, além do valor ambiental, a Mata do Planalto também possui enorme importância simbólica, já que é um dos últimos enclaves florestados da área urbana: “estamos engajados em uma luta para manter de pé as áreas verdes remanescentes da cidade. Temos a esperança de que a mata continue viva”, afirmou o parlamentar.
Conselho Municipal de Meio Ambiente
Membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Juliano Lopes explicou que o colegiado atualmente discute o licenciamento da obra. Segundo o vereador, como na última reunião a votação acabou empatada, o Conselho vai votar o assunto novamente no próximo dia 27 de abril. Favorável à preservação do espaço, Lopes trabalha para sensibilizar os demais conselheiros a repeito de sua importância: “nós propusemos a realização dessa visita técnica, inclusive, para que eles conheçam de perto o local e vejam a riqueza da Mata, sua relevância para a comunidade e para Belo Horizonte”, destacou o parlamentar. No entanto, apesar do convite, nenhum conselheiro compareceu à visita técnica.
Ações Judiciais
Magali Trindade, uma das lideranças do movimento Salve a Mata do Planalto, afirmou que, independente do resultado da votação no Comam, a mobilização vai continuar. Segundo ela, tramitam na Justiça uma ação popular e duas ações civis públicas em defesa da Mata; além disso, uma liminar atualmente em vigor impede a realização de obras no local.
Já o vereador Silvinho Rezende (PSB) explicou que a Câmara Municipal está acompanhando todo o processo e que aguarda a decisão do Comam. O parlamentar, contudo, defende que, caso a obra seja licenciada, o Ministério Público Federal deve ser acionado, como forma de estimular a prevalência da proposta de preservação da área verde.
Superintendência de Comunicação Institucional