Destinação do antigo prédio do Imaco é discutida na CMBH
A demolição do antigo prédio do Colégio Imaco para dar lugar a um espaço cultural multiuso foi tema de audiência na Comissão de Administração Pública nesta segunda-feira, 16 de maio.
A demolição do antigo prédio do Colégio Imaco para dar lugar a um espaço cultural multiuso foi tema de audiência na Comissão de Administração Pública nesta segunda-feira, 16 de maio. Na reunião, requerida pelo vereador Leonardo Mattos (PV), o representante da Prefeitura expôs o projeto arquitetônico e os objetivos do novo espaço e um ex-diretor e professor do Imaco sugeriu a preservação do espaço como centro de memória da educação municipal.
Leonardo Mattos abriu a audiência declarando que seu objetivo foi o de conhecer a proposta da Prefeitura para substituição do prédio localizado no interior do Parque Municipal Américo Renê Giannetti, onde desde 1954 funcionou a escola municipal, transferida em 2006. Destacando a importância histórica do Imaco, o vereador exibiu fotos atuais do prédio em que se verifica a presença de itens do acervo da instituição, como documentos, livros e instrumentos musicais.
O presidente da Fundação de Parques Municipais, Luís Gustavo Fortini, expôs aos presentes o projeto do arquiteto mineiro Gustavo Penna para o espaço multiuso a ser construído no local, “já aprovado nos conselhos de Patrimônio Histórico e Meio Ambiente“. O prédio terá palco com área coberta para até 3 mil pessoas, auditório para oficinas e palestras de educação ambiental, além de um café.
De acordo com Fortini, a obra, orçada em R$ 12 milhões, será custeada por recursos municipais (R$ 2 milhões) e do Ministério do Turismo (R$ 10 milhões) e a licitação deverá ser aberta em junho próximo. Segundo ele, o projeto prevê total acessibilidade e integração ao ambiente do parque, com áreas vazadas e varanda com vista panorâmica, permitindo estender os eventos às áreas externas. “O prédio não será uma barreira nem uma ilha no meio do parque, como é hoje”, argumentou.
A diretora de Patrimônio Cultural da Fundação de Cultura, Michele Arroyo, informou que a questão foi amplamente discutida no Conselho e que o prédio do Imaco não possui valor arquitetônico que justifique sua preservação, já tendo sofrido diversas reformas e ampliações descaracterizadoras durante sua história.
Além disso, segundo ela, a presença da escola no interior do parque nunca significou integração ou benefício para nenhuma das duas instituições, devido às inadequações do prédio e aos horários de funcionamento diferentes. “O Imaco é uma referência na educação da cidade, mas sua história continua existindo fora do Parque. O novo projeto preserva o uso educacional, mas será utilizado por todas as escolas da cidade, além de ampliar o acesso do público à cultura”, defendeu.
Para Arroyo, além de “democratizar o espaço”, o projeto resolverá problemas recorrentes como sanitários e alimentação, oferecerá área de permanência e convivência, além de concentrar todos os eventos culturais ajudando na “organização e preservação” do Parque Municipal.
Memória da educação
O ex-diretor e ex-professor do Imaco, hoje lotado na Fundação Mineira de Cultura, Leonardo Pires de Moraes, compareceu à audiência com a finalidade de apresentar uma sugestão para a destinação do antigo colégio. Para o professor, que discorreu sobre o valor histórico da instituição, o prédio original deveria ser restaurado para abrigar um centro de memória da educação municipal, sem prejuízo dos demais objetivos.
Os presentes consideraram a ideia interessante e viável, mas não naquele local. “O projeto original já se perdeu, depois de tantas reformas e ampliações”, garantiu Arroyo. Para ela, o novo espaço poderia manter articulação e atuar na divulgação do Centro de Memória, disponibilizando um acervo virtual, por exemplo. “é possível pensar um projeto nesse sentido, envolvendo as secretarias de Cultura e Educação”, sugeriu. Já Gustavo Fortini afirmou que seria complicado conciliar os projetos, uma vez que o atual já está em fase de licitação”.
Assista ao vídeo da reunião
Leonardo Mattos concordou que “o prédio do Imaco não tem condições de continuar onde e como está atualmente”, mas que a proposta do professor pode ser interessante para garantir a preservação do patrimônio imaterial do Imaco e de outras instituições de ensino. Em março de 2010, em indicação enviada ao Prefeito, o vereador já havia sugerido a implantação de um Museu Municipal da Educação.
Mattos elogiou o projeto do Espaço Multiuso que será construído no lugar do prédio do Imaco, uma proposta “baseada nas mais nobres intenções”, e afirmou “abonar toda iniciativa que preveja mais de uma função e mais de uma perspectiva, com melhor aproveitamento dos espaços”. O parlamentar manifestou o desejo de maior aproximação entre a Câmara Municipal e o Conselho de Patrimônio, solicitando ainda que o Executivo se mantenha aberto às demandas e sugestões desta Casa e da população.
O vice-presidente da Comissão, vereador Hugo Thomé (PTC), sugeriu que seja incluída no projeto de revitalização do Parque Municipal a instalação de quiosques na pista de caminhada. Também compareceu à audiência o presidente da Comissão, vereador João Oscar (PRP).
Superintendência de Comunicação Institucional