Comissão discute falta de segurança no terminal
A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário da Câmara Municipal realizou audiência pública, na tarde desta terça-feira (3), para tratar das condições de segurança na Estação São Gabriel. Diante dos fatos apresentados, o presidente da comissão decidiu encaminhar pedido de providências à Polícia Militar e o vereador João Oscar (PRP), que solicitou a reunião, considerou a possibilidade de realizar novo encontro com a presença da corporação.
Informações e estatísticas apresentadas pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), BHTrans e Guarda Municipal mostram que a grande maioria dos casos de assaltos e agressões ocorre no entorno da Estação. Para o presidente da Comissão, vereador Wagner Messias ‘Preto’ (DEM), “parece que a situação está controlada na área interna e que a criminalidade está ocorrendo do lado de fora, sendo necessária maior vigilância e ação da PM naquela área”.
O vereador João Oscar lembrou que uma jovem foi baleada dentro do terminal de ônibus e garantiu que passageiros e trabalhadores das linhas de ônibus que operam no local denunciam a ocorrência diária de assaltos, brigas e agressões. “O fato é que pessoas estão sendo vítimas, mesmo que as ocorrências não estejam sendo registradas”, afirmou. O vereador comprometeu-se a continuar acompanhando a situação e disse que poderá realizar nova audiência, com a presença de usuários e da Polícia Militar.
Casos isolados
O secretário da Regional Nordeste, Cláudio Vilela, afirmou que são realizadas ações sistemáticas de fiscalização na região, mas complementou que a segurança pública não cabe à Secretaria. “Nossa fiscalização está mais relacionada ao Código de Posturas, como ocupações e ambulantes irregulares”, informou.
João Carvalho, representante da BHTrans, também disse que segurança não é função do órgão, que gerencia o terminal juntamente com a CBTU. Encarregados de “garantir transporte de qualidade para a população”, os fiscais verificam “as condições dos veículos, sua correta identificação e o cumprimento de horários, cobrindo a área do terminal e as vias coletoras”.
Já o técnico em segurança da CBTU, Eduardo Coimbra, garante que a Companhia mantém um efetivo de 59 agentes próprios e 187 terceirizados que fazem a segurança operacional e patrimonial nas bilheterias, nas plataformas e no interior dos trens. “Em 21 anos de operação, tivemos apenas 15 assaltos em todas as estações de Belo Horizonte, e nenhuma ocorrência dentro dos trens, número bem inferior ao de outras capitais”, garantiu.
Coimbra esclareceu que a CBTU registra todas as ocorrências, que, quando são de natureza policial, são encaminhadas à delegacia. Segundo ele, queixas de roubos, agressões ou danos ao patrimônio são “casos isolados”, que afirmou a disposição da Companhia em contribuir no que for possível em um esforço conjunto para combater a insegurança nos terminais.
O termo “casos isolados” também foi usado por José Diniz Couto, gerente de Execução Operacional da Guarda Municipal. Ele ressaltou, no entanto, que muitas vítimas podem não denunciar ou registrar ocorrências, mascarando as estatísticas.
De acordo com Couto, a Guarda Municipal está presente apenas no interior do terminal, com efetivo de uma dupla entre 6h30 às 23h, reforçado por mais uma dupla entre 11 e 18h30. “Não é o ideal, diante do movimento no local (cerca de 13 mil pessoas /dia), mas o número de agentes da corporação ainda é reduzido. “Nas datas em que a Estação funciona como Rodoviária, temos que desviar homens de parques e escolas para aumentar o efetivo no terminal”, relatou.
Assista ao vídeo da reunião
Papel da PM
Todos os presentes lamentaram a ausência da Polícia Militar na reunião, já que o terminal está localizado em área de risco e as ocorrências mais graves são registradas na área externa. “Sabe-se que a região é dominada por conflitos entre gangues”, afirmou Coimbra, da CBTU. Segundo ele, assaltos e tiroteios são frequentes na região. “Uma ação mais forte da PM na região intimidaria os marginais, refletindo de modo direto na segurança dos usuários”, acredita o secretário Cláudio Vilela.
“Nossa proposta não é encontrar culpados, mas ver onde está a dificuldade e contribuir para que o Executivo encontre a melhor solução e amplie a segurança dos munícipes”, afirmou o vereador João Oscar. O vereador Preto propôs enviar cópia da ata da reunião e solicitar ao governo do Estado e ao Comando de Policiamento da Capital (CPC) uma atenção maior às áreas externa e interna da Estação.
Também esteve presente à audiência o vereador Carlúcio Gonçalves (PR), membro da Comissão.
Superintendência de Comunicação Institucional