Programa "TV ao Vivo" da SIPAT tira dúvidas sobre Aids
Em um clima descontraído, simulando um programa de TV, com vinhetas musicais, intervalos comerciais e interferências da “produção”, a apresentação durante a SIPAT divertiu os presentes, mas tratou de um assunto muito sério: a Aids. Uma especialista da Secretaria Municipal de Saúde deu informações e respondeu perguntas dos “telespectadores”, e no final foram distribuídos preservativos para a plateia.
Dividido em três blocos, com fundo musical executado pela servidora Maria Inês Kubitscheck, da Escola do Legislativo, o programa foi conduzido pelo chefe da Seção Médica da CMBH, Luiz Antônio Camargo de Mello, que representou um apresentador de televisão, simulando falar com a produção e ao telefone com telespectadores. Como apresentador do programa, Luiz Antônio destacou números e dados do Ministério da Saúde sobre a Aids, os quais apontam a ocorrência de 30 a 35 mil notificações a cada ano no país.
Em seguida, no quadro “Palavra de Especialista”, o apresentador chamou a assistente social Míriam Pacheco, referência em DST/AIDS/Hepatites Virais da Secretaria Municipal da Saúde, que atua em programas de prevenção e esclarecimento da população sobre a Aids e outras doenças, como a Hepatite B e C. A entrevistada passou diversas informações e respondeu perguntas do público sobre formas de contaminação, fatores de risco e ações desenvolvidas pelo órgão por meio do “Programa BH de Mãos Dadas Contra a Aids”.
Todos vulneráveis
Míriam relatou a resistência de algumas escolas a receberem a formação sobre afetividade/sexualidade que o Programa leva até as instituições, especialmente, com relação à distribuição de preservativos aos alunos. Segundo Míriam, uma das políticas criadas pelo programa é justamente o aumento da disponibilidade de preservativos, para que cada vez mais pessoas tenham acesso fácil, gratuito, sem burocracias ou constrangimentos.
“Nos postos de saúde, as camisinhas ficavam na farmácia, e as pessoas tinham de ficar na fila para solicitá-las”, informou. Pela nova política instiuída pelo programa, os preservativos devem ser oferecidos em dispensadores, presentes em todos os espaços das unidades de saúde, da recepção aos corredores. “O usuário poderá pegar quando quiser e quantas quiser, sem limite de número”, garantiu.
Para Míriam, um dos principais objetivos do Programa é desconstruir mitos e informações errôneas que ainda existem sobre a Aids e o uso do preservativo. “Hoje já não se fala mais de ‘peste gay’, nem mesmo em ‘grupos de risco’. O conceito que trabalhamos hoje é o de ‘comportamento de risco’, o que nos torna todos vulneráveis, pois qualquer pessoa está sujeita a um momento de fragilidade ou um descuido”, esclareceu.
Quanto ao preservativo, o Programa busca educar jovens e idosos para seu uso de forma natural e até mesmo erotizada, buscando romper preconceitos e mitos como a perda de prazer que o acessório provocaria. Segundo a especialista, a contaminação cresce mais hoje entre idosos e adolescentes, especialmente do sexo feminino, o que se deve em grande parte ao constrangimento para negociar o uso, no caso das meninas, e à dificuldade de adquirir o hábito, entre a população que nunca usou.
Preservativos e brindes
No final do programa, foram distribuídos muitos preservativos e outros brindes para os presentes, como toalhinhas, garrafinhas e canetas. Míriam Pacheco forneceu o número de telefone da Coordenadoria Municipal de DST/Aids (3227-7798) e convidou a todos para participar do evento que será realizado na Praça da Estação no dia 28 de novembro, Dia Mundial de Combate à Aids.
A assistente social sugeriu ainda a possibilidade da Câmara Municipal tornar-se mais um centro de disponibilização de preservativos, por meio da Seção Médica, tanto para os servidores quanto para a população que circula em suas dependências.
Responsável pela Informação: Superintendência de Comunicação Institucional.