ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Comissão debate criação de novo centro administrativo da PBH

Segundo Executivo, o projeto para a obra ainda não existe

sexta-feira, 4 Outubro, 2013 - 00:00
Segundo o Executivo, o projeto para a realização da obra ainda não existe

Segundo o Executivo, o projeto para a realização da obra ainda não existe

A criação do novo centro administrativo da Prefeitura foi tema de audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (4/10). Requerida pelo vereador Wellington Magalhães (PTN), a reunião foi promovida pela Comissão de Administração Pública. Moradores e lideranças locais divergiram sobre o possível impacto da obra, enquanto a PBH se afirmou interessada em aprofundar o diálogo com a população acerca do tema. Nova audiência sobre o assunto está marcada para hoje, às 19h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, na Lagoinha.

De acordo com Pier Senesi, Secretário Adjunto de Gestão Compartilhada, a realização da obra faz parte de um esforço de revitalização da Lagoinha e de seu entorno. O centro administrativo seria um catalizador de mudanças, que contribuiria para requalificar o local e combater a degradação que afeta a área, marcada por problemas associados ao avanço da criminalidade e a deficiências urbanísticas.

Controvérsias

A possibilidade de desapropriação de imóveis tem causado apreensão entre moradores e comerciantes da região. Há relatos, inclusive, de pessoas que estariam enfrentando problemas emocionais e de saúde em função do receio de terem que deixar seus imóveis.

Para o vice-lider do governo na Câmara, vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV), a polêmica criada em torno do tema é injustificada. Segundo ele, a Prefeitura nem teria um projeto definitivo para a ocupação do espaço. Não foi escolhido ainda o local exato em que se espera realizar a obra, nem a extensão da intervenção. Além disso, o concurso público que vai selecionar a proposta de intervenção arquitetônica e urbanística a ser implantada no local ainda não foi realizado.

Para Tavares, a criação do novo centro administrativo na Lagoinha seria favorecida pelas próprias característica do local. O bairro está situado na área central de Belo Horizonte, no entroncamento de importantes vias da capital. Além disso, é servido por grande variedade das linhas de ônibus. Outro benefício citado pelo parlamentar é de natureza econômica: a construção do novo centro administrativo pode conduzir a uma economia de quase R$ 40 milhões anuais aos cofres públicos.

Críticas

Entre aqueles que criticam a obra, estão o deputado estadual Fred Costa (PEN) e alguns dos moradores da região. Eles concordam que a revitalização do bairro seria uma conquista para toda a população. No entanto, criticam a eventual implantação do centro por considerar que as desapropriações podem causar danos aos moradores que habitam há décadas a região. Além disso, entendem que a intervenção pode prejudicar o já complicado trânsito da região, em função do presumível aumento do fluxo de pessoas. Outro problema apontado por Costa diz respeito aos elevados custos envolvidos na obra, que segundo ele, chegariam em um momento em que Prefeitura enfrenta problemas financeiros.

Cautela

Esse posicionamento não foi unanimidade entre os moradores presentes na audiência. Para Selma Cândida, líder comunitária do Bairro Bonfim, é necessário ter cautela na condução do debate sobre o tema. Segundo ela, ainda não é possível prever quais serão os reais impactos da eventual obra na vida dos moradores. Defensora da requalificação do bairro, ela afirma que só poderá formar um juízo adequado a respeito da proposta da Prefeitura quando vier à tona um projeto concreto de intervenção na região.

Já o vereador Wellington Magalhães pediu mais serenidade no debate e defendeu que a discussão sobre o tema não deve ser usada como palanque político. Segundo ele, a Prefeitura age de forma transparente e se mostra aberta ao debate. O parlamentar acrescentou ainda que a decisão sobre a implantação do centro administrativo deve atender aos interesses da maioria da população e dos moradores locais, e não apenas aos interesses de uma ou outra liderança.

Na mesma perspectiva, Pier Senese lembrou que a Prefeitura deseja dialogar com o belo-horizontino. Para tanto, trabalha com a proposta de criação de comissões de moradores que debaterão a proposta com equipes do Executivo, antes que as obras seja executadas.     

Estiveram presentes na reunião, dentre outros, representantes do Executivo, de moradores e de lideranças da região, além dos vereadores Professor Wendel (PSB), Sérgio Pinho Fernando Tavares, Wellington Magalhães, Wellington Bessa “Sapão”(PSB), Leonardo Mattos (PV), Juliano Lopes (PSDC) e Delgado Edson Moreira (PTN).

Novo debate

O tema será objeto de nova audiência pública, a ser realizada às 19h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, na Lagoinha.  Requerido pelos vereadores Pedro Patrus (PT), Arnaldo Godoy (PT) e Adriano Ventura (PT), a reunião será promovida pelas Comissões de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor e de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo.

Assista aqui à reunião na íntegra. 

Superintendência de Comunicação Institucional