CMBH lança frente parlamentar contra a erotização infantil

Preocupados com a sexualização cada vez mais precoce de crianças e adolescentes, vereadores de BH instituíram a Frente Parlamentar Contra a Erotização Infantil. Lançada nesta quarta-feira (27/6), com a realização de um seminário, a iniciativa tem o objetivo de recolher propostas de vários setores para a elaboração de políticas públicas sobre a questão.

Na abertura do evento, realizado no Plenário Amynthas de Barros, o vereador Moamed Rachid (PDT), 2º vice-presidente da CMBH e autor da iniciativa, e os colegas Adriano Ventura (PT) e Elaine Matozinhos (PTB) destacaram a relevância da questão, a ser enfrentada conjuntamente por pais, educadores, sociedade e poder público. Segundo os integrantes da Frente Parlamentar, sua finalidade é “plantar uma semente”, para que toda a sociedade “colha os frutos” dessa mobilização.

Os parlamentares citaram exemplos observados no dia a dia e nos meios de comunicação, em que a representação distorcida da imagem de crianças e adolescentes leva à perda das características próprias da infância e à reprodução de ideias e comportamentos do universo adulto, ressaltando o excesso de exposição à TV e internet e a fragilização dos laços e valores familiares como fatores significativos.

Após as exposições dos convidados, que apontaram causas da erotização precoce e suas consequências na formação do caráter e da autoestima dos futuros adultos, além do aumento dos índices de pedofilia, prostituição infantil e outras formas de violência contra crianças e adolescentes, eles agradeceram aos presentes pela disposição em colaborar no resgate da infância, da sexualidade sadia e dos valores éticos, morais e familiares, mediante ações preventivas e de combate ao problema.

Durante o evento, vereadores e convidados saudaram a presença de alunos da Escola Estadual Henriqueta Lisboa, destacando a importância de que os próprios jovens se conscientizem sobre o problema e digam não a essas influências. 

Educação e proteção

A partir dos temas “Consumo, influências midiáticas e crimes cibernéticos”, “Legislação e Combate à Pedofilia“, “O papel da família e diretrizes de resultado” e “Ações governamentais de peso em Defesa das Crianças”, os participantes discorreram sobre fatores como o consumismo, a moda e o excesso de exposição à mídia e à publicidade voltada ao público infantil, a oferta de produtos e conteúdos inadequados e os impactos psicológicos e comportamentais sobre as crianças e adolescentes.

Além da importância de medidas educativas e conscientização das crianças, famílias e educadores, envolvendo escolas, entidades profissionais e a sociedade civil organizada, foi abordado o papel do poder público na prevenção e repressão a abusos, abandono, agressões, exploração sexual, pedofilia e pornografia infantil, contemplando inclusive a internet, hoje intensamente presente na vida dos jovens.

Os participantes destacaram o papel do Legislativo na tematização da questão e na revisão e proposição de leis que promovam a implementação de políticas públicas para a prevenção e o combate a esse e outros problemas, garantindo a proteção e o bem estar dos jovens cidadãos.

Dispostos a colaborar na instituição de uma rede de proteção por meio de parcerias e ações conjuntas, participaram do seminário Pedro Hartung,da ONG paulista Instituto Alana (Projeto Criança e Consumo); Jaqueline Castanheira, da Rede Mineira de Cidadania; a presidente da Associação Municipal de Assistência Social (AMAS), Rosalva Alves Portela; e Anna Christina, do Conselho Regional de Psicologia; a Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos, o Departamento de Proteção à Família da Polícia Civil, a Promotoria da Infância e da Juventude e a OAB, representadas por Marco Lívio, Rosilene Barroso, Tânia Darc e Stanley Gusman.

Representando as igrejas Católica, Batista e Assembleia de Deus, compareceram Luiz Gustavo Honório e Rita Carnevale, coordenadores da Pastoral da Criança em Minas Gerais e em BH; Simone Vieira, da Convenção Batista Mineira; e o pastor Sebastião da Luz Rocha Leite, da Convenção Nacional das Assembleias de Deus.

Superintendência de Comunicação Institucional