Em 21/05, Câmara reúne 214 representantes de diversos setores da sociedade para discutir crise econômica.
Com o objetivo de avaliar os impactos da crise no Município de Belo Horizonte e discutir ações efetivas a serem implementadas pelo poder público, iniciativa privada e sociedade civil, visando à sua superação, foi realizado, em 21/05, de 9:00 às 16:30 horas, no Plenário Amynthas de Barros, o seminário "Belo Horizonte e a crise econômica: impactos e superação".
Com o objetivo de avaliar os impactos da crise no Município de Belo Horizonte e discutir ações efetivas a serem implementadas pelo poder público, iniciativa privada e sociedade civil, visando à sua superação, foi realizado, em 21/05, de 9:00 às 16:30 horas, no Plenário Amynthas de Barros, o seminário "Belo Horizonte e a crise econômica: impactos e superação".
O seminário contou com a participação de Paulo de Tarso Almeida Paiva, do BDMG, José Afonso Bicalho Beltrão da Silva, da Secretaria Municipal de Finanças da PBH, Maria de Fátima Lage Guerra, do DIEESE, Roberto Alfeu Pena, da Câmara dos Dirigentes Lojistas de BH, Matheus Cotta de Carvalho, do SEBRAE-MG e Anselmo José Domingos, Secretário-Geral da Câmara Municipal de Belo Horizonte, com palestras, debates e mesa redonda. Luzia Ferreira, presidente da Câmara Municipal, abriu o encontro, fazendo um panorama geral da crise no Município e ressaltando a importância da realização desse debate.
BDMG
Em seguida, Paulo de Tarso Almeida Paiva, do BDMG, ministrou a palestra "Panorama geral da crise", que se dividiu em quatro partes. Na primeira, Paulo mostrou que a crise é global, atingindo tanto os países desenvolvidos quanto os países emergentes. Depois, ele apresentou os canais de propagação da crise, tanto para o crédito, como para as exportações. Paulo mostrou, ainda, dados que revelam o impacto da crise no Brasil, apontando que ela se concentra fortemente em bens de capital e produtos duráveis. Informou, também, como a crise repercutiu em Minas Gerais. E, na quarta parte da exposição, foi feito um relato de como o BDMG está reagindo à crise, oferecendo crédito, principalmente para as médio, micro e pequenas empresas, setores que, segundo ele, são os que mais necessitam de apoio na atual conjuntura do país.
Prefeitura de Belo Horizonte
José Afonso Bicalho, Secretário Municipal de Finanças, em sua exposição, estimou que a crise dure entre dois e quatro anos. Ele constatou que, no Brasil, ela se agrava no que diz respeito a empregos, ressaltando que ela afeta mais o emprego que o produto. No caso dos países emergentes, segundo José Afonso, eles passam por uma desaceleração do crescimento, mas não por uma queda. Quanto ao efeito da crise sobre o setor público, ele afirmou que ela atinge a arrecadação e que, por isso, o governo tem que reativar a economia. Constatando o aumento da dívida pública e o conseqüente aumento da participação tributária, José Afonso salientou que a receita pública segue o nível da atividade econômica. No caso de Minas, ele constatou que o efeito foi maior, com uma queda de 13% do ICMS. José Afonso concluiu que, este ano, dificilmente se terá um aumento de receita no país; que seremos mais conservadores do ponto de vista de investimentos; que em Belo Horizonte, especificamente, não estão ocorrendo muitas demissões; e que, a longo prazo, o Brasil poderá ser beneficiado.
DIEESE
Maria de Fátima Lage Guerra, do DIEESE, relatou que, em vários setores, vem crescendo o número de ocupações. Mas, que a evolução dessa taxa depende, também, da oferta de emprego no mercado de trabalho, que tem que ser maior, para que caia a taxa de desemprego. Sendo assim, segundo Maria de Fátima, o seminário tem por objetivo a troca de experiências entre os mais diversos setores da sociedade, como empresários e autoridades públicas, que vêm apresentar os efeitos da crise. Ela afirmou que o comércio é o setor menos afetado e que os setores atingidos foram a indústria automobilística e de material de construção. De acordo com Maria de Fátima, o mercado externo está retraído e, por isso, é preciso estimular políticas como a redução de IPI, de impostos para a importação e para a indústria automobilística. Para ela, o Brasil, hoje, passa a ser uma das grandes soluções para a crise: com a indústria aquecida, o país irá gerar mais emprego e renda. Concluindo, Maria de Fátima avaliou que o seminário mostra, portanto, a importância do vereador entender a crise e elaborar leis que atendam à demanda da população, com ações voltadas para comércio e serviços e buscando ampliação de renda.
Câmara dos Dirigentes Lojistas de BH
Roberto Alfeu, da CDL, afirmou, também, que, no Brasil, para que o comércio esteja ativado e para que haja consumo interno, é preciso que se mantenha emprego e renda. Ele ressaltou que regiões onde há indústria sofrem mais impacto, o que não é o caso de Belo Horizonte. Aqui, não há tanta indústria e sim mais prestação de serviços e comércio, constatou. Então, a taxa de desemprego vem mantendo a média, ocorrendo uma desaceleração. Roberto Alfeu considerou, por fim, que Belo Horizonte está se preparando, tendo que investir, principalmente, em indústria, construção civil e saúde.
SEBRAE-MG
E, para Matheus Cotta de Carvalho, do SEBRAE-MG, é preciso discutir com o Legislativo, o Executivo e a sociedade como a crise nos impactou. É necessária uma postura pró-ativa da sociedade, através de uma reflexão conjunta, afirmou Matheus. Segundo ele, o SEBRAE se insere nesse cenário, propondo, no seminário, ações mais horizontais, com condições mais adequadas para os empreendedores. Matheus constatou uma mudança no modelo de atuação dos empresários no país, anteriormente com foco no exterior. Considerando esse modelo esgotado, ele concluiu, enfim, que é preciso incentivar um modelo que favoreça as micro e pequenas empresas no Brasil.
Confira, na próximas reportagens, os impactos da crise para representantes dos trabalhadores, de empresários e do Conselho Regional de Administração, que participaram do seminário.
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