Vício em jogos de azar e incentivo aos eSports vão à votação final
Se aprovadas pelo Plenário, propostas vão depender apenas de sanção do Executivo para se tornarem leis
Os vereadores de Belo Horizonte devem votar em 2º turno, na próxima segunda (10/11), o Projeto de Lei 332/2025, de Pedro Rousseff (PT), que pretende criar a Política Municipal de Atenção à Saúde Mental de Pessoas com Transtornos Associados à Dependência em Jogos de Azar, com foco nas apostas feitas por meios eletrônicos. A medida depende do voto favorável da maioria (21) dos parlamentares para sua aprovação pelo Legislativo. Em pauta na mesma reunião e aguardando votação definitiva também está o PL 383/2025, que cria a Política Municipal de Fomento aos Jogos Eletrônicos e aos Esportes Eletrônicos (eSports), assinado por Trópia (Novo), Iza Lourença (Psol), Cleiton Xavier (MDB), Edmar Branco (PCdoB), Helton Junior (PSD) e Vile Santos (PL). Para ser aprovado e enviado à sanção ou veto do Executivo o texto precisará dos votos “sim” de pelo menos 28 parlamentares. Interessados podem acompanhar as votações da galeria do Plenário Amintas de Barros, a partir das 14h30, ou por meio de transmissão ao vivo no portal e no canal da CMBH no Youtube.
Dependência de apostas
O PL 332/2025 contempla atendimento especializado na Rede de Atenção Psicossocial de Belo Horizonte e ações de prevenção, tratamento e reinserção social dessas pessoas. Além disso, prevê campanhas educativas sobre os riscos associados ao vício e a capacitação de profissionais dos serviços públicos para lidar com os casos.
Na justificativa do projeto, Rousseff argumenta que o acesso contínuo, o anonimato, a rapidez de transações e a ausência de controle direto das apostas digitais potencializam o ciclo da compulsão. O vereador afirma que pesquisas mostram que o jogo online pode apresentar dependência até quatro vezes maior em relação às modalidades físicas.
Incentivo aos jogos eletrônicos
Já o PL 383/2025 reconhece os eSports como “vetor estratégico para o desenvolvimento econômico e social” e aposta na valorização da inovação e na promoção da inclusão digital.
A matéria prevê incentivos fiscais e financeiros a empresas desenvolvedoras de jogos, além de apoio a eventos, campeonatos e à criação de ecossistemas de inovação. O texto autoriza o poder público a estabelecer parcerias com instituições de ensino e pesquisa para oferta de cursos formativos na área e também fomentar a formação de polos de excelência em desenvolvimento de jogos eletrônicos.
O PL ainda propõe o desenvolvimento de programas educacionais que usem jogos eletrônicos como ferramenta pedagógica para estimular habilidades e integrar conteúdos curriculares de forma lúdica. Outro trecho do projeto trata de ações de inclusão digital que poderão ser implementadas pelo poder público, com a disponibilização de jogos eletrônicos e equipamentos compatíveis em locais como bibliotecas, centros culturais, centros de juventude e unidades de inclusão digital, com prioridade para territórios de alta vulnerabilidade social.
“A indústria de jogos eletrônicos figura entre as que mais crescem no mundo, movimentando bilhões de dólares e gerando milhões de empregos diretos e indiretos. Em Belo Horizonte, o setor possui elevado potencial para impulsionar o empreendedorismo, atrair investimentos, fomentar a economia digital e promover a inserção de jovens no mercado de trabalho por meio da tecnologia e da criatividade”, justificam os autores.
Superintendência de Comunicação Institucional


