Vereadores celebram municipalização do trecho urbano do Anel Rodoviário

A assinatura do termo de transferência que efetivou a municipalização do Anel Rodoviário Célio Mello Azevedo, que reuniu representantes do governo federal, prefeito e secretários municipais e parlamentares na manhã desta terça-feira (3/6), foi tema de pronunciamentos à tarde, no Plenário da Câmara de BH. Segundo os vereadores, a medida, reivindicada há mais de uma década pelo Legislativo e encampada pelo Executivo Municipal, possibilitará que as intervenções necessárias para proporcionar mais segurança e fluidez do tráfego da via sejam decididas e executadas “em casa”, com maior celeridade, sem necessidade de autorização de órgãos federais ou eventuais concessionários. Parlamentares parabenizaram o prefeito Álvaro Damião (União) e o presidente Lula (PT) pela oficialização do acordo. “Foi uma manhã histórica”, comemorou o líder de governo, Bruno Miranda (PDT).

Primeiro a se manifestar, o líder de governo destacou o papel do prefeito reeleito Fuad Noman, que faleceu em abril deste ano, que encampou a demanda, elogiou o ex-vice e atual prefeito Álvaro Damião, que deu seguimento às tratativas e se dispôs a assumir a responsabilidade pelo Anel Rodoviário, até hoje administrado pelo Dnit, e também a parceria do governo federal, importante para viabilizar a medida. O parlamentar ressaltou que, sob a nova gestão, a “nova avenida metropolitana” receberá investimentos da União e do Município na sinalização, construção de viadutos e outras intervenções necessárias para aprimorar a segurança e a trafegabilidade da via.

Braulio Lara (Novo) também parabenizou o prefeito pelo sucesso da articulação, que permitirá que as soluções sejam encaminhadas “em casa”. Além dos gargalos como o Pontilhão Ferroviário e o cruzamento com a Avenida Amazonas, na Regional Oeste, o presidente da Comissão de Mobilidade da Câmara mencionou as dificuldades relatadas por moradores e motoristas e a necessidade de priorizar a implantação da alça de ligação entre o Anel Rodoviário e o Bairro Buritis, já prevista, que facilitará o acesso e o fluxo do trânsito. O ex-líder comunitário anunciou a entrega, aos gestores do setor, de um estudo “bem embasado” para implantação de dispositivos para prevenir atropelamentos na região.   

Neném da Farmácia (PMN) reforçou a fala dos colegas, celebrando o empenho do prefeito e o sucesso da parceria com o governo federal. O vereador lamentou o descaso de mais de 20 anos e as muitas vidas perdidas no Bairro Nazaré, e a falta de abrigos nas paradas de ônibus que expõem os moradores ao sol e à chuva. Temendo que “o entusiasmo e a expectativa” resultem em novas decepções, ele espera que as “promessas eternas” desta vez sejam cumpridas, e com rapidez. "Vamos nos unir para atender às necessidades das pessoas. Chega de discussão, é hora de ação", afirmou.

Reconhecimento da oposição

Colega de partido e aliado do presidente da república, Pedro Patrus (PT) criticou a ausência de reconhecimento do papel do atual governo federal por parte da oposição. “Os colegas esqueceram de parabenizar o governo federal, principal responsável pelo acordo que resultou nessa conquista histórica. Vocês têm que reconhecer e aplaudir o presidente Lula”, declarou.

Oficialização

Realizada em uma área de recuo próxima ao Viaduto São Francisco, na Pampulha, onde o Anel Rodoviário passa sobre a Avenida Antônio Carlos, a cerimônia que oficializou a municipalização da via contou com a presença do prefeito Álvaro Damião e do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), que assinaram o termo de transferência; gestores federais e municipais da área; os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Macaé Evaristo, de Direitos Humanos e Cidadania; deputados estaduais e federais de Minas Gerais; prefeitos da região metropolitana de BH e vereadores.

Além do presidente, Professor Juliano Lopes (Pode), e do líder de governo na Casa, representaram a Câmara de BH os vereadores Arruda (Republicanos), Braulio Lara (Novo), Cleiton Xavier (MDB), Dr. Bruno Pedralva (PT), Edmar Branco (PCdoB), Helinho da Farmácia (PSD), Helton Júnior (PSD), Irlan Melo (Republicanos), Janaína Cardoso (União), José Ferreira (PRD), Leonardo Ângelo (Cidadania), Loíde Gonçalves (MDB), Lucas Ganem (Pode), Maninho Félix (PSD), Neném da Farmácia (PMN), Rudson Paixão (SDD), Tileléo (PP), Trópia (Novo) e Wanderley Porto (PRD).

Demanda antiga

Inaugurado em 1963, o Anel Rodoviário conecta as BRs 040, 286 e 381 e sua construção teve o objetivo de evitar que o tráfego pesado das rodovias atravessasse o perímetro urbano, sobrecarregando a malha viária. Com a expansão da cidade, o Anel passou a ser utilizado para o trânsito entre os bairros. Sem acompanhar o adensamento do fluxo, o número de faixas e a sinalização insuficientes, a ocupação das margens por moradias e as interseções com avenidas movimentadas geraram gargalos e engarrafamentos, resultando em um alto índice de atropelamentos e acidentes graves, com inúmeros mortos e feridos.

A necessidade de ações e medidas de fiscalização e segurança e a possibilidade de municipalização da via, permitindo o protagonismo do Município na solução desses problemas, vêm sendo debatidos na Câmara de BH há pelo menos uma década. Além de pronunciamentos nas comissões e no Plenário, o tema motivou visitas técnicas e audiências públicas com a participação de gestores municipais, moradores, usuários, administradores da via, viagens a Brasília, apresentação de projetos de lei e indicações ao Executivo e a criação de uma comissão especial para avaliar a situação e apontar soluções.

Os esforços do Legislativo resultaram na implantação de uma área de escape na via. A construção de equipamentos similares em locais de maior ocorrência de acidentes é uma das reivindicações que, espera-se, seja atendida pela nova gestão.

Superintendência de Comunicação Institucional