AUDIÊNCIA PÚBLICA

Incidência e controle da esporotricose em BH serão debatidos nesta quinta

Considerada hoje como a maior zoonose urbana do mundo, doença é transmitida principalmente por felinos em situação de rua

quarta-feira, 19 Julho, 2023 - 15:30

Foto: Karoline Barreto/CMBH

Causada por um fungo, a esporotricose acomete diversas espécies de animais silvestres e domésticos, podendo contaminar seres humanos. Embora seja tratável, muitos profissionais recomendam a eutanásia de gatos de rua, portadores da forma mais grave da doença, para conter a disseminação da zoonose, considerada uma hiperendemia nas grandes cidades. Com o intuito de apurar a incidência dessa zoonose em Belo Horizonte e debater possíveis abordagens do problema, a Comissão de Saúde e Saneamento reunirá gestores municipais do setor, veterinários e protetores na nesta quinta-feira (20/7), a partir das 13h, no Plenário Camil Caram. Requerido pela vereadora e ativista da causa animal Janaína Cardoso (União), o encontro é aberto ao público e pode ser acompanhado presencialmente ou à distância, pelo Portal CMBH ou o canal da Câmara no YouTube. Perguntas, comentários ou sugestões devem ser encaminhados por este formulário até o encerramento da reunião.

Nas últimas décadas, segundo dados da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), um aumento alarmante do número de casos de esporotricose tem sido relatado nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Causada pelo fungo Sporothrix, presente no solo, palha, vegetais, espinhos e madeira, por exemplo, a esporotricose já é considerada uma hiperendemia - doença cujo número de casos é estável ano após ano, mas em níveis elevados – e, além de várias espécies de animais silvestres e domésticos, principalmente os gatos e cachorros, tem sido demonstrada também em humanos. Transmitida especialmente por felinos, a disseminação zoonótica do fungo e sua importante virulência têm transformado a abordagem à doença, antes restrita a certos grupos profissionais e a regiões muito específicas no território brasileiro, em um problema de saúde pública e de interesse científico. 

Enquanto os cachorros adquirem uma forma de baixa virulência, semelhante à dos humanos, os gatos geralmente adquirem uma forma grave e disseminada, que pode ser transmitida ao profissional ou cuidador no contato com o animal por meio da pele contaminada, secreções ou arranhões. Especialistas afirmam que, nas grandes cidades, o grande número de felinos que são abandonados ou que vivem nas ruas transformaram a esporotricose na maior zoonose do mundo. Embora seja tratável, muitos profissionais veterinários cogitam a eutanásia nos gatos de rua; outra medida a ser adotada é a castração em massa, para controle populacional, e a notificação compulsória dos casos.

Participantes

Para debater sobre a incidência de esporotricose e a prevenção de doença, que atinge felinos e humanos na capital, foram convidados o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias; o diretor-Geral da Zoonoses, Eduardo Viana Vieira Gusmão; a diretora técnica do Fórum de Proteção Animal, Vânia Plaza; e o veterinário, ativista e protetor de animais Thiago Prado Alves Borges.

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