Desafios para ampliar cobertura vacinal em BH serão discutidos na quinta
Evento será na próxima quinta (30/3); Belo Horizonte tem tendência de queda da cobertura vacinal
Foto: Pixabay
Campanha lançada pelo governo federal no mês passado visa o aumento da cobertura vacinal da população, tanto em relação à covid como diante de doenças como sarampo e febre amarela. Com tendência de queda nos últimos anos, o cumprimento do Programa Nacional de Imunização (PNI) também desperta atenção em Belo Horizonte, onde os centros de saúde ampliaram o horário de funcionamento. O desafio geral é atacar a percepção enganosa de parte da população de que não é preciso se vacinar porque as doenças desapareceram; também é preciso informar à sociedade sobre a eficácia e segurança das vacinas e acerca dos riscos de adoecimento e morte das pessoas não vacinadas. O assunto é tema de audiência pública da Comissão de Saúde e Saneamento na próxima quinta-feira (30/3), às 13h, no Plenário Camil Caram. Solicitado pelos vereadores Bruno Pedralva (PT), Dr. Célio Frois (PSC), Helinho da Farmácia (PSD), Maninho Félix (PSD) e Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MBD), o evento pode ser assistido pela população, presencialmente, ou online, pelo site ou pelo canal da CMBH no YouTube. Perguntas já podem ser enviados por formulário eletrônico.
Foram convidados para o debate sobre a vacinação: a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima; o secretário de Saúde do Estado de Minas Gerais, Fábio Baccheretti Vitor; a secretária municipal de Saúde de Belo Horizonte, Cláudia Navarro Carvalho; a gerente de Imunização de Belo Horizonte, Gisele Nacur; o doutor e professor de medicina da UFMG na área de Infectologia, Unaí Tupinambás; o coordenador administrativo do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte(Sindibel), Israel Arimar de Moura; e o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Antônio Pádua Aguiar.
Queda e desafios
Informações da Divisão de Consultoria da Câmara Municipal de Belo Horizonte dão conta de que, em BH, assim como na grande maioria dos municípios de médio e grande porte, tem se observado queda da cobertura vacinal, colocando os profissionais de saúde em alerta, considerando a possibilidade de ressurgimento de doenças anteriormente controladas. A cobertura vacinal média nos municípios foi de 73,21% em 2022. Ainda segundo a assessoria técnica da CMBH, com fontes do Ministério da Saúde, em 18 de setembro de 1973 foi criado o PNI, que distribui, anualmente, 48 imunobiológicos anualmente (vacinas, imunobiológicos especiais, soros e imunoglobinas), ressaltando que o Calendário Nacional de Vacinação atualmente contempla 20 vacinas, que são oferecidas a crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.
De acordo com dados da Fiocruz, em 2017 o Brasil vivenciou um surto de febre amarela, com mais de 200 óbitos, mesmo disponibilizando a vacina para a doença; e em 2018, o sarampo ressurgiu no país, tendo sido confirmados 10.346 casos naquele ano, 20.901 em 2019 e 8.448 em 2020, apesar de em 2016 o Brasil ter recebido da Organização Pan-Americana de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OPA/OMS) o Certificado de Eliminação do Sarampo.
Por sua vez, Belo Horizonte vem adotando estratégias para lidar com a queda de coberturas vacinais, a exemplo da extensão do horário de funcionamento dos centros de saúde. Entretanto, a tendência de queda na vacinação se acentuou em 2020 e 2021, a época da pandemia de covid, quando as pessoas eram orientadas a manter o distanciamento social e diminuíram o comparecimento aos serviços de saúde, apesar de a pandemia ter evidenciado a importância da vacinação.
Outros desafios apontados para a vacinação são a percepção enganosa de parte da população de que não é preciso se vacinar porque as doenças desapareceram; problemas no sistema informatizado de registro de vacinação; necessidade de aumento do número de injetáveis nas salas da vacinação e de abrir mais salas (na própria unidade ou próximas a ela); importância de evitar aglomeração ao registrar as doses e preservar a segurança dos trabalhadores e usuários.
Movimento Nacional
O Movimento Nacional pela Vacina foi criado pelo Ministério da Saúde em 27 de fevereiro de 2023, com o intuito de mobilizar a população para que o Brasil volte a ser referência em altas coberturas vacinais, por meio do esclarecimento das pessoas sobre a importância, eficácia e segurança das vacinas e acerca dos riscos de adoecimento e morte das pessoas não vacinadas, além da reintrodução de vírus já erradicados no Brasil. A meta de cobertura vacinal do movimento é de 90% para todos os grupos.
Superintendência de Comunicação Institucional