Frente Parlamentar Cristã quer a valorização da Jornada Pascoal

A necessidade de valorização e de apoio do poder público à Jornada Pascoal, realizada durante a Semana Santa, pautou a audiência pública da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo realizada nesta quarta-feira (19/2), a pedido de Irlan Melo (Republicanos). A falta de visibilidade da cultura cristã foi a maior queixa dos participantes. Além da valorização dos artistas locais, eles solicitaram que sejam assegurados recursos para realização anual do evento, que tem o objetivo de festejar a ressurreição de Jesus. Representantes da PBH reforçaram o compromisso de trabalhar de maneira intersetorial para garantir o sucesso das atividades que, em Belo Horizonte, foram realizadas pela primeira vez em 2023, após a publicação da Lei 11.511.

Irlam Melo questionou a capacidade de organização da Belotur diante do curto tempo para organização do Carnaval e da Jornada. Chefe de gabinete da Belotur, Marcos Queiroga assegurou que o tempo exíguo não é problema e que a equipe gestora já está acostumada a conduzir grandes e múltiplos eventos na cidade. Ele lembrou que o turismo cultural e religioso tem crescido muito no Brasil e garantiu que a Belotur trata a Jornada Pascoal com muita atenção e delicadeza. 

Representantes da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura explicaram que, apesar de a Jornada Pascoal ser organizada pela Belotur, ela recebe todo o apoio necessário dos órgãos. O presidente da Fundação, Bernardo Rocha, pontuou a necessidade de reforçar a comunicação junto ao público no que diz respeito à divulgação do evento. Ele sugeriu que, para o ano de 2026, seja elaborado um edital de chamamento público com o objetivo de facilitar a contratação de grandes shows e lembrou a expertise da secretaria e da fundação no tema. 

Reivindicações

Representantes de associações culturais e de instituições religiosas presentes na audiência ressaltaram que o "tempo pascoal" é o período mais importante do calendário litúrgico e manifestaram o desejo de descentralização dos espetáculos. Ao afirmar que as instituições religiosas são celeiros de artistas, eles reivindicaram melhoria na divulgação e na infraestrutura do evento gospel. Segundo os presentes, a proposta não é fazer um show gospel ou outro Ore Comigo, mas um evento que dê visibilidade à cultura cristã e aos artistas locais. “A cantora Marília Mendonça começou cantando na igreja”, lembrou Hebert Teixeira, da Igreja Batista Getsêmani. Hebert lembrou que a Getsêmani promove há mais de 40 anos festivais de músicas gospel. Para ele, a Jornada é uma oportunidade de lançar luz na cultura cristã.

Presidente da Associação Cultural ETNOS, Alexsandra Gervásio afirmou que as festas tradicionais de BH são feitas pelo povo e que inclusive as festas juninas, que também são celebrações cristãs, recebem recursos do poder público. “A Jornada Pascoal representa cristãos evangélicos e católicos e deve ser um evento digno de Jesus”, disse. 

Presidente da Frente Parlamentar Cristã da Câmara Municipal, Flavia Borja (DC) lembrou que no ano passado houve dificuldade para contratar artistas locais devido à burocracia do poder público. “Mas paralelo aos grandes eventos, conseguimos realizar celebrações menores que contemplaram os artistas locais”, afirmou. Já José Ferreira (Podemos) disse que está na hora de dar mais atenção para a cultura cristã. Para ele, assim como o Carnaval, o turismo religioso movimenta a economia. “Somos 27 vereadores na Frente Cristã e vamos trabalhar para que a cultura cristã tenha mais visibilidade na cidade e solicitar que a PBH tenha com a Jornada Pascoal o mesmo empenho que tem com o Carnaval", disse. 

Ampliação para o estado

O deputado estadual Eduardo Azevedo (PL) destacou que um projeto de sua autoria transformou a Marcha para Jesus em patrimônio cultural do Estado de Minas Gerais. Ele se comprometeu a apresentar na Assembleia Legislativa proposição para instituir a Jornada Pascoal em Minas. Ao afirmar ser defensor da liberdade religiosa, o deputado contou que a Jornada Pascoal em Divinópolis, realizada há muitos anos, é exitosa tanto do ponto de vista religioso como econômico. Ele destacou que a cultura e o turismo religiosos movimentam a economia e que é necessário trabalhar para dar oportunidade para que os cristãos possam ser reconhecidos.

Assista à reunião na íntegra. 

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