Propostas para novo Anel Rodoviário estão em “fase de estudos” pela PBH
Segundo gestores, foco dos trabalhos está em solucionar a falta de fluidez do trânsito e reduzir número de acidentes

Foto: Denis Dias
Dando sequência aos debates sobre a implantação do Novo Anel Rodoviário, a Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana realizou nesta segunda-feira (22/9) audiência pública para acompanhar as ações em desenvolvimento pela Prefeitura de Belo Horizonte. Luiza Dulci (PT), que ao lado de Iza Lourença (Psol) e Dr. Bruno Pedralva (PT) assina o requerimento que originou a reunião, questionou os gestores municipais sobre o plano de obras para a rodovia, as remoções de comunidades do entorno do Anel, e o uso do recurso destinado pelo governo federal. A parlamentar disse que a Câmara Municipal está à disposição para participar do processo. Os representantes do Poder Executivo detalharam as ações que estão sendo desenvolvidas e relataram que um diagnóstico das propostas existentes está sendo realizado para posterior apresentação ao secretário municipal de Mobilidade Urbana e ao prefeito Álvaro Damião.
Entender o cronograma
Luiza Dulci ressaltou que o intuito do encontro foi “acompanhar mais de perto o que a prefeitura tem pensado em fazer no Anel Rodoviário”, e colocar a Câmara Municipal à disposição para participar do processo. A parlamentar questionou os gestores municipais sobre o plano de obras para a rodovia, o "cronograma de diálogo" sobre as remoções de comunidades do entorno, e o uso do recurso que o governo federal destinou para o processo de municipalização do Anel.
“A gente entende que algumas comunidades terão que ser removidas. Como é que a prefeitura tem pensado em fazer essa discussão? Queremos também entender se há uma previsão de obras ou adequações. Como estão as discussões sobre travessia de pedestres, melhorias nos pontos de ônibus, iluminação pública para permitir que as pessoas possam se locomover de forma mais segura?”, questionou Luiza Dulci.
Proposta para o Anel
A ONG Fórum Permanente São Francisco apresentou uma proposta de reestruturação do Anel Rodoviário com o objetivo de auxiliar os planos da prefeitura. Vice-presidente da entidade, Júlio Grilo afirmou que a solução para o tráfego no Anel precisa estar de acordo com a lógica dos "5 R's" da sustentabilidade: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. A ONG propôs a duplicação vertical do atual Anel Rodoviário, com a construção de um “segundo andar”, a exemplo do Elevado do Joá, no Rio de Janeiro. Júlio detalhou a proposta, que inclui ainda uma estação de integração do transporte coletivo com os municípios da região metropolitana.
“O Anel seria constituído por um elevado sobre a atual rodovia, destinado exclusivamente a carros e provido de acessos, com duas pistas em cada direção e espaço segregado para os transportes públicos em toda a extensão dos 27 quilômentros do atual Anel Rodoviário. [...] Você teria ali um sistema troncal para uma estação de integração; talvez o ideal é que fosse um BRT. E as três pistas centrais atuais, no solo, seriam de uso exclusivo de caminhões. Essa segregação, além de aumentar a fluidez do tráfego, reduzirá o número de acidentes e de vítimas”, explicou Júlio Grilo.
Fase de diagnósticos
Esclarecendo os questionamentos levantados pelas vereadoras Iza Lourença e Luiza Dulci, o representante da Diretoria de Gestão do Anel Rodoviário da PBH, Júlio Fernandes, afirmou que o trabalho que vem sendo desenvolvido atualmente é de diagnóstico dos principais problemas que ocorrem na via, como gargalos na fluidez do trânsito, o número de acidentes, a deposição inadequada de lixo, entre outros. Júlio afirmou ainda que têm sido realizados estudos das propostas já existentes para a rodovia, mas que até o momento não há nenhum projeto de execução.
Com relação às possíveis remoções, Júlio Fernandes declarou que a Secretaria Municipal de Política Urbana está encarregada de realizar uma pesquisa cartorial para levantar as áreas, e que o primeiro passo é conhecer a titularidade dos imóveis para identificação daqueles que estariam de fato ocupados e o que seria "terreno particular invadido", para que a prefeitura possa "traçar uma estratégia”. Sobre o recurso destinado pelo governo federal, Júlio afirmou não ter informações.
Ações em curso
Engenheiro civil da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Daniel Barreto disse que o órgão está atuando na licitação de uma obra para melhorar a situação da Via Expressa, um projeto doado pela Arena MRV como contrapartida. “Paralelamente, a gente está atuando também com projetos de melhoria de três passarelas; então logo depois que municipalizou, a Sudecap começou a tomar diversas ações permanentes”, contou Daniel. Um delas é a implantação de videomonitoramento e, segundo Daniel Barreto, até meados de novembro deste ano todo o Anel Rodoviário estará coberto por câmeras.
Superintendência de Comunicação Institucional