SEGURANÇA ALIMENTAR

Câmara reabre Restaurante Popular e devolve R$ 8,3 mi para combate à fome

Unidade deve servir 1 mil refeições/dia. Dinheiro economizado pela CMBH daria para pagar mais de 2,7 mi de refeições ao custo de R$ 3,00 

quarta-feira, 1 Fevereiro, 2023 - 17:00

Foto: Bernardo Dias/CMBH

Somando esforços às iniciativas que visam o combate à fome na cidade, a Câmara Municipal de Belo Horizonte retomou nesta quarta-feira (1º/2) as atividades do Restaurante Popular que funciona no Núcleo de Cidadania da Casa. O espaço estava fechado desde março de 2020,  em virtude da pandemia da covid-19 e, posteriormente, em função de obras no prédio. No encontro, o chefe do Legislativo, Gabriel (sem partido), entregou ao prefeito Fuad Noman (PSD) um cheque simbólico no valor de R$ 8,3 milhões, oriundos de verba destinada ao funcionamento da CMBH, para o combate à fome na cidade. Em seguida, ambos almoçaram no restaurante, acompanhados de outros vereadores e da subsecretária de Segurança Alimentar e Cidadania, Darklane Rodrigues, que garantiu que a utilização do dinheiro será criteriosamente estudada junto das equipes que coordenam os diversos programas gerenciados pelo órgão, dentre eles os ligados às pessoas em situação de rua e o Banco de Alimentos.

No discurso em que tomou posse como presidente da Casa, há exato um mês, Gabriel já havia ressaltado que a reabertura do refeitório estava entre as suas prioridades e hoje destacou a parceria entre o Legislativo e o Executivo em prol das causas importantes para a cidade. "A gente vai brigar junto pelos problemas da cidade. E a fome é um grande problema", afirmou. 

Segundo Gabriel, nenhum novo recurso precisou ser investido, já que a unidade já existia. Para ele, o que houve foi disposição e vontade. "Tomei posse no dia 1º de janeiro. No dia dois eu já estava aqui com os colegas e começamos a movimentar o espaço. Bati um telefone com as duas (Rosilene Rocha e Darklane Rodrigues) e elas falaram 'vamos fazer presidente'", contou Gabriel, agradecendo e parabenizando, respectivamente, a secretária municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania Segurança Alimentar e Nutricional e a subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional.

Comida equilibrada com bom preço

Frequentadores do restaurante popular da Câmara comemoraram a retomada das atividades da unidade. Marli de Souza trabalha na banca de revistas próxima à sede do Legislativo e contou que há anos almoça no local, pois acha a comida gostosa e equilibrada. "Tem pouco sal e quase nada de óleo. No dia que é dobradinha (no cardápio) eu almoço aqui e janto no da Rua Ceará', contou achando graça e se referindo à unidade que funciona na área hospitalar.

Fernando Moura e Roger Galdim integram a turma dos trabalhadores sobre duas rodas que almoçam no popular da CMBH. Segundo os motoboys, eles já tinham o hábito de frequentar a unidade da área hospitalar e costumavam almoçar só na Câmara. Como a suspensão das atividades, entretanto, tiveram que retornar para a unidade da Rua Ceará, mas a preferência é pela CMBH. "Aqui a comida é boa, tem qualidade, a gente sabe que tem nutricionistas; e com três reais você não compra nem uma coxinha", comparou um dos rapazes.

Açúcar, glúten e lactose

E os motoboys estão corretos. Além da Joyce Batista, que coordena todas as unidades da rede do Restaurante Popular, o programa conta ainda com uma equipe de ao menos outras quatro nutricionistas, além de cozinheiros e auxiliares de cozinha. Os números são gigantescos: em toda a cidade são ofertadas, diariamente, 9 mil refeições/dia entre cafés da manhã, almoços e jantas. Segundo Joyce, para que tudo chegue ao prato dos frequentadores são meses de preparo e antecedência. "Hoje já temos pronto o cardápio de todo o primeiro semestre, pois precisamos fazer as compras e garantir que os fornecedores tenham as quantidades para entrega", explicou.

Segundo a gerente, toda alimentação é pensada a partir das leis da nutrição, levando-se em conta a combinação de cores, de textura, do clima (dias mais frios, comidas mais quentes) e safra dos alimentos, dentre outros. Além disso, para todo prato servido, uma indicação contendo os valores nutricionais e as restrições para açúcar, glúten e lactose é informada à população. "A gente tenta sempre colocar uma carne diferente, para não ficar todo dia a mesma proteína. Olhamos a quantidade de carboidrato, comparamos com as quantidade de folhas, são várias regrinhas que seguimos para criar um cardápio que seja variado", contou.  

Juntos contra a fome

Ainda no almoço, o presidente da Câmara entregou ao prefeito um cheque simbólico no valor de R$ 8,3 milhões. O dinheiro, repassado à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, pagaria cerca 2,7 milhões de refeições ao custo de R$ 3,00. O valor devolvido à PBH é referente à diferença entre repasses previstos no orçamento e o valor real repassado ao Legislativo, e faz parte de verba que poderia ser utilizada pela Câmara em projetos próprios. "Que este cheque seja bem utilizado pela Prefeitura. Símbolo da economia dos vereadores, ele não é um gesto de presidente, mas de 41 colegas que juntos estão respeitando a cidade, o dinheiro da cidade e que isso aqui seja bem utilizado pelo Fuad, para matar a fome da nossa população", declarou Gabriel.

A expectativa é que o restaurante da Câmara forneça cerca de 1.250 refeições/dia. Segundo Gabriel, o próximo passo deve ser ofertar também na unidade o café da manhã, ao custo de R$ 1,50. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h.

Superintendência de Comunicação Institucional

Entrega do cheque de R$ 8,3 milhões à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania