AUDIÊNCIA PÚBLICA

Comissão debaterá assistência e promoção à saúde de mulheres no climatério

Para o encontro, na sexta (3/12), às 10h, foram convidados especialistas, PBH e integrantes de movimento chamado Menopausa Feliz

quarta-feira, 1 Dezembro, 2021 - 15:30

Foto: pvproductions by freepik

Visando a qualificação de políticas públicas para a promoção da saúde da mulher no climatério na capital, de forma humanizada, equitativa e integral, a Comissão de Mulheres realizará na sexta-feira (3/12), às 10h, audiência pública com o tema “Mulheres no Climatério”. Segundo movimentos voltados ao segmento, nunca foram apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde dados relativos à saúde da mulher nessa etapa da vida. As vereadoras querem conhecer esse universo em BH: quantas são as mulheres no climatério e se fazem uso de terapia hormonal; quais os serviços ofertados a elas os recursos destinados ao segmento. Para o encontro, foram convidados representantes do Executivo e especialistas. Vereadores e convidados participam da reunião por videoconferência e a população também pode integrar o debate enviando perguntas, comentários e sugestões por meio de formulário eletrônico já disponível. A audiência foi requerida pelas vereadoras Bella Gonçalves (Psol), Iza Lourença (Psol) e Macaé Evaristo (PT).

Para as requerentes, as mulheres belo-horizontinas necessitam de políticas públicas eficientes, que possam abranger todos os ciclos de vida, inclusive o climatério. Para elas, tais políticas, via de regra, mostram-se omissas e superficiais quanto às mulheres que pertencem a esse ciclo. Desta forma, de acordo com as parlamentares, a realização da audiência foi motivada por diálogo com o Grupo de Mulheres na Menopausa – Menopausa Feliz, que destacou a importância da assistência e promoção à saúde da mulher no climatério. Segundo movimentos que representam o segmento, nunca foram apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde dados, relatórios ou indicadores sobre o tema “saúde da mulher no climatério” e que são realizadas unicamente consultas, sendo indicado somente o consumo de medicamentos para esse grupo.

Foram convidadas para o debate a coordenadora do Grupo de Mulheres na Menopausa – Menopausa Feliz, membro do Instituto Nacional de Ações Afirmativas e conselheira da Comissão Local de Saúde Providência; e representante da Secretaria Municipal de Saúde. Também foram convidadas a ginecologista, obstetra, especialista em Oncologia, Genecologia, Implantes Hormonais, Endometriose e Reprodução Humana, Patrícia Bretz; o cirurgião plástico, mestre em Oncologia e Mastologia, e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Wandemberg Barbosa; e a educadora física, com residência em Saúde da Mulher e mestrado em Menopausa, Fernanda dos Santos Neri.

Iniciativas afins

Em reuniões anteriores, membros da Comissão de Mulheres informaram sobre iniciativas do colegiado que tiveram como foco mulheres no climatério, como pedido de informação à Prefeitura e à Secretaria Municipal de Saúde sobre assistência prestada por equipamentos púbicos e convênios a essas mulheres. Na oportunidade, apontou-se a importância de se apurar questões relativas ao Protocolo de Atenção à Mulher no Climatério; número de mulheres no climatério em Belo Horizonte e que fazem uso de terapia hormonal; atendimentos realizados e diagnósticos levantados; serviços ofertados e equipes multidisciplinares; e recursos no orçamento municipal destinados ao segmento. Nesses encontros, parlamentares destacaram, ainda, a falta de acesso de mulheres, principalmente as periféricas, a atendimentos médicos e a hormônios necessários nessa etapa da vida.

A Comissão de Mulheres também já propôs o encaminhamento de Indicação à PBH, para a criação de Grupo Multiprofissional para atendimento à mulher no climatério. Para vereadoras da comissão, instrumentos eficazes de intervenção como atendimento humanizado, escuta qualificada com equipe multiprofissional, exames complementares precoces, juntamente com grupos orientadores e terapêuticos, poderiam ser utilizados como ações preventivas e de autoconhecimento.

Sintomas

O climatério é a fase de transição entre o período fértil da mulher e a última menstruação (menopausa). A idade média observada na maioria das mulheres que apresentam os sinais da menopausa é de 50 anos. Já o climatério tem início por volta dos 40 anos e se estende até os 65 anos. 

Para algumas mulheres, esta fase não apresenta sintomas. No entanto, para a maioria delas, os sinais já começam a aparecer no início do climatério e, com a diminuição progressiva dos hormônios femininos, os sintomas vão aumentando. A irregularidade no ciclo menstrual é um dos principais sintomas, quando a mulher passa a apresentar períodos menstruais mais longos que o normal ou intermitentes e o fluxo sanguíneo também varia. É nessa fase que ocorrem as famosas ondas de calor ou “fogachos”, acompanhadas de transpiração excessiva. Também há alterações na distribuição da gordura do corpo, que tende a se concentrar mais na parte abdominal. 

Além disso, a mulher passa a apresentar sintomas psíquicos como irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado, depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda de memória e insônia. Outros sintomas podem surgir nessa etapa, como perda ou diminuição da libido, alterações na pele, que perde o vigor, e nos cabelos e unhas, que ficam mais finos e quebradiços. Também podem ocorrer perda de massa óssea característica da osteoporose e osteopenia. 

Cuidados e tratamento

Esse período demanda atenção e cuidados. Em alguns casos, é necessário tratamento, em decorrência das mudanças naturais que acontecem no organismo. Por isso, a procura regular de um médico é fundamental nesse momento, para a manutenção da saúde. Também é possível amenizar sintomas mais desconfortáveis mudando alguns hábitos e adotando uma rotina mais saudável. 

A terapia de reposição hormonal tem como vantagem aliviar os sintomas físicos do climatério (como os fogachos), os sintomas psíquicos (depressão e irritabilidade) e aqueles relacionados aos órgãos genitais (secura vaginal e incontinência urinária). O tratamento age, ainda, como proteção à osteoporose, assegurando melhor qualidade de vida à mulher. Mas existem contraindicações que devem ser avaliadas pelo médico e pela paciente. 

Vale lembrar que a automedicação nunca é indicada, pois pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, trombose, câncer de mama e do endométrio, distúrbios hepáticos e sangramento vaginal de origem desconhecida. Por isso, é essencial procurar um especialista, para que seja avaliada a necessidade de tratamento. 

Algumas medidas simples podem ser incorporadas à rotina da mulher para minimizar os efeitos negativos do climatério, como manter uma alimentação saudável e equilibrada. Recomenda-se o consumo de alimentos ricos em cálcio e fibras e pobres em gorduras, açúcar e sal, e de vegetais. 

Superintendência de Comunicação Institucional