Em pauta, atividades assistenciais para mulheres do Aglomerado da Serra
Redes de apoio, oficinas e atendimento psicológico ficaram comprometidos na pandemia
Foto: Reprodução/Mulheres da Quebrada
Garantir a saúde física e mental, bem como assistência social e inclusão digital a mulheres residentes na maior favela de Minas Gerais, o Aglomerado da Serra, Região Sul de Belo Horizonte. Esse é o objetivo do coletivo “Mulheres da Quebrada”, um dos convidados para audiência pública da Comissão de Mulheres, nesta sexta-feira (2/7), às 10h, no Plenário Helvécio Arantes. Segundo a vereadora Bella Gonçalves (Psol), que requereu a audiência, com a pandemia, as atividades do projeto, como redes de apoio, oficinas de arte e atendimento psicológico ficaram comprometidas, devido à falta de recursos tecnológicos para encontros e atendimentos virtuais. Entretanto, medidas emergenciais de combate à fome, desemprego e violência, como entrega de cestas básicas, vêm sendo realizadas. Desta forma, a reunião tem por finalidade debater com o poder público municipal e estadual a continuidade de ações destinadas a esse público, principalmente no atual contexto. A audiência será realizada por videoconferência, com transmissão ao vivo pelo Portal CMBH e a população pode participar do debate enviando perguntas, comentários e sugestões por meio de formulário eletrônico.
Fundado em 2018, o coletivo desenvolve ações voltadas para as mulheres da Serra e suas famílias, como encontros para formação de redes de apoio e suporte mútuo no território; oficinas e workshops de dança, teatro, poesia e outras linguagens artísticas; apoio psicológico, com oferta de atendimento gratuito por psicólogas voluntárias; além de campanhas de arrecadação e distribuição de alimentos e materiais de higiene pessoal e de limpeza para a comunidade.
Segundo Bella Gonçalves, as ações executadas pelo coletivo deveriam ser de responsabilidade do Estado, por meio de políticas e serviços de assistência social.
Dificuldades enfrentadas
No contexto pandêmico, as atividades do projeto ficaram comprometidas e passaram a ser organizados encontros e atendimentos psicológicos virtuais. Contudo, devido à dificuldade de acesso à internet e a aparelhos eletrônicos, o processo ficou inviabilizado.
Em função da impossibilidade de realização de atividades presenciais, foram feitas visitas a todas as mulheres acompanhadas pelo projeto, identificando-se problemas comuns, enfrentados por essas mulheres e suas famílias. As visitas levaram, então, o coletivo a se envolver em atividades “assistencialistas” e emergenciais de combate à fome, desemprego e violência, como entrega de cestas básicas.
Atualmente, as “Mulheres da Quebrada” atendem cerca de 600 famílias, fazendo arrecadação de alimentos e valores para a compra de itens e sua distribuição. Para a parlamentar, é evidente a necessidade de que este atendimento faça parte de uma política pública consistente de combate à fome por parte da Prefeitura. Recentemente, o coletivo conseguiu um espaço alugado, pago com valores arrecadados por campanha de solidariedade.
Serão convidadas para a audiência representantes do Projeto “Mulheres da Quebrada”, Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Secretaria Municipal de Saúde e Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Superintendência de Comunicação Institucional