Comissão divulgará campanha para denunciar violência com um “X” na palma da mão
Ao identificarem as vítimas, nas farmácias da cidade, os atendentes ligarão imediatamente para o Disque 190
Foto: Abraão Bruck / CMBH
Marcando um simples “X” vermelho na palma da mão, mulheres vítimas de violência podem fazer denúncias em farmácias, reduzindo, assim, índices de agressão em todo o país, especialmente em tempos de isolamento social. Nesta segunda-feira (6/7), a Comissão de Mulheres aprovou requerimento para receber, na próxima reunião, representantes de entidades e da OAB/MG, que apresentarão a campanha "Sinal Vermelho para a Violência Doméstica", lançada em junho deste ano pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O Colegiado repercutiu, ainda, rejeição do Plenário ao PL 304/19, das vereadoras Bella Gonçalves (Psol) e Cida Falabella (Psol), em 2° turno, que instituía o Dia Municipal de Combate ao Feminicídio.
De autoria das vereadoras Cida Falabella e Bella Gonçalves, foi aprovado requerimento para que sejam convidadas Adriana Ferreira, representante dos Movimento Mulheres da Zona Norte e Mais Mina No Estádio, e Isabel Araújo, da Coordenadoria de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, da OAB/MG, para participarem, de forma remota, de reunião da Comissão no dia 13 de julho, às 10h, no Plenário Helvécio Arantes, a fim de debater a campanha Sinal Vermelho.
De acordo com Falabella, foi solicitada adesão da Comissão à campanha, que, por meio de parceria com farmácias, possibilita que mulheres vítimas de violência façam denúncias, de forma simples e segura, bastando, para tanto, marcar um “X” vermelho na palma da mão.
A campanha
Diante da dificuldade enfrentada por vítimas de violência para denunciar seus agressores, o CNJ e a AMB lançaram, no dia 10 de junho deste ano, a campanha “Sinal Vermelho para a Violência Doméstica”. A iniciativa tem como foco ajudar mulheres em situação de violência a pedirem socorro nas farmácias de todo o país.
O protocolo é simples: com um “X” vermelho na palma da mão, que pode ser feito com caneta ou mesmo um batom, a vítima sinaliza que está em situação de violência. Com o nome e endereço da mulher em mãos, os atendentes das farmácias e drogarias que aderirem à campanha deverão ligar, imediatamente, para o Disque 190 e reportar a situação. O projeto conta com a parceria de 10 mil farmácias e drogarias.
Pontos destacados
Cida Falabella elogiou o papel da campanha, de acolhimento a mulheres, principalmente nesse período de isolamento social, quando muitas vezes estas não podem fazer uso da palavra, por meio de um celular, por exemplo.
Bella Gonçalves também avaliou positivamente o fato de a campanha possibilitar a realização de denúncias de forma discreta, ressaltando que a Comissão pode contribuir na divulgação. Ela sugeriu, também, que sejam firmadas parcerias da Prefeitura com farmácias da capital.
Dia Municipal do Combate ao Feminicídio
Na oportunidade, as (os) vereadoras (es) também comentaram rejeição ao PL 904/19, na reunião plenária da última sexta-feira (3/7). Edmar Branco (PSB) destacou a relevância da proposta, principalmente em tempos de confinamento, no fortalecimento dos direitos das mulheres, reafirmando seu compromisso com a causa, na luta pela vida e no enfrentamento à violência.
Cida Falabella falou, por sua vez, que disputas partidárias influenciaram a votação, avaliando a reação de parlamentares contrários ao projeto como “misógena, lesbifóbica e transfóbica”, atingindo todas as mulheres. Ela salientou, também, a utilização de artifícios previstos no Regimento Interno da Casa para suspensão da votação da proposta, bem como aprovação de votação nominal, e não simbólica. Pontuou, ainda, que, no momento em que se encerrava campanha para divulgação da cartilha #QuarentenaSemViolênciaContraMulher, na semana passada, foi rejeitado o projeto.
Ao comentar o ocorrido, Bella Gonçalves ratificou que a reação contrária ao PL representou um ataque principalmente às mulheres fora do Parlamento, lembrando que durante o período de pandemia, em apenas dois meses, foram mortas 143 mulheres no Brasil. Valorizando a luta contra a violência e contra o patriarcado machista, bem como o fortalecimento de organizações da sociedade civil, ela destacou o papel da Comissão, considerando-a uma “conquista irreversível”.
Participaram remotamente da reunião as vereadoras Cida Falabella e Bella Gonçalves e o vereador Edmar Branco.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional