CPI DAS BARRAGENS

Processo de descomissionamento de barragens em Rio Acima é averiguado por vereadores

Em visita técnica, foi destacada a necessidade de maior rigor na concessão de licenças para empresas de mineração

terça-feira, 14 Maio, 2019 - 15:15

Divulgação CMBH

A segurança da Mina Engenho D´água, no município de Rio Acima, durante as obras de descomissionamento, foi o foco da visita técnica realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito das Barragens na manhã desta terça-feira (14/5). Abandonada pelos proprietários da empresa Mundo Mineração Ltda, no final de 2012, a mina terá seus rejeitos tratados, cerca de 800 mil m³, pela empresa Canal Engenharia, contratada via licitação pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

De acordo com o diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Rômulo Thomaz Perilli, a intervenção para a descaracterização do risco das estruturas das duas barragens já começou e deverá ser concluída em 10 meses. “Foi montada uma ETA (Estação de Tratamento de Água) que irá, dentro de 60 dias, tratar os 80 mil m³ de água de uma das barragens. Depois de tratada, e com as análises do Igam, a água será liberada para o Rio das Velhas”. A sequência do processo é o envelopamento dos resíduos por mantas que protegem contra a contaminação do solo, e, por fim, será feita a recomposição da vegetação por cima dos envelopamentos, e tomados os cuidados para a drenagem da água das chuvas.

Durante a visita, a vereadora Bella Gonçalves (Psol) demonstrou preocupação com o escape dos rejeitos dessas mantas, que podem ser levados pelas águas das chuvas até a comunidade. Segundo Perilli, nunca houve na área escapes de rejeitos. O diretor afirmou, contudo, que não poderia garantir a integridade de toda a manta que está a cerca de 20 m de profundidade da barragem, que concentra mais de 700 mil m³ de resíduos sólidos. No entanto, o representante da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Luciano Melo, afirmou que foram feitas sondagens por amostragem na área e que não foi detectado vazamento algum.

Representantes do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e da Defesa Civil de Rio Acima, que participaram da visita, destacaram que estão acompanhando de perto os trabalhos realizados na Mina e que a intervenção na área traz uma maior tranquilidade. A Prefeitura de Rio Acima também participou da atividade. 

Licenças para operação

Para o vereador Edmar Branco (Avante), presidente da CPI, a determinação do descomissionamento pelo governo do estado das duas barragens de responsabilidade do grupo australiano Mundo Mineração, que desapareceu deixando pra trás esse passivo ambiental, deve servir como aprendizado para que haja maior rigor na liberação das licenças para operação de empresas mineradoras. “Antes de conceder a licença deve-se pensar nesse exemplo. O dinheiro gasto (cerca de R$7,5 milhões) com essas obras poderia estar sendo utilizado para outras coisas, principalmente nesse período de grave crise”.

Já o vereador Pedrão do Depósito (PPS) questionou sobre o andamento de nova captação para suprir a paralisação do Paraopeba. A esse respeito, Perilli ressaltou que a Vale foi instada pelo Ministério Público, Defensoria Pública e Advocacia Geral do Estado (AGE) a concluir uma nova fonte de captação, a 12km acima do ponto atual, ainda neste ano. “Queremos pressionar para que isso seja finalizado até julho”.

Superintendência de Comunicação Institucional

Visita técnica para verificar a segurança da barragem da Mina do Engenho - Comissão Parlamentar de Inquérito