Vereadoras e convidadas vão discutir espaço das mulheres no mundo do trabalho
Mesmo com maior nível de escolaridade, mulheres têm remuneração menor do que os homens; pandemia agravou as diferenças
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A Comissão de Mulheres realiza, nesta sexta-feira (13/8), às 10h, audiência pública para discutir o tema "Mulheres de sucesso: reivindicando o espaço das mulheres no mundo do trabalho", no Plenário Helvécio Arantes. O requerimento é de autoria de Flávia Borja (Avante), Fernanda Pereira Altoé (Novo), Marcela Trópia (Novo) e Professora Marli (PP). O encontro será realizado remotamente e transmitido ao vivo pelo Portal CMBH, podendo a população participar por meio de formulário eletrônico.
Professora Marli explica que a audiência pública é a continuação dos trabalhos da Comissão pela proteção das mulheres de Belo Horizonte. Ela lembrou que, há pouco tempo, a Comissão de Mulheres denunciou o abismo da violência doméstica, “tentando dar forças para que mulheres que sofrem abuso busquem ajuda”. A audiência vai mostrar que “além de merecerem segurança, as mulheres de BH também têm o direito de sonhar e de se tornarem o que quer que elas queiram”, afirmou a vereadora. E concluiu que a eleição de mais mulheres nessa legislatura reflete isso. “A audiência pública vai deixar ainda mais claro que nós podemos ocupar qualquer espaço”, afirmou.“Sejamos mulheres que levantam outras mulheres”, completou Fernanda Altoé.
A lista de presença da audiência pública, ainda em aberto, tem as presenças confirmadas das seguintes mulheres: Nely Aquino (Pode), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, mãe, vereadora e fundadora do projeto Rumo Certo; Renata Carvalho, mãe, publicitária e empresária, fundadora e diretora executiva da She's The Boss, primeira plataforma digital de empreendedorismo e liderança feminina do Brasil; e Dra. Carolina Capuruço, mãe, médica pediatra, intensivista e professora, que atua na linha de frente em estudos e atendimento durante a pandemia.
Mulheres no mercado de trabalho
Relatório do Fórum Econômico Mundial projetou que, se a evolução pelos direitos das mulheres perseverar, equilíbrio de gêneros só se dará em 2095. E que, no ranking de igualdade de salários, o Brasil é o penúltimo entre todos os países das Américas, perdendo só para o Chile, e ocupa o 124º lugar de 142 países avaliados. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) contabilizam que o quadro econômico de 2020 gerou uma piora no mercado de trabalho brasileiro que impactou as mulheres mais fortemente. O percentual de mulheres que estavam trabalhando ficou em 45,8% no terceiro trimestre de 2020, nível mais baixo desde 1990, quando a taxa ficou em 44,2%.
O artigo “Desigualdades de gênero no mercado de trabalho de Minas Gerais e suas regiões de plajejamento", de Karina Rabelo Leite Marinho e Mirela Castro Santos Camargos, pesquisadoras e professoras, e Juliana de Lucena Ruas Riani e Nícia Raies Moreira de Souza, pesquisadoras, todas da Fundação João Pinheiro, trata do tema em Minas Gerais no ano de 2011. O estudo utilizou a Pesquisa por Amostra de Domicílio de Minas Gerais de 2011 para compreender os diferentes papeis socialmente atribuídos a homens e mulheres, em relação à inserção no mundo do trabalho, a posição ocupacional e desigualdade de rendimento.
No período, constatou-se que, entre as mulheres sem instrução, apenas 12,5% estavam na força de trabalho. Para os homens, esse valor era de 44,3%. Por outro lado, 75% das mulheres com curso superior completo estavam na força de trabalho. No caso dos homens, era de 84%. Apesar de possuírem maior nível educacional, as mulheres tinham rendimento médio bem menor que os homens. Em média, as trabalhadoras recebiam 27% a menos que os homens. As mulheres sem instrução recebem, em média, 32,2% a menos que os homens na mesma situação. Já as mulheres com superior completo ganham 39,5% a menos que os homens desse mesmo grupo.
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