Fechamento de agências do Santander em BH é pauta de debate na terça (29)
Denúncias de precarização do atendimento e das relações trabalhistas também serão debatidas entre representantes patronais e sindicais

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Entre 2019 e 2024 foram fechadas 301 agências do Banco Santander no país, redução de 11%, de acordo com o Banco Central. Em Belo Horizonte e Região Metropolitana, o Sindicato dos Bancários aponta 37 unidades com atendimento encerrado. O fechamento de agências e a terceirização dos serviços oferecidos pela instituição serão debatidos em audiência pública pela Comissão de Direitos Humanos, Habitação, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor nesta terça-feira (29/7), às 10h, no Plenário Helvécio Arantes, a pedido de Pedro Patrus (PT). Representantes da diretoria do banco Santander, do Ministério Público do Trabalho e de entidades que representam os trabalhadores da instituição estão na lista de convidados. O encontro é aberto ao público e pode ser acompanhado presencialmente ou de forma remota pelo portal ou no canal da Câmara no YouTube.
Precarização dos serviços e perda de direitos trabalhistas
Segundo Pedro Patrus, o objetivo da audiência é ouvir "quem mais pode ser impactado pelo fechamento das agências": os trabalhadores e os clientes. De acordo com o parlamentar, mesmo registrando "lucros crescentes", o banco continua promovendo demissões em massa, além de metas abusivas e sobrecarga de trabalho, práticas que contribuiriam para o adoecimento mental de seus funcionários. Para Patrus, o fechamento de agências impacta diretamente na qualidade do atendimento, uma vez que as unidades restantes não têm estrutura suficiente para atender à demanda e ficam sobrecarregadas, o que resulta em filas longas e em espera excessiva. Ainda segundo o vereador, outra "estratégia lesiva" adotada pelo Santander é a terceirização de trabalhadores, que implicaria em perda de direitos. "Embora os aplicativos de banco sejam muito úteis, é preciso garantir um atendimento qualificado para todas as pessoas, inclusive as que não têm acesso fácil à tecnologia. Também não podemos naturalizar a realidade dos trabalhadores e trabalhadoras que são jogados para empresas terceirizadas, enfrentam demissões, sobrecarga e adoecimento mental diante de metas impossíveis", afirmou Pedro Patrus.
Convidados
Para prestar esclarecimentos sobre os motivos que levaram ao fechamento de agências, foram convidados o representante do Banco Santander Marcelo Couto Cavalheiro; a diretora do Banco Santander e representante do Sindicato dos Bancários, Paula Moreira; além da coordenadora nacional da Comissão de Organização dos(as) Empregados(as) do Banco Santander (COE Santander), Wanessa Queiroz. Também foram chamados a participar da audiência pública representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT/MG); da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (CONTRAF-CUT); Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG); e Sindicato dos Bancos de Minas Gerais (SINBANCOS-MG).
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