Em cerimônia no Plenário, 45 vereadores mirins eleitos por colegas tomam posse

Os vereadores da 16ª Legislatura do Projeto Câmara Mirim foram empossados nesta quarta-feira (25/6). A cerimônia, realizada no Plenário Amintas de Barros da Câmara Municipal de Belo Horizonte, contou com a presença do vereador Pablo Almeida (PL), representando o presidente da Casa, Professor Juliano Lopes (Pode); do diretor executivo da Escola Judiciária Eleitoral, juiz Luiz Carlos Resende Santos, representando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG); e da diretora de educação integral da Secretaria de Educação de Belo Horizonte (Smed), Shirlei Lopes da Silva. Pais, professores e diretores de escolas  ocuparam a galeria do Plenário para acompanhar a posse dos 45 vereadores mirins eleitos. Mais de 5 mil estudantes, de 15 escolas públicas e particulares de BH, participaram da votação que aconteceu no dia 7 de maio.

Uma experiência de cidadania 

Pablo Almeida abriu a solenidade destacando que o Câmara Mirim não é apenas um projeto, mas sim “uma escola de cidadania”, onde se aprende que política é uma missão, “um serviço primeiramente para a comunidade”. O vereador disse aos estudantes que eles representam o futuro da cidade e que a CMBH estará à disposição para apoiá-los.

“Eu quero dizer a cada um de vocês que a Câmara de vereadores está ao seu lado, nós queremos te incentivar, nós queremos que você possa ser um excelente cidadão, que você possa ser um excelente profissional, mas acima de tudo uma pessoa de princípios, caráter e valor”, declarou Pablo.

O diretor executivo da Escola Judiciária Eleitoral de Minas Gerais, juiz Luiz Carlos Resende Santos, também colocou a entidade à disposição dos vereadores mirins. O juiz afirmou que o projeto é “uma festa da cidadania”, que permite aos estudantes conhecerem melhor o trabalho do Legislativo. “Esse projeto é um trabalho magnífico que distribui a possibilidade de todos conhecerem sobre o processo de escolha e sobre o trabalho do Legislativo da nossa capital. E vocês passam a ser vetores do futuro, quem sabe dessa Casa, quem sabe do parlamento estadual, quem sabe do parlamento federal. Por que não?”, disse o juiz.

Já a diretora de Educação Integral da Smed, Shirlei Lopes da Silva, declarou que o projeto possibilita aos estudantes viver uma experiência real de convivência cidadã e democrática, além de proporcionar um entendimento melhor dos processos políticos. “O projeto traz essa experiência real. A gente não está falando dos Poderes na aula de história ou de geografia. A gente tem aqui no projeto com vocês a possibilidade de entender de fato esses processos que constituem o Poder Legislativo municipal”, afirmou Shirlei.

Grandes expectativas e inclusão

Candidata mais votada nominalmente, Natália Maria de Oliveira, do Colégio Batista (unidade Floresta), lembrou que durante a campanha escolheu focar na “sustentabilidade” e declarou que está animada e cheia de ideias para colocar em prática. “Eu acho que vai ser muito legal e que a gente vai aprender muito mais sobre os processos políticos da nossa cidade, sobre como as coisas funcionam, sobre onde o nosso dinheiro é empregado e tudo mais. Eu estou muito ansiosa, tenho muitas ideias e quero muito ver como tudo isso vai ser”, disse a estudante.

Ryan Carlos Teixeira, da Escola Municipal Professor Paulo Freire, contou como a sua realidade o inspirou a criar sua primeira proposta — a disponibilização de cursos profissionalizantes em escolas públicas. 

“Eu cresci numa região de periferia e é muito comum lá os meninos se envolverem com as drogas porque não tem mais o que fazer para conseguir ganhar dinheiro. Então, no meu ponto de vista, um curso profissionalizante seria uma coisa muito importante para o início dessa juventude, para já sair do ensino médio com uma base melhor”, declarou o vereador mirim Ryan.

Adrian Fernandes Costa, da Escola Estadual de Educação Especial Francisco Sales, falou sobre a importância da inclusão que aconteceu nesta edição do projeto. Aluno surdo, Adrian ainda destacou a relevância deste momento não só no presente, mas também para o futuro. “Eu nunca imaginei estar aqui antes. Eu fico olhando para todos e pensando como eu, como um surdo que às vezes não me sinto empoderado, posso me desenvolver cada vez mais. Porque eu sei que eu tenho essa capacidade, e eu sei que é importante os surdos ocuparem esses lugares e estarem juntos, como iguais”, declarou.

Sobre o Câmara Mirim

Agora, os novos vereadores mirins vão aprender mais sobre o papel do Legislativo municipal. Durante a legislatura, acontecerão sessões mensais na CMBH e os estudantes eleitos vão simular a realização de audiências públicas e reuniões de comissão, onde poderão conhecer melhor os diversos aspectos da atividade parlamentar. Os vereadores mirins ainda irão discutir os problemas das comunidades e formular propostas que depois serão votadas em sessões plenárias e encaminhadas como sugestões aos parlamentares da Câmara, podendo ser transformadas em projetos de lei.

O Câmara Mirim é um projeto anual realizado pela Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Belo Horizonte desde 2008, em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), a Secretaria Municipal de Educação e o Centro Pedagógio da UFMG. Este ano ainda foi o primeiro com a participação de uma escola de ensino especializado. 

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