Concessionária Metrô-BH apresenta trajeto e estações previstas para Linha 2

Esperada há décadas pela população, especialmente da Regional Barreiro, a Linha 2 do metrô finalmente sairá do papel e, conforme a concessionária Metrô-BH, que assumiu o serviço, deve entrar em operação dentro de quatro anos. A previsão do trajeto de pouco mais de 10km a ser percorrido pelos trens e da localização das sete estações de embarque e desembarque foi apresentada nesta quinta (21/12) à Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara Municipal. Na reunião, requerida por Braulio Lara (Novo), representantes da Metrô-BH, do governo do estado e da Superintendência de Mobilidade de Belo Horizonte (Sumob) prestaram informações sobre ações e prazos previstos no contrato e possíveis soluções para as questões apresentadas por vereadores e cidadãos, como a necessidade de remoção e desapropriação de moradias, o compartilhamento de espaços e a integração com outros modais de transporte da capital.

Professor Juliano Lopes (Agir) informou que, em visitas à Metrô-BH, já tomou conhecimento dos planos da concessionária para a Linha 2, que, partindo da interseção com a Linha 1 (Eldorado-Vilarinho), estenderá o modal até o Barreiro, passando por diversos bairros da região. Celebrando a privatização do serviço, o que, em seu entendimento, possibilitou a efetivação do ramal aguardado há décadas, ele elogiou o empenho da empresa para garantir a qualidade do atendimento que a população merece.

Wesley Moreira (PP) lembrou que, ao longo dos anos, diversos prefeitos, deputados e candidatos prometeram implantar a Linha 2, e elogiou a iniciativa e a coragem do então presidente da república e do governador do estado em realizar o leilão, em 2022, e garantir o aporte necessário de recursos.

Letícia Morais Torres, da Metrô-BH, atestou a expertise da empresa e da equipe envolvida no projeto da Linha 2 e nas demais ações previstas no contrato de concessão, como as obras de modernização das 19 estações da Linha 1, que tiveram início esta semana e estarão concluídas até 2025; a construção da estação Novo Eldorado, estendendo em 1,6km a Linha 1; implantação de melhorias e inovações tecnológicas, como a bilhetagem eletrônica e wi-fi; maior eficiência energética e segurança na operação; aquisição de novos trens e substituição de 25 das 35 composições atuais. O prazo de cinco anos previsto no contrato para a entrada do novo ramal em operação, segundo a executiva, poderá ser adiantado em até um ano.

Trajeto e estações

O trajeto previsto para a Linha 2 e a possível localização das sete estações de embarque e desembarque, desenhados sobre a imagem aérea da região, foram apresentados de forma estática, numa visão geral, e dinâmica, reproduzindo o trajeto e as estações de forma progressiva sobre o mapa em movimento. A representante da concessionária ressaltou, no entanto, que o projeto ainda está em fase de elaboração, e os locais assinalados representam uma previsão, podendo ainda ser revistos; dessa forma, alguns esclarecimentos e detalhamentos solicitados ainda não podem ser respondidos. De acordo com o cronograma exibido, o projeto executivo deverá estar concluído no primeiro semestre de 2024.

Questionada por Janaína Cardoso (União) sobre a necessidade de desapropriação de imóveis, que preocupa os moradores, Letícia informou que o projeto está sendo pensado de forma a aproveitar ao máximo a faixa de  domínio ferroviário já existente e os espaços disponíveis em seu entorno, o que ensejará a remoção de ocupações irregulares (250 moradias nessa situação, segundo ela, já estão identificadas e as famílias contatadas). A desapropriação de imóveis regulares, a princípio, deverá atingir “pouquíssimas” moradias. Em ambos os casos, as negociações serão conduzidas com respeito, tranquilidade e observação estrita da legislação.

Acesso e integração

A pedido de Braulio Lara, o vídeo foi reexibido com pausas, possibilitando questionamentos específicos e sugestões de vereadores e moradores presentes sobre a localização exata, acesso de pedestres, integração com linhas de ônibus e outros modais, compartilhamento com as linhas ferroviárias da MRS, remoção de moradias, remanejamento de áreas de lazer nos locais previstos para as estações Barreiro, ao lado do Via Shopping; Ferrugem, no Bairro das Indústrias; Vista Alegre; Nova Cintra, perto do Cemitério da Colina; Nova Gameleira, próxima ao Detran; Amazonas, próxima à avenida homônima, um dos principais corredores de trânsito da região; e Nova Suissa, entre as estações Calafate e Gameleira, ponto de integração com a Linha 1. Lideranças comunitárias sugeriram a criação de canais de comunicação para prestação de informações e participação dos moradores nas decisões.

Braulio Lara reforçou a importância de se pensar conjuntamente, ainda na fase de projeto, as melhores soluções para o melhor acesso de pedestres, ciclistas e motoristas ao modal, a integração com estacionamentos, corredores de trânsito e articulação com as linhas de ônibus, otimizando o sistema de mobilidade urbana como um todo, mesmo que, para isso, sejam necessárias mais desapropriações. Letícia reiterou a responsabilidade e o empenho da Metrô-BH para o projeto dar certo, demonstrando a viabilidade de outras expansões e projetos por parte do estado.

Plano de Mobilidade

Representando o governo de Minas – o poder concedente –, a superintendente de Transporte Intermunicipal e Metropolitano da Secretaria de Infraestrutura, Bianca Gonçalves Lara, apresentou o Plano de Mobilidade da RMBH, lançado este mês pelo Executivo estadual, com os respectivos eixos, linhas de atuação e diretrizes. A Linha 2 do metrô, como modal de transporte rápido, de alta capacidade e maior previsibilidade, é um dos elementos chave. A intermodalidade e a integração, inclusive tarifária, estão entre as principais diretrizes do ecossistema, e convênios com os municípios com este fim já estão sendo encaminhados pelo estado.    

Considerando a Linha 3 do metrô prevista no Plano, subterrânea, que serviria a Região Sul da capital e municípios como Nova Lima, Braulio Lara mencionou os estudos e debates realizados pela comissão sobre a utilização de teleféricos para transporte de passageiros, com custo muito inferior e mais adequado para áreas montanhosas; a representante do governo se comprometeu a transmitir a sugestão.

O representante da Superintendência de Mobilidade de Belo Horizonte (Sumob) Sérgio Ribeiro de Carvalho informou que a articulação da nova linha do metrô com o sistema de mobilidade da capital já está sendo pensada pelo órgão e pela Prefeitura, incluindo o possível remanejamento de linhas e a busca de espaços para a integração física entre ônibus municipais e o metrô, que já possuem integração tarifária. O gestor disse que seria bom se o projeto do metrô já considerasse as áreas necessárias e reafirmou o compromisso de trabalhar junto com o estado e a concessionária da melhor maneira possível em prol do usuário de BH.

“Panela de pressão”

Braulio Lara disse que, ao longo do avanço do cronograma, serão realizados novos encontros para alinhar e esclarecer informações e ecoar as questões que forem surgindo, levando respostas à sociedade. “Não podemos errar”, alertou, lembrando que em 2028, ano da entrada da Linha 2 em operação, encerra-se o contrato de concessão com as empresas de ônibus. “A mobilidade é uma panela de pressão explodindo, é uma prioridade do cidadão que não aguenta mais gastar duas horas pra chegar ao trabalho”, concluiu o vereador.

Superintendência de Comunicação Institucional