Pesquisadores propõem medidas para qualificação do transporte público em BH

Estudo focado na proposição de medidas para reestruturar e qualificar o transporte público da Capital esteve em debate em audiência pública da Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços, realizada nesta quinta-feira (25/5), por requerimento do vereador Wesley Moreira (PP). Fruto de extensa pesquisa, o trabalho, que foi conduzido por engenheiros e pesquisadores da mobilidade urbana, apresenta um diagnóstico do atual sistema e sugere revisões focadas na melhoria do atendimento aos usuários de ônibus, bem como na redução do intervalo das viagens e dos custos operacionais. Representantes da Superintendência de Mobilidade Urbana de BH (Sumob), e da BHTrans elogiaram a complexidade e o aprofundamento do estudo, destacando que ele traz contribuições importantes para o planejamento e racionalização do serviço. Acesse aqui a apresentação resumida do estudo.  

Partindo de entrevistas realizadas com os usuários nos anos de 2018, 2019, 2022 e 2023, com vistas ao levantamento de dados sobre hábitos de uso do sistema de transporte coletivo, os pesquisadores propõem medidas para racionalizar as linhas disponíveis, evitando sobreposições e favorecendo a agilidade do transporte, de modo a trazer mais conforto aos passageiros. Segundo o engenheiro mecânico Walker Matheus Ferreira, um dos idealizadores do estudo, cerca de 10 mil pessoas foram ouvidas no levantamento, que contou com a participação de passageiros de todas as regionais da cidade. 

Rearranjos na rede

Quase metade dos entrevistados tinha como destino a região central de BH e mais de 60% se deslocam para trabalhar. O tempo médio de espera pelos ônibus na cidade é de 20 minutos e mais de 40% das viagens duram entre uma e duas horas, sendo que 14% delas ultrapassam essa duração, o que configurou uma das principais reclamações identificadas na pesquisa.

A partir desses dados e da análise do funcionamento das linhas atuais, a pesquisa propôs rearranjos de rotas e fusões de linhas que permitiram o desenho de uma nova rede de transporte, pensada segundo a ótica da otimização de custos e da diminuição do tempo perdido pelos passageiros no transporte. 

Segundo os autores do estudo, a implantação dos rearranjos previstos no projeto levaria a uma redução de 16% da frota, com a retirada de 394 veículos de circulação, bem como diminuiria em 14% a quantidade de linhas, sem que ocorresse desatendimento dos usuários. Segundo as projeções, além disso, as mudanças propostas poderiam gerar uma redução de custos da ordem de R$ 27 milhões anuais. O estudo também sugere alterações no layout dos ônibus, mudanças no embarque e desembarque nas estações do chamado Rotor Central do Move, localizado entre as Avenidas Paraná e Santos Dumont, integração de linhas e mudanças em vias de acesso em algumas ruas e avenidas de BH, entre outras.

Racionalização e eficiência

Requerente da audiência, Wesley Moreira elogiou a seriedade e complexidade do trabalho, destacando seu potencial para contribuir com a qualificação do já sobrecarregado sistema de transporte público de BH. Ponto de vista semelhante foi defendido por Braulio Lara (Novo), presidente da Comissão de Mobilidade, que defendeu a necessidade de investimento em iniciativas de racionalização do sistema, como forma de agilizar o transporte e facilitar a circulação de pessoas, garantindo que o planejamento do serviço acompanhe a evolução da cidade. 

Representantes da BHTrans e da Superintendência de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte destacaram a amplitude do estudo, elogiando a qualidade das reflexões apresentadas. Eles afirmaram ainda que as propostas contribuem para a identificação de problemas dos usuários e poderão ser utilizadas para instruir os esforços de planejamento e organização do serviço. 

O representante do Sindicato das Empresas de Transporte de Belo Horizonte (Setra-BH) destacou que o estudo contribui para o aprofundamento dos debates sobre a racionalização da rede de transporte público, de modo a garantir o aumento da eficiência, a redução dos custos e a qualificação do atendimento ao usuário final. 

Superintendência de Comunicação Institucional