POLÍTICA URBANA

Estimativa aponta mais de 10 mil pessoas em situação de rua em BH

Mais de 95 mil moradias da capital apresentam alguma inadequação, como problema estrutural ou falta de acesso a serviços públicos

terça-feira, 9 Agosto, 2022 - 16:45
Imagem de um morro com dezenas de casebres com tijolos aparente. a via é de terra

Foto: Divulgação CMBH

A pedido de Marcos Crispim (PP), a Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana solicitou à Divisão de Consultoria Legislativa (Divcol) um estudo técnico sobre o déficit de moradias e programas habitacionais no Município de Belo Horizonte. O documento, disponibilizado nesta terça-feira (9/8), traz informações sobre o número de pessoas em situação de rua; o que a Administração Pública tem feito nas Regionais referente a este déficit de moradia; o número de famílias cadastradas no Programa Casa Verde e Amarela e como funciona esse programa; entre outras informações importantes para que seja traçado um diagnóstico da situação na capital mineira. Ainda durante a reunião da comissão, foi recebida resposta da PBH sobre requerimento de Nikolas Ferreira (PL) a respeito de terreno próximo à Estrada Nova de Santa Luzia, no Bairro Canaã.

Déficit de moradias

O documento elaborado pela Divcol aponta que, de acordo com o IBGE, em 2019, em BH, havia 56 mil famílias sem casa, sendo estes números reconhecidos pela Prefeitura de Belo Horizonte. A mesma pesquisa, cujos dados foram compilados pela Fundação João Pinheiro, indica que há 95,7 mil casas inadequadas, nas quais há problemas estruturais, seja na parede, ou no teto, por exemplo; bem como problemas mais gerais tais como abastecimento de água e/ou ligação de rede elétrica.

Sobre o público em situação de rua, o estudo afirma que a PBH utiliza o CadÚnico para mapear e contabilizar a população que está em trajetória de rua. Utilizando-se estes registros, chega-se ao número de 9.649 pessoas. Contudo, o Programa Polos de Cidadania (UFMG) contesta tais dados com a alegação de que a PBH não atualiza o cadastro; não realiza a busca ativa deste público; desconsidera o montante de pessoas que não acessam tal cadastro, seja por não terem documentos que possibilitem a identificação civil, seja por desconhecerem os equipamentos públicos que fazem o cadastro; e outros por estarem em constante deslocamento uma vez que não tem local fixo de sobrevivência.

O Polos de Cidadania estima que, em Belo Horizonte, o número de pessoas em situação de rua tenha saltado para 10.241 no período de dezembro de 2021 a maio de 2022, ocupando a terceira posição no ranking nacional. A PBH não reconhece esse número e, em audiência pública , a secretária municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania informou que a PBH vai realizar um novo censo para mensurar quantitativa e qualitativamente a população em situação de rua.

Segundo informações da PBH, existem programas de intervenção em assentamentos de interesse social nas nove regionais, além de programas que não são regionalizados, pois o déficit habitacional é municipal. Ainda segundo a PBH, há uma diretriz da Política Municipal de Habitação de priorizar os reassentamentos no próprio território sob intervenção ou no seu entorno, no caso de provisão habitacional relacionada com o Programa de Remoção e Reassentamento.
De acordo com o Portal da Prefeitura de Belo Horizonte as mudanças do Programa Minha Casa Minha Vida para o Programa Casa Verde e Amarela serão aplicadas em empreendimentos lançados futuramente e não há previsão de inscrições para o novo programa.

Área no Bairro Canaã

O requerimento de Nikolas Ferreira, destinado ao prefeito Fuad Noman (PSD) e ao secretário municipal de Política Urbana, João Antônio Fleury Teixeira, solicitando informações acerca de trecho viário denominado Trevo Três Mil Quinhentos e Quarenta e Dois, alça da Estrada Nova para Santa Luzia, também recebeu resposta da PBH. O parlamentar questionou se a via está oficializada em planta de parcelamento de solo aprovada; se constitui terreno integrante do patrimônio público ou foi implantada pelo poder público municipal; e ainda, se possui uma denominação provisória ou um nome oficialmente outorgado.
Em resposta, a PBH informou que a via é definida pelo Plano Diretor com a classificação de Ligação Regional e que possui denominação provisória, de Trevo Três Mil Quinhentos e Quarenta e Dois. “Não se trata de denominação oficialmente outorgada, portanto estando apta a receber denominação oficial”, informou o documento.

Superintendência de Comunicação Institucional 

27ª Reunião Ordinária - Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana