VULNERABILIDADE SOCIAL

Aumento de pessoas em situação de rua prejudica comércio na Avenida Alberto Cintra

Comissão ouviu demandas de moradores e comerciantes da região preocupados com a questão social e com os negócios

terça-feira, 26 Julho, 2022 - 17:00
Pessoa em situação de rua , deitado na porta de um estabelecimento comercial fechado. Um pano vermelho está estendido cobrindo uma parte da calçada e há muito lixo na calçada

Foto: Claudio Rabelo/CMBH

Reclamações de comerciantes da Avenida Alberto Cintra, no Bairro União, acerca das atividades de pessoas em situação de rua na região, motivaram a Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor a fazer uma visita técnica ao local nesta terça-feira (26/7). A pedido da vereadora Professora Marli (PP), representantes da Prefeitura e de associações comunitárias conversaram com comerciantes e moradores da região para entender as queixas e tentar encontrar uma solução para a questão social.

Os comerciantes reclamaram da queda no faturamento provocada pela presença de barracas, lonas e até mesmo cães nas proximidades dos estabelecimentos. Eles reconheceram as dificuldades enfrentadas pelas pessoas em situação de rua e alegaram que ajudam com alimentos sempre que possível. Entretanto, para eles, além da redução de clientes há uma sensação de insegurança, tendo em vista as discussões, brigas e até ameaças por parte de indivíduos que usam drogas ilícitas e/ou abusam do uso de drogas lícitas. O grupo pede que o poder público tome providências para acolher as pessoas em situação de rua de forma digna e que, enquanto não for possível abrigar a todos, que sejam feitas vistorias e fiscalizações e seja reforçado o patrulhamento nos locais de maior incidência de reclamações.

Os representantes de associações comunitárias presentes durante a visita afirmaram que sempre houve esse tipo de problema, mas que atualmente observa-se um aumento significativo de pessoas em extrema pobreza nas ruas do bairro. Segundo eles, essas pessoas estariam em busca de alimentos, donativos e de materiais recicláveis na região como forma de prover o próprio sustento. Eles afirmaram também que, não raro, há conflitos entre os próprios membros dessa população vulnerável ou entre eles e os comerciantes ou moradores. Para Abner Soares, morador da região, a ideia é encontrar soluções alinhando diversas frentes de trabalho do poder público com a participação de diferentes atores sociais.

Diretora de Assistência Regional Nordeste, Simone Pegoretti lembrou que o aumento da população em situação de rua pode ser percebida em todas as grandes metrópoles. Ela salientou que a PBH trabalha com abordagem de rua, com sensibilização para que estas pessoas retomem os vínculos sociais, com encaminhamento para casas de passagem e serviços de saúde, entre outras ações. Simone Pegoretti assegurou que o serviço de assistência social da PBH oferece atendimentos ao público mais vulnerável e lembrou que a solução do problema, que é extremamente complexo, envolve várias frentes de trabalho.

 Autora do requerimento que assegurou a realização da visita técnica, Professora Marli ressaltou que foi eleita para falar pelos belo-horizontinos. Ela destacou que, embora reconheça as dificuldades das pessoas em situação de rua, também entende a posição dos comerciantes que precisam manter vivos os estabelecimentos. “O prefeito anterior não cuidou devidamente da cidade e, agora com o novo prefeito, é hora de mudar a situação. É com esse espírito que estamos aqui: o de tentar resolver”, afirmou.

Superintendência de Comunicação Institucional