Aumento de pessoas em situação de rua prejudica comércio na Avenida Alberto Cintra

Reclamações de comerciantes da Avenida Alberto Cintra, no Bairro União, acerca das atividades de pessoas em situação de rua na região, motivaram a Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor a fazer uma visita técnica ao local nesta terça-feira (26/7). A pedido da vereadora Professora Marli (PP), representantes da Prefeitura e de associações comunitárias conversaram com comerciantes e moradores da região para entender as queixas e tentar encontrar uma solução para a questão social.
Os comerciantes reclamaram da queda no faturamento provocada pela presença de barracas, lonas e até mesmo cães nas proximidades dos estabelecimentos. Eles reconheceram as dificuldades enfrentadas pelas pessoas em situação de rua e alegaram que ajudam com alimentos sempre que possível. Entretanto, para eles, além da redução de clientes há uma sensação de insegurança, tendo em vista as discussões, brigas e até ameaças por parte de indivíduos que usam drogas ilícitas e/ou abusam do uso de drogas lícitas. O grupo pede que o poder público tome providências para acolher as pessoas em situação de rua de forma digna e que, enquanto não for possível abrigar a todos, que sejam feitas vistorias e fiscalizações e seja reforçado o patrulhamento nos locais de maior incidência de reclamações.
Os representantes de associações comunitárias presentes durante a visita afirmaram que sempre houve esse tipo de problema, mas que atualmente observa-se um aumento significativo de pessoas em extrema pobreza nas ruas do bairro. Segundo eles, essas pessoas estariam em busca de alimentos, donativos e de materiais recicláveis na região como forma de prover o próprio sustento. Eles afirmaram também que, não raro, há conflitos entre os próprios membros dessa população vulnerável ou entre eles e os comerciantes ou moradores. Para Abner Soares, morador da região, a ideia é encontrar soluções alinhando diversas frentes de trabalho do poder público com a participação de diferentes atores sociais.
Diretora de Assistência Regional Nordeste, Simone Pegoretti lembrou que o aumento da população em situação de rua pode ser percebida em todas as grandes metrópoles. Ela salientou que a PBH trabalha com abordagem de rua, com sensibilização para que estas pessoas retomem os vínculos sociais, com encaminhamento para casas de passagem e serviços de saúde, entre outras ações. Simone Pegoretti assegurou que o serviço de assistência social da PBH oferece atendimentos ao público mais vulnerável e lembrou que a solução do problema, que é extremamente complexo, envolve várias frentes de trabalho.
Autora do requerimento que assegurou a realização da visita técnica, Professora Marli ressaltou que foi eleita para falar pelos belo-horizontinos. Ela destacou que, embora reconheça as dificuldades das pessoas em situação de rua, também entende a posição dos comerciantes que precisam manter vivos os estabelecimentos. “O prefeito anterior não cuidou devidamente da cidade e, agora com o novo prefeito, é hora de mudar a situação. É com esse espírito que estamos aqui: o de tentar resolver”, afirmou.
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