Apoio a mulheres em uma gravidez indesejada será tema de audiência pública
Mais de 60% das mulheres brasileiras já tiveram pelo menos uma gravidez não planejada. Encontro será no dia 18 de março
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Cerca de 62% das mulheres já tiveram pelo menos uma gravidez não planejada no Brasil, segundo pesquisa da Bayer em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), realizada em 2021. O percentual brasileiro supera o mundial, que é de 40%, de acordo com a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp). Esperada ou não, a notícia de uma gravidez é sempre um momento de impacto emocional para qualquer mulher. Seu corpo, sua rotina e seus planos vão mudar, e é compreensível que sinta medo e angústia não apenas durante a gestação, mas no parto e no puerpério. Uma rede de acolhimento e informação pode ajudar a tornar esse caminho mais tranquilo. Esse é o assunto de audiência pública que a Comissão de Mulheres promove, no dia 18 de março, às 10h, como parte da programação do Mês da Mulher na Câmara Municipal. A agenda foi marcada em reunião nesta sexta-feira (11/3), a pedido de Flávia Borja (Avante) e Professora Marli (PP). Confira o resultado completo da reunião.
Segundo as vereadoras, a proposta é debater a situação de diversas mulheres que não encontram apoio quando descobrem a gravidez e a importância da assistência e de suporte institucionais para a continuidade da gestação. A assistência incluiria, por exemplo, preparação pré-parto e pós-parto, apoio psicológico, informações sobre cuidados com o bebê e amamentação, e cursos profissionalizantes para gestantes. A lista de convidados está sendo fechada e será apresentada nos próximos dias.
Aumento dos índices e dificuldades enfrentadas
O número de mulheres com gravidez não planejada no Brasil vem subindo a cada ano. Em 2012, a Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveu uma pesquisa na qual foram ouvidas 24 mil mulheres e 55% das que tiveram filhos não haviam planejado a gravidez.
No estudo da Bayer e da Febrasgo, que englobou mil mulheres das cinco regiões brasileiras e foi feito entre os meses de agosto e setembro de 2021, este número já saltou para 62%. Participantes das classes sociais A, B e C, residentes em todas as regiões do Brasil, foram entrevistadas on-line sobre gestação e acesso a métodos contraceptivos. Segundo especialistas, os prejuízos de uma gravidez indesejada ocorrem em diversas áreas. Além do abandono escolar, a gravidez não planejada está associada a maiores índices de mortalidade e morbidade tanto da mãe quanto do feto, parto prematuro, depressão pós-parto e prejuízos econômicos.
Estudo feito em 2019 pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente, mostrou que 20% das mães no Brasil não concluíram o ensino fundamental, ou seja, estudaram menos de sete anos. Considerando as mães adolescentes (com até 19 anos), esse índice salta para quase 30%. O estudo mostra que a gravidez não planejada, principalmente de adolescentes, provoca resultados desastrosos na educação.
Participaram da reunião as vereadoras Flávia Borja, Professora Marli, Fernanda Pereira Altoé (Novo), Iza Lourença (Psol) e Macaé Evaristo (PT).
Superintendência de Comunicação Institucional