ORDEM DO DIA

Vacinação contra leishmaniose animal pode ser votada nesta quinta

Texto propõe, além da vacinação gratuita uma vez por ano, ações como campanhas orientadoras para os proprietários dos animais

quarta-feira, 1 Dezembro, 2021 - 09:00

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Está na pauta da reunião do Plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte desta quinta-feira (2/12), às 15h, o Projeto de Lei 91/2021, do vereador Rubão (PP), que dispõe sobre a Política Municipal de Vacinação contra Leishmaniose em Belo Horizonte. O texto estabelece ações que compõem a política de vacinação contra a leishmaniose como campanha de divulgação, com metas para elucidar as características da doença e seus sintomas, precauções a serem tomadas pelos proprietários e vacinação gratuita dos animais, a ser realizada uma vez por ano, podendo o poder público firmar convênio com instituições públicas ou privadas. Tramitando em 1º turno, a proposição depende do voto favorável de 2/3 dos membros da Câmara (28 vereadores) para ser aprovada.

Em sua justificativa ao projeto, Rubão afirma que a leishmaniose visceral é uma doença grave que acomete animais e seres humanos e possui uma taxa de mortalidade em mais de 90% dos casos quando não tratada de maneira correta. Rubão acrescenta que, nos últimos seis anos, 31.959 cães sofreram eutanásia em Belo Horizonte, o que reforça a necessidade de prevenção à doença.

Na Comissão de Saúde e Saneamento, o relator da proposta, Cláudio do Mundo Novo (PSD), justificou que “a vacinação evita doenças nos animais e na população, promovendo a saúde”, e que a proposta inova a legislação municipal e está de acordo com o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral (PVC-LV), do Ministério da Saúde, que “prevê a realização, de forma integrada, de medidas de controle que visam o diagnóstico precoce e tratamento adequado dos casos humanos, o controle do reservatório canino e do vetor, associadas a atividades de educação em saúde”.

Já na Comissão de Orçamento e Finanças Públicas o texto recebeu parecer pela rejeição, conforme indicado pelo relator Álvaro Damião (DEM), que alegou que o projeto, do ponto de vista orçamentário, cria despesa sem indicação das receitas de custeio. “A repercussão financeira é incompatível com a lei orçamentária anual e com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias”, conclui Damião.

O PL 91/2021 teve ainda parecer pela constitucionalidade, ilegalidade e regimentalidade na Comissão de Legislação e Justiça e não recebeu parecer da Comissão de Administração Pública, por perda de prazo. A proposta recebeu duas emendas durante a tramitação que serão analisadas em 2º turno.

A leishmaniose

Segundo o Ministério da Saúde, a leishmaniose visceral é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, conhecido popularmente como mosquito palha. No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis. É uma doença infecciosa sistêmica que tem como principais sintomas febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular e anemia. A transmissão acontece quando fêmeas do mosquito palha picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da leishmaniose visceral. Apesar de grave, a leishmaniose tem tratamento para os humanos; ele é gratuito e está disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

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