Risco de desabastecimento de BH em razão da baixa captação em debate nesta terça
Responsável pelo abastecimento hídrico de 60% de BH, Sistema Bela Fama está em estado de alerta devido à baixa vazão nas últimas semanas
Foto: Flávia Carvalho/CMBH
O risco de desabastecimento das regiões da Capital em razão da redução da captação de água no Sistema Bela Fama, localizado no município vizinho de Nova Lima (MG) e alimentado pelo Rio das Velhas, será avaliado e debatido com representantes da Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa), órgãos municipais e estaduais, entidades ambientais e Ministério Público nesta terça-feira (14/9), às 13h40, na Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana. A preocupação dos vereadores, gestores, ambientalistas e moradores da cidade deve-se à diminuição significativa da vazão da água nas últimas duas semanas, que reduziu o volume captado e pode causar o racionamento do recurso. O objetivo do encontro é obter informações sobre a situação e as medidas que vêm sendo tomadas ou previstas para evitar o agravamento do problema. Cidadãos interessados poderão acompanhar a audiência pública ao vivo no Portal CMBH e já podem enviar perguntas e comentários aos participantes.
No requerimento da audiência, Bella Gonçalves (Psol) e Irlan Melo (PSD) relatam possíveis causas e consequências da redução da captação de água no Sistema Bela Fama, alimentado pelo Rio das Velhas, que entrou em estado de alerta. Em funcionamento normal, o sistema implantado em 1969 capta atualmente cerca de 25% das águas do rio, aproximadamente 7.500 m³ por segundo, e é responsável por mais de 60% do abastecimento hídrico de Belo Horizonte e da maior parte da Região Metropolitana. Em agosto, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Velhas) divulgou relatório apontando que a vazão do manancial estava abaixo de 10,4 metros cúbicos por segundo, volume mínimo considerado seguro para o rio.
Deliberação Normativa do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos determina que o estado de alerta seja decretado quando o índice de monitoramento for menor que o valor médio dos últimos 10 anos por sete dias seguidos; se a redução chegar a 70%, o rio entra em estado de restrição de uso. No momento, com o nível mais baixo que nas estações secas dos últimos anos, a Copasa já reduziu em 500 litros por segundo o volume da captação, e se a falta de chuvas se prolongar por muito tempo poderá ser necessário o racionamento do recurso. Para agravar a situação, a Vale S/A ainda não entregou a nova fonte de captação do Sistema Paraopeba, que abastece os outros 40% da cidade, prevista para setembro de 2020 e adiada para fevereiro deste ano; o estágio atual da obra também será questionado à empresa.
Convidados
São aguardados para participar do encontro o ambientalista Marcus Vinícius Polignano, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Velhas); Marcelo da Fonseca, do Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam); Guilherme Frasson, da Copasa; o promotor Francisco Generoso, da Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais; Mario Werneck, secretário municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte; e Mila Batista Corrêa da Costa, da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH). Questões encaminhadas pela população por meio do formulário eletrônico já disponível, poderão ser recebidas e respondidas pelos participantes até o final da audiência.
Superintendência de Comunicação Institucional