Vereadores vão receber secretária e propor continuidade do Canto da Rua
Projeto oferece banho, lanche e assessoria jurídica; secretária de Assistência Social, Maíra Colares, é esperada nesta sexta (3/9), às 10h
Foto: Cláudio Rabelo / CMBH
Anunciado para esta semana, o fechamento do projeto Canto da Rua Emergencial, na Serraria Souza Pinto, que tem oferecido atendimento à população em situação de rua durante a pandemia, preocupa usuários, entidades de apoio e vereadores. Diante disso, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário aprovou, nesta terça-feira (31/8), em reunião extraordinária, convite à secretária municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Maíra da Cunha Pinto Colares, para discutir, na próxima sexta-feira (3/9), a possível continuidade das ações do projeto, que oferece, banho, lanche, abrigo e assessoria jurídica às pessoas em situação de rua. No encontro, requerido pelo vereador Bráulio Lara (Novo) e agendado para as 10h, no Plenário Camil Caram, serão cobradas do Executivo políticas públicas voltadas a essa população, principalmente durante a pandemia. O convite foi motivado por audiência pública da Comissão, na última quinta-feira (26/8), e por visita técnica ao espaço, no dia 23 de agosto, quando foram avaliados a estrutura e os serviços prestados, ambas iniciativas do Grupo de Trabalho (GT) BH sem Morador de Rua. O grupo foi criado no âmbito da Comissão de Desenvolvimento Econômico e tem por finalidade colher dados e experiências para subsidiar a análise e busca de soluções para a questão. Conforme apurado, as principais demandas do segmento são por moradia e trabalho.
Saúde, dignidade, trabalho e, principalmente, moradia são as demandas centrais para efetivo atendimento à população em situação de rua, conforme relatado pelos participantes da audiência pública, na última quinta-feira (26/8). A curto prazo, a maior preocupação dessas pessoas é o iminente fechamento do projeto Canto da Rua Emergencial, criado em junho de 2020, que atende 800 pessoas por dia, na Serraria Souza Pinto. Idealizado e gerido pela Pastoral de Rua, em parceria com a Defensoria Pública, o projeto oferece água, lanche, banho, lavanderia, assessoria jurídica e hospedagem aos mais vulneráveis.
Com encerramento anunciado para o final de agosto, o Canto da Rua Emergencial recebeu os vereadores no último dia 23, quando comprovou-se a oferta de direitos básicos como água potável, alimentação, higiene pessoal e hospedagem para idosos e pessoas com comorbidades. Segundo a Pastoral de Rua, o projeto sobrevive com recursos de doações e, em 14 meses de funcionamento, o número médio de atendimentos passou de 250 para 800 pessoas por dia. Além dos serviços emergenciais, o projeto hospeda e acompanha pessoas em situação de risco, identificando e promovendo iniciativas de geração de trabalho e renda.
GT BH sem Morador de Rua
As análises e proposições do Grupo de Trabalho (GT) BH sem Morador de Rua, que tem como relator Brailio Lara (Novo), abrangem quatro eixos: atendimento e encaminhamento social; revitalização de centralidades e bairros degradados; fomento do turismo em regiões específicas; e reinserção no mercado de trabalho. A pedido do relator, a consultoria da Câmara compilou dados da Secretaria de Assistência Social (Smasac), atualizados em junho, que registram 8.374 pessoas em situação de rua cadastradas pela PBH, sendo 89% do sexo masculino e 83% negras e pardas; no que tange aos vínculos familiares, 67% não têm contato com a família, “nunca ou quase nunca”, e 80% recebem bolsa-família ou renda similar.
Participaram do encontro os vereadores Wesley (Pros), que preside a Comissão, Henrique Braga (PSDB) e Braulio Lara (Novo).
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional