MULHERES

Impacto da pandemia para trabalhadoras domésticas estará em debate

Constantemente desvalorizada, categoria segue trabalhando normalmente, aumentando a exposição e o risco de contágio

sexta-feira, 16 Abril, 2021 - 14:00

Foto: Karoline Barreto/CMBH

O trabalho doméstico no Brasil representa um mercado em que 92% dos trabalhadores são mulheres e muitas delas são as únicas provedoras do lar. A atividade foi considerada essencial durante a pandemia, impossibilitando que as empregadas pudessem fazer o isolamento. Além disso, grande parte da categoria trabalha na informalidade, o que facilita da demissão e/ou a redução salarial. Como consequência, há mais exposição da trabalhadora e uma maior chance de contágio pelo coronavírus. Para discutir a situação das domésticas em tempos de pandemia, a Comissão de Mulheres marcou uma audiência pública para o dia 27 de abril, às 10h. Nesta data é comemorado o Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas e em seu requerimento, a vereadora Macaé Evaristo (PT) salientou que a data é um marco de luta contra a crescente desvalorização das condições de trabalho, discriminação e violência que permeiam as empregadas domésticas, ainda em maior grau no contexto da covid-19. O Dia Mundial da Voz também foi lembrado durante a reunião desta sexta-feira (16/4).

Para participar da audiência serão convidadas a presidente do Sindicato Das Trabalhadoras Domésticas da Bahia, secretária geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas e militante do Movimento Negro Unificado, Creuza Maria Oliveira; e a estudante de Direito e trabalhadora informal Josileila Cardoso de Souza. 

Destacando a relevância do tema, a vereadora Iza Lourença (Psol) parabenizou Macaé pela iniciativa e afirmou as trabalhadoras domésticas estão entre as categorias mais afetadas nesta pandemia. 

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicada em dezembro de 2019, concluiu que o trabalho doméstico remunerado ainda é caracterizado por uma atividade precária, com baixos rendimentos, baixa proteção social, discriminação e até assédio. Mais de 6 milhões de brasileiros dedicam-se a esses serviços como mensalistas, diaristas, babás, cuidadoras, motoristas, jardineiros ou quaisquer outros profissionais contratados para cuidar dos domicílios e da família de seus empregadores. Desse total, 92% são mulheres – em sua maioria negras, de baixa escolaridade e oriundas de famílias de baixa renda. 

Dia Mundial da Voz

Durante a reunião, a vereadora Flávia Borja (Avante) lembrou que esta sexta-feira (16/4) é dia Mundial da Voz. Fonoaudióloga, Flávia alertou para a importância de detectar precocemente o câncer de laringe e chamou a atenção para os cuidados necessários às pessoas que usam a voz como instrumento de trabalho, entre eles jornalistas, professores e cantores. 

Ela ressaltou ainda o trabalho dos vereadores que, segundo ela, não usam a voz apenas organicamente. “Nossa voz representa muitas vozes, somos a voz de muitas pessoas, inclusive de muitas mulheres. Quero parabenizar as mulheres desta comissão que dão voz aos clamores de muitas outras mulheres e também da cidade”, afirmou.

Também participaram da reunião as vereadoras Fernanda Altoé (Novo) e Marilda Portela (Cidadania). 

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional 

8ª Reunião Ordinária -Comissão de Mulheres