Secretário de Estado confirma possibilidade de desabastecimento de água em BH
Marco Aurélio Barcelos foi ouvido pelos vereadores da CPI das Barragens e sugeriu a participação da Câmara no Comitê Pró-Brumadinho
Foto: Bernardo Dias/CMBH
A CPI das Barragens ouviu, na manhã desta terça-feira (6/8), o secretário Estadual de Infraestrutura e Mobilidade, Marco Aurélio Barcelos. A secretaria, criada no mês de julho com a reforma administrativa do Governo do Estado, substituiu a antiga Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas. Na reunião, onde estiveram presentes os vereadores Edmar Branco (Avante), Irlan Melo (PR), Gabriel (PHS) e Bella Gonçalves (Psol), Barcelos, mesmo dizendo que a secretaria não tem competência sobre as atividades da Copasa, confirmou a possibilidade de desabastecimento de água na Região Metropolitana a partir de junho de 2020. “Conversei com o presidente da Copasa que disse ter preocupação com o prazo final para a entrega das obras da nova captação no Rio Paraopeba. Por parte da Copasa, o cronograma está sendo realizado de forma regular, mesmo assim podemos enfrentar dificuldades entre junho e setembro de 2020, caso o regime de chuvas seja igual a 2014/2015. Com este cenário talvez tenhamos um racionamento de água em Belo Horizonte”, disse o secretário. Para o vereador Edmar Branco, que preside a CPI, a confirmação só aumenta a preocupação da população da capital.
“Estamos muito preocupados, principalmente quando o senhor repete as informações que já nos foram passadas sobre a possibilidade real de desabastecimento de água em Belo Horizonte e outras cidades que podem ficar sem nenhuma água potável”, disse Branco. Irlan lembrou que além dos problemas enfrentados na captação do Paraopeba, o Rio das Velhas também enfrenta riscos caso haja rompimento de novas barragens. “Se o Rio das Velhas for atingido pelo rompimento de novas barragens, Belo Horizonte tem água para 6 a 8 horas de abastecimento. Estamos reféns destes dois sistemas”, destacou o vereador, que é relator da CPI.
Comitê Pró-Brumadinho
O secretário Estadual de Infraestrutura e Mobilidade também disse aos vereadores que vai apresentar ao Comitê Pró-Brumadinho pedido para que um vereador faça parte do grupo. “É fundamental ter a presença de um vereador para participar das reuniões mensais de prestação de contas sobre as obras, sobre os riscos em relação ao Rio das Velhas e também auxiliar na construção de novas ações em relação trabalho desenvolvido pelo comitê”, disse Barcelos.
Criado pelo governo do Estado, por meio do Decreto NE nº 176, de 2019, o comitê tem a finalidade de coordenar as diversas ações governamentais a favor dos cidadãos envolvidos pelo desastre de Brumadinho buscando respostas rápidas e efetivas, além de se estruturar ações preventivas contra potenciais novas tragédias. Participam do comitê diversas secretarias, como a de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Desenvolvimento Social, diferentes órgãos estaduais, como Advocacia Geral do Estado, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Copasa, todos sob a coordenação da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão.
Para o vereador Edmar Branco, a participação da Câmara no comitê é fundamental para a Capital. “O senhor traz uma boa proposta, pois é muito importante ter alguém de BH. Vamos aguardar este convite para fazer a indicação do vereador que irá representar a Casa”, finalizou Branco.
Criada em fevereiro, a CPI das Barragens chega à fase final dos seus trabalhos e ouvirá, na próxima segunda-feira (12/8), às 9h30, o senador Carlos Viana. A entrega do relatório final do vereador Irlan Melo está marcada para o dia 20 de agosto.
Tratamento de água
Antes do início da reunião, foi exposto aos vereadores presentes, um sistema de tratamento de água e despoluição hídrica complementar aos trabalhos que estão sendo desenvolvidos pela Copasa no Rio Paraopeba. O sistema, que foi apresentado pelo assessor da empresa DT Engenharia, Marcelo Belisário Campos, funciona como equipamento capaz de “agregar segurança hídrica” aos usuários. Marcelo Belisário, que foi superintendente do Ibama logo após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, demonstrou como funciona o tratamento por meio do chamado “flotflux”, destacando que esta pode ser uma solução alternativa para a despoluição das águas do Rio Paraopeba.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional