Vereadores foram ao Bairro Ouro Preto debater impactos de alterações viárias

Em audiência pública externa, na noite de terça-feira (8/10), a Comissão de Administração Pública se reuniu com a comunidade do Bairro Ouro Preto (regional Pampulha) em uma igreja da região para dar continuidade à discussão sobre as mudanças de circulação implementadas pela BHTrans nas principais vias do bairro. Moradores e comerciantes reclamaram dos engarrafamentos, dificuldade de acesso aos estabelecimentos e falta de segurança nas ruas. A BHTrans irá avaliar adaptações para atender aos moradores. Será criada comissão para acompanhar os trabalhos.

Presidente da Comissão e autor do requerimento da audiência, o vereador Professor Wendel (PSB) explicou que, após visita técnica ao local (realizada como encaminhamento da primeira audiência pública sobre o tema, no mês de junho), os parlamentares identificaram a necessidade de se reavaliar algumas intervenções realizadas no trânsito, buscando atender às reivindicações dos moradores e comerciantes.

Impactos

A comunidade declarou que vem sofrendo impactos desde o início de junho, quando a Prefeitura alterou a circulação de 11 ruas do bairro, que passaram a ser mão única, modificando, inclusive, os itinerários e os pontos de parada de linhas de ônibus. Os comerciantes destacaram a Rua Monteiro Lobato, uma das principais vias do bairro, que deixou de ser mão dupla, permitindo a circulação apenas no sentido bairro-centro. “O comércio despencou. As vendas reduziram de 30 a 60%”, afirmou Danilo Correa, comerciante local, explicando que as pessoas faziam suas compras na volta para casa, o que deixou de acontecer em função do desvio na circulação. “Além disso, passamos a ter alto índice de arrombamentos nas lojas”, lembrou o lojista, destacando a sensação de insegurança em toda a região em razão da redução do fluxo de pessoas em determinadas ruas.

Na mesma perspectiva, Abílio Rodrigues, morador do Ouro Preto, afirmou que o planejamento da BHTrans foi mal feito. “Foi uma intervenção urbana que não considerou que o bairro precisa de ruas de entrada e saída. E privilegiou as ruas de saída”, resumiu. “Em dois ou três anos isso pode representar o colapso do trânsito na região”, completou o morador, lembrando o grande congestionamento provocado pelos desvios na Av. Fleming, já movimentada em razão dos bares e restaurantes.

Para o vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV), “o projeto é positivo, mas é preciso avaliar alguns incômodos trazidos pelos moradores, como as mudanças de circulação”.

Encaminhamentos

Gerente de Projetos da BHTrans, Patrícia Mara Silva explicou que o projeto vem sendo desenvolvido desde 2008, a partir de diversas solicitações de moradores do bairro. “Foram estudados os acidentes que ocorrem na região e feita a contagem de veículos nas interseções. Existe uma concepção de projeto que tenta preservar as vias locais e estabelecer algumas vias de contorno principais”, afirmou. A BHTrans garantiu que irá estudar as reivindicações apresentadas, mas afirmou que a circulação da Rua Monteiro Lobato permanecerá como está.

Já o secretário adjunto da regional Pampulha, João Gualberto Filho, lembrou que a situação deve melhorar com o alargamento e abertura de duas vias na região, em função da construção de um conjunto habitacional no terreno do antigo clube do América.

Os parlamentares aprovaram a realização de nova visita técnica ao local e a criação de uma comissão para acompanhar os impactos das modificações e os estudos da BHTrans, a fim de atender às reivindicações da comunidade.

Superintendência de Comunicação Institucional