Vereadores cobram fiscalização do excesso de água no frango
Comissão especial será criada para apurar possíveis irregularidades
Vereadores cobram fiscalização do excesso de água no frango congelado
Em audiência pública realizada nesta quinta-feira (24/5), pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, vereadores cobraram fiscalização do frango congelado comercializado na capital. Nos últimos anos, consumidores vêm questionando a divergência entre o peso líquido do produto anunciado na embalagem e o peso real do frango, que estaria sendo adultarado pelo excesso de água. A audiência recebeu representantes do Procon-BH, Ministério Público, Vigilância Sanitária, Ministério da Agricultura, Instituto de Metrologia e Qualidade do Estado de MG (IPEM) e entidades representativas dos comerciantes e avicultores. Foi encaminhada a formação de uma comissão especial para visita e fiscalização dos produtos em pontos de venda de Belo Horizonte.
A audiência pública foi solicitada pelo vereador Moamed Rachid (PDT), 2º vice-presidente da Mesa Direitora, para cobrar das autoridades e do poder público explicações sobre a comercialização do produto na capital. Conforme o vereador apurou, consumidores da capital estariam sendo lesados por empresas que adulteram o peso do frango congelado por meio do acréscimo de água.
Foi exibido um vídeo com matéria jornalística veiculada por uma emissora de televisão em 2009 sobre o excesso de água no frango congelado comercializado em Minas Gerais. Na mesma época, a Assembleia Legislativa de Minas realizou uma audiência pública sobre o assunto, sugerindo, por meio da Comissão de Defesa do Consumidor, algumas propostas como a edição de uma cartilha explicativa para a população e a divulgação de informações no site do PROCON. O vereador Moamed questionou os convidados sobre a efetivação dessas propostas.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Minas Gerais possui 18 abatedouros, e todos eles são fiscalizados permanentemente pela instituição a fim de garantir que sejam atendidas as exigências legais. Todo o processo, desde o abatimento até a distribuição do produto, seria acompanhado por equipes fixas que ficam nas instituições. O Ministério autoriza os avicultores a congelar o frango com acréscimo de até 6% de água em aves “in natura”. O limite sobe para 20% em frangos temperados com salmoura, porém, estes estão restringidos a edições limitadas de festas de fim de ano.
“O Ministério garante a fiscalização na origem, mas o varejo não está sendo fiscalizado”, questionou a vereadora Neusinha Santos (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consuimdor.
A Vigilância Sanitária explicou que faz avaliações mensais em pontos de venda, mas o foco da instituição é identificar os riscos para a saúde. Já as fraudes que ocasionem perda econômica ao consumidor não são da competência dos fiscais sanitários. Ainda assim, a Vigilância Sanitária afirmou que, quando procurada pontualmente pelo cidadão lesado, faz a coleta do material denunciado e encaminha para análise no Ministério da Agricultura.
“Ficou evidente a ausência de uma periodicidade, inclusive com relatório público, sobre a fiscalização do produto. É preocupante, por exemplo, o fato de que o IPEM tem prerrogativa para medir a quantidade de água nos peixes, mas não para medir do frango. O consumidor precisa de informações mais precisas”, questionou Moamed.
O Procon e o Ministério Público afirmaram que não têm recebido denúncias formais sobre esse tema, mas esclareceram que o consumidor que se sentir lesado e suspeitar de alguma fraude deve procurá-los. Os representantes dos supermercados, açougues e outros pontos de venda se dispuseram a colaborar e afirmaram que, sempre que confirmada qualquer denúncia, suspendem imediatamente as vendas dos produtos irregulares.
Diante constatação dos órgãos de proteção ao consumidor de que não existem denúncias sobre o assunto, a vereadora Silvia Helena (PPS), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, ponderou que o problema poderia ser pontual, envolvendo apenas um estabelecimento suspeito.
Comissão Especial
Para saber se realmente todas as regras estão sendo respeitadas, os vereadores Moamed Rachid e Neusinha Santos foram favoráveis à criação de uma comissão especial para apurar irregularidades no comércio do frango congelado e visitar estabelecimentos da capital. Mesmo contrária à formação da comissão dedicada ao tema, a vereadora Neusinha Santos votou por sua aprovação
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