Wagner Ferreira é o quarto entrevistado de videocast da CMBH
Parlamentar do PV, 1º secretário da Casa, fala sobre projetos na área de meio ambiente e de sua preocupação com bets

Foto: Cláudio Rabelo/CMBH
Belo Horizonte tem 81 parques municipais, e as áreas verdes estão espalhadas pelas 10 regionais da cidade. Desde o início deste ano, o vereador Wagner Ferreira (PV) se comprometeu a visitar todos esses espaços, sem exceção. Ele já esteve em cerca de 30 e, segundo o parlamentar, a situação não é exatamente animadora. “Encontramos muitos lugares com lixão, falta de segurança, sem portaria. Tem parque que não abre aos finais de semana, bem quando a população mais precisa desses espaços”, contou Wagner em entrevista ao quarto episódio do programa Câmara em Foco, em formato de videocast. O parlamentar, que é 1º secretário da Casa e presidente da Comissão de Administração Pública e Segurança Pública, além de relator da Comissão Especial de Estudo - Águas Pluviais e Prevenção de Riscos, falou não apenas sobre sua preocupação com o meio ambiente, mas também de segurança pública, transporte, pautas antirracistas e de uma preocupação bem atual: o crescimento das apostas virtuais.
Drenagem urbana
Wagner Ferreira é autor do projeto de lei que deu origem à Lei 11.836/2055, que reconhece o valor ecológico, paisagístico, cultural e comunitário da área conhecida como Mata Lareira, na Regional Venda Nova. Ele acredita que, a partir desse reconhecimento, o espaço pode ser desapropriado e transformado em um parque público. “Esse projeto é fundamental porque significa o reconhecimento do município de que aquela área verde merece a nossa proteção. Áreas como a Mata Lareira são imprescindíveis para, entre outras coisas, absorver as águas das chuvas”, disse.
Ele lembra o que ocorreu com o rompimento da barragem do Parque Lagoa do Nado, em novembro do ano passado. Não fosse a mata do local, que absorveu a água, ela teria descido para a avenida Pedro II “com uma força enorme, e poderia ter causado uma tragédia”. Além de fazer um diagnóstico do problema de drenagem urbana na cidade, o objetivo da comissão de estudo da qual Wagner assumiu a relatoria é propor soluções.
“Quero deixar aqui um pedido para que a população acredite no trabalho dessa comissão, que funciona todas as semanas com visitas técnicas e audiências públicas, ouvindo especialistas e as comunidades. Estamos muito confiantes que nesta legislatura vamos conseguir avançar nesse tema”, falou.
Apostas virtuais
Um tema que vem preocupando Wagner Ferreira é o crescente vício em apostas virtuais. Ele é autor, junto com outros vereadores, do PL 362/2025, que proíbe a publicidade de agentes operadores de apostas virtuais e jogos de azar em Belo Horizonte. O vereador do PV também quer criar o Dia Municipal de Conscientização e Enfrentamento ao Vício em Apostas Virtuais e Jogos de Azar, em 1º de abril. “No ano passado, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família apostaram em bets. São recursos que deveriam estar indo para o comércio local e não alimentando o vício das apostas online”, disse.
Segundo Wagner, não dá para esperar que o Congresso Nacional resolva essa questão, já que a CPI das Bets, no Senado, não teve seu relatório final aprovado. Ele pretende proibir a publicidade em espaços públicos, mas também evitar que o município apoie, patrocine e conceda licenças para atividades ligadas a agentes operadores de bets.
“Só no ano passado, mais de R$ 100 bilhões foram destinados às bets no Brasil, o que tem gerado prejuízo a vários setores, além de destruir famílias e atingir, principalmente, o público que a gente chama de mais vulnerável, que são jovens. Há casos até de crianças viciadas em apostas online”, afirmou.
Importância da representatividade
Wagner Ferreira falou com orgulho de um projeto de lei de sua autoria que virou lei no ano passado. É o que proíbe a nomeação para cargos públicos municipais de pessoas condenadas por crimes de racismo e injúria racial. “Essa legislação foi pioneira e, graças a ela, temos várias outras leis tão importantes quanto, como a que veta condenados pela Lei Maria da Penha”, afirmou.
Ele salientou o fato de a atual legislatura ser a mais negra da história da Câmara Municipal de Belo Horizonte, com mais de 40% dos vereadores que se autodeclaram pretos ou pardos. “Essa representatividade visa corrigir uma desigualdade histórica. A população negra, historicamente, é marginalizada e discriminada. Então, ter essa população bem representada significa que aqui vamos discutir se os projetos, por exemplo, de empréstimos da Prefeitura, vão atingir as periferias, onde nós estamos”, afirmou.
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