Comissão debate denúncias de negligência no pré-natal em centros de saúde
Mau atendimento e falta de ginecologistas estão entre as questões apontadas; debate acontece nesta quarta (1º/9), às 13h
Foto: Agência Brasil/EBC
A Comissão de Saúde e Saneamento vai promover audiência pública, nesta quarta-feira (1º/9), às 13h, para apresentar e discutir denúncias de negligências em relação ao atendimento pré-natal realizado em centros de saúde de Belo Horizonte. Autor do requerimento para a audiência, o vereador José Ferreira (PP) explica que recebeu um grande número de manifestações sobre o assunto, envolvendo mau atendimento e falta de ginecologistas, e considera necessário promover o debate. Ainda, o encontro deve abordar a necessidade de instalação de casas de apoio às gestantes na capital. A população também pode participar da audiência enviando perguntas, comentários e sugestões por meio do formulário eletrônico já disponível no Portal da CMBH.
“Recebi reclamações de mau atendimento, da negligência e também da ausência de alguns ginecologistas em nossos postos. Teremos algumas pessoas importantes na área e também a Prefeitura para que possamos discutir esse assunto e melhorar o atendimento para todas as nossas mães”, afirma José Ferreira.
Convidados para o debate
Para tratar do tema, foram convidados o secretário e o subsecretário de Saúde, Jackson Machado e Fabiano Pimenta; a subsecretária estadual de Políticas e Ações de Saúde, Naila Nery Ferrari; o representante do Hospital Sofia Feldman, João Batista; e a enfermeira da Casa de Apoio à Gestante de Contagem, Bárbara Siqueira. Também foram chamados os representantes da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde e do Programa Nacional Rede Cegonha (área técnica de Saúde da Mulher do SUS); além da usuária do SUS, em atendimento pré-natal, Lucielly Thalita Rodrigues.
Pré-natal é fundamental para a saúde da mulher e do bebê
Conforme publicado na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde - MS, a realização do pré-natal tem papel fundamental na prevenção e detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, “permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante”. Além disso, o pré-natal também traz a possibilidade de troca de informações sobre as diferentes vivências entre as mulheres e os profissionais de saúde. De acordo com o MS, “a assistência ao pré-natal é o primeiro passo para parto e nascimento humanizados e pressupõe a relação de respeito que os profissionais de saúde estabelecem com as mulheres durante o processo de parturição; e essa possibilidade de intercâmbio de experiências e conhecimentos é considerada a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação”.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o pré-natal permite identificar, entre outras coisas, doenças já existentes no organismo como hipertensão, diabetes, anemias e sífilis; detecta problemas fetais como más formações que podem ser tratadas ainda no útero; avalia aspectos relativos à placenta evitando hemorragias e riscos maternos; e identifica a pré-eclâmpsia, que se caracteriza por elevação da pressão arterial. Pesquisa feita em 2018, pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro - Firjan, utilizando dados de 2016, dão conta de que um terço das gestantes brasileiras que tiveram bebê naquele ano não teve acesso ao pré-natal adequado. O índice corresponde a cerca de 1 milhão dos partos realizados. Na região Norte do Brasil a situação é ainda mais grave, pois apenas cerca de metade das grávidas consegue realizar as consultas.
Superintendência de Comunicação Institucional