Lote vago tem atraído lixo irregular e gerado risco de doenças no Castanheira
Regional Barreiro vai procurar o proprietário para cobrar limpeza e cercamento da área; SLU fará campanha de conscientização
Foto: Karoline Barreto/ CMBH
Abandonado há mais de 40 anos, de acordo com os moradores, um grande lote vago na Alameda Chico Mendes tem tirado o sono da comunidade do Bairro Castanheira (Região do Barreiro). A área soma mais de 5mil m² e estaria sendo usada como bota-fora, além de servir para venda e consumo de drogas e espaço para prostituição. O mato alto e o despejo de lixo irregular estariam atraindo ratos, baratas, escorpiões e mau cheiro constante, além de permitir o acúmulo de água e o aumento dos focos de reprodução do mosquito da dengue, zika, febre amarela e chikungunya. A situação foi verificada pela Comissão de Saúde e Saneamento em visita técnica ao local, realizada na tarde de segunda-feira (23/9). A Coordenadoria de Atendimento Regional Barreiro afirmou que vai se reunir com o proprietário do imóvel para cobrar a limpeza e o cercamento da área, assim como a pavimentação da calçada contígua ao lote. A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) anunciou que fará campanha de conscientização para inibir o depósito irregular de lixo no local.
Autor do requerimento para a visita, o vereador Irlan Melo (PL) afirmou preocupação com o problema, especialmente pela proximidade da Escola Municipal Edith Pimenta da Veiga, instalada em terreno contíguo. A unidade recebe estudantes de 1º a 9º ano no período da tarde e alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no turno da noite.
“Além do risco à saúde de toda a comunidade, existe aqui uma área pública que deve ser ocupada com um equipamento público, aberto à comunidade”, destacou o parlamentar, lembrando que parte do terreno vago, aproximadamente 2mil m², é de propriedade da Prefeitura. Os outros cerca de 3mil m², que incluem a saída do terreno para a Alameda Chico Mendes, pertencem a um particular, que não acompanhou a visita. Vice-diretor da E.M. Edith Pimenta, Wellington Valim contou que, há cerca de um ano, o trecho do terreno que é de domínio público foi cedido pela Secretaria Municipal de Obras para a Secretaria Municipal de Educação, na expectativa de se construir um galpão para atividades da Escola Integrada. No entanto, o gestor explicou que não houve garantias ou repasses à escola para investimento na área.
Limpeza do terreno
Diante das reclamações dos moradores, SLU esclareceu que é responsabilidade do proprietário arcar com a limpeza do lote e a construção de um muro nos limites do terreno, além da pavimentação da calçada no afastamento em relação à via pública. Gerente da SLU Barreiro, Jonny Borges contou que o órgão é responsável apenas pela limpeza das vias públicas e calçada, o que é feito uma vez por semana no local. Para minimizar o problema, a SLU garantiu que vai fazer uma limpeza geral no terreno e instalar uma placa indicando “ponto limpo” e informações para denúncias de mau uso do espaço (BH Resolve 156). Foi prometida a realização de uma campanha educativa porta a porta para sensibilizar a comunidade sobre os riscos do acúmulo de lixo irregular.
“A gente faz a nossa parte, mas a Prefeitura precisa fazer a dela”, alertou a moradora Daiana Maiara, contando que a comunidade tem sido vigilante e acionado a limpeza urbana, mas tem “muita gente de fora que vem de carro para fazer mau uso do espaço”. A moradora reconheceu que há pessoas do entorno que lançam rejeitos indevidamente no local, mas o principal problema estaria no mau uso externo para desmanche de motocicletas, venda e consumo de drogas e prostituição.
A moradora Cristiane Porto também alertou que “é uma questão de saúde pública. Tem mosca, barata, rato e escorpião, além dos maus odores constantes. O lixo gera um chorume, que é levado pela chuva e pode até contaminar o solo”, listou a moradora, contando que o volume de lixo chega a ocupar parte do terreno, a área da calçada e grande parte da rua, dificultando a circulação. Fátima do Nascimento e Gleice Luzia, também moradoras da Alameda Chico Mendes, sugeriram a instalação de câmeras de monitoramento no local, destacando que é grande a presença de pessoas que não moram na região, que lançam, inclusive, carniça de animais no terreno.
Responsabilização e uso do terreno
Coordenador de Atendimento Regional Barreiro, Walmir Anselmo Mattos afirmou que vai procurar o proprietário do terreno particular e agendar uma conversa para entender a situação e os motivos do aparente abandono do local. O gestor alertou que a Prefeitura “não pode fazer muito”, mas pode demandar a construção do muro e, se o proprietário não o fizer, pode aplicar as multas devidas.
Irlan Melo afirmou que vai formalizar requerimentos à Comissão de Saúde e Saneamento para cobrar da Prefeitura a limpeza do terreno, o acionamento do proprietário e a realização da campanha educativa. Ainda, o vereador contou que vai acionar a Secretaria Municipal de Educação para negociar recursos para a implantação de um novo equipamento público no trecho do terreno que é de propriedade do Município.
Superintendência de Comunicação Institucional