Trabalhadores reivindicam recontratações e volta da UAI Barro Preto
Representantes de funcionários da MGS reclamam de falta de diálogo com governador e solicitam apoio do prefeito
Foto: Bernardo Dias / CMBH
Na manhã desta sexta-feira (10/5), audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor trouxe para a pauta da Câmara de BH as demissões de funcionários da empresa MGS das Unidades de Atendimento Integrado (UAI). Foram discutidos os impactos que o fechamento da UAI Barro Preto e as demissões têm para as políticas municipais de emprego, trabalho e renda, bem como para os serviços prestados no município.
De acordo com a deputada estadual Marília Campos (PT), com o fechamento da UAI Barro Preto e a demissão de 94 trabalhadores, cerca de dois mil atendimentos deixaram de ser realizados por dia. Também foram demitidos outros 160 funcionários na UAI Praça Sete, o que acarretou uma redução no atendimento ao cidadão, não só da capital, mas da Região Metropolitana. “Foi suspenso o atendimento aos sábados. Atualmente, uma pessoa demora mais de 30 dias para conseguir agendamento para confecção de identidade”.
Segundo o diretor do Sindicato em Telecomunicações do Estado de Minas Gerais (Sinttel-MG), Landstone Timóteo Filho, que representa a categoria de telefonistas da MGS que atua em diferentes equipamentos de atendimento à população, como Hospital Evangélico, Ipsemg, UAI e Cidade Administrativa, a reivindicação é pela recontratação dos trabalhadores demitidos e reabertura da UAI Barro Preto. “Não houve um estudo pormenorizado para saber a situação da MGS. Estão sendo desconsiderados princípios básicos dos direitos trabalhistas”, afirma o sindicalista.
Apresentando um vídeo em que o governador Zema diz que a MGS pode ser a primeira empresa estatal a ser privatizada, o presidente da Associação Sindical dos Empregados Públicos Estaduais de Minas Gerais Administração e Serviços (ASSEPEMGS), Geraldo Neres Francino, salientou que, antes de conhecer os números da empresa, foi dito que a MGS era “cabide de emprego” e prometido que seria privatizada. “As pessoas que estão sendo demitidas estudaram, passaram no concurso, tinham um planejamento. Não foram colocadas como cabide de emprego. As famílias desempregadas tinham salários de 1 mil reais, 1,5 mil reais. Não é possível que são esses salários que vão ajustar as contas do estado”.
O coordenador do Movimento de Luta de Classes (MLC), Renato Campos Amaral, também ressaltou os impactos acarretados nas famílias que tiveram membros que perderam empregos no comércio e na cidade, e a importância do apoio da Câmara de BH e do prefeito Alexandre Kalil nesta causa, já que a PBH é o segundo maior contratante da MGS. “Ainda não conseguimos nos reunir com o governador para saber as prioridades dos cortes. Ele não poderia cortar isenções fiscais de grandes empresas? Fazer cortes no contrato de 8 milhões de reais com o Minas Arena para gerir o Mineirão? Quanto foi economizado com o fechamento da UAI e com as demissões?”.
Além de reabertura da UAI Barro Preto e de pleitear a recolocação dos demitidos no posto de atendimento à população do Município, o BH Resolve, Amaral propõe negociação para discutir o que pode ser feito. “Precisamos ter esse debate. Tem onde cortar gastos que não no salário de trabalhadores que ganham de 700 reais a 1,2 mil reais”.
Mobilização
Mesmo convidados para participar da audiência, os representantes dos governos estadual, municipal e da MGS não compareceram. Diante disso, o requerente da audiência, vereador Arnaldo Godoy (PT), se comprometeu a a agendar uma reunião com o secretário municipal de Planejamento ou até mesmo com o prefeito para discutir uma possível incorporação de funcionários demitidos do BH Resolve. Também deve ser elaborada uma moção sobre os impactos causados à população pelas demissões e pelo fechamento da UAI Barro Preto.
Arnaldo Godoy destacou que, diante da retirada de direitos e desmonte das políticas públicas em todo o país, os trabalhadores precisam se mobilizar e se unir para impedir o que considera como retrocesso da seguridade social. Marília Campos (PT) corroborou com a fala do vereador, ressaltando a importância da participação dos que lutam contra as demissões que vem sendo realizadas.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional