DEMISSÕES MGS

Trabalhadores reivindicam recontratações e volta da UAI Barro Preto

Representantes de funcionários da MGS reclamam de falta de diálogo com governador e solicitam apoio do prefeito

sexta-feira, 10 Maio, 2019 - 15:00

Foto: Bernardo Dias / CMBH

Na manhã desta sexta-feira (10/5), audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor trouxe para a pauta da Câmara de BH as demissões de funcionários da empresa MGS das Unidades de Atendimento Integrado (UAI). Foram discutidos os impactos que o fechamento da UAI Barro Preto e as demissões têm para as políticas municipais de emprego, trabalho e renda, bem como para os serviços prestados no município.

De acordo com a deputada estadual Marília Campos (PT), com o fechamento da UAI Barro Preto e a demissão de 94 trabalhadores, cerca de dois mil atendimentos deixaram de ser realizados por dia. Também foram demitidos outros 160 funcionários na UAI Praça Sete, o que acarretou uma redução no atendimento ao cidadão, não só da capital, mas da Região Metropolitana. “Foi suspenso o atendimento aos sábados. Atualmente, uma pessoa demora mais de 30 dias para conseguir agendamento para confecção de identidade”. 

Segundo o diretor do Sindicato em Telecomunicações do Estado de Minas Gerais (Sinttel-MG), Landstone Timóteo Filho, que representa a categoria de telefonistas da MGS que atua em diferentes equipamentos de atendimento à população, como Hospital Evangélico, Ipsemg, UAI e Cidade Administrativa, a reivindicação é pela recontratação dos trabalhadores demitidos e reabertura da UAI Barro Preto. “Não houve um estudo pormenorizado para saber a situação da MGS. Estão sendo desconsiderados princípios básicos dos direitos trabalhistas”, afirma o sindicalista.

Apresentando um vídeo em que o governador Zema diz que a MGS pode ser a primeira empresa estatal a ser privatizada, o presidente da Associação Sindical dos Empregados Públicos Estaduais de Minas Gerais Administração e Serviços (ASSEPEMGS), Geraldo Neres Francino, salientou que, antes de conhecer os números da empresa, foi dito que a MGS era “cabide de emprego” e prometido que seria privatizada. “As pessoas que estão sendo demitidas estudaram, passaram no concurso, tinham um planejamento. Não foram colocadas como cabide de emprego. As famílias desempregadas tinham salários de 1 mil reais, 1,5 mil reais. Não é possível que são esses salários que vão ajustar as contas do estado”.

O coordenador do Movimento de Luta de Classes (MLC), Renato Campos Amaral, também ressaltou os impactos acarretados nas famílias que tiveram membros que perderam empregos no comércio e na cidade, e a importância do apoio da Câmara de BH e do prefeito Alexandre Kalil nesta causa, já que a PBH é o segundo maior contratante da MGS. “Ainda não conseguimos nos reunir com o governador para saber as prioridades dos cortes. Ele não poderia cortar isenções fiscais de grandes empresas? Fazer cortes no contrato de 8 milhões de reais com o Minas Arena para gerir o Mineirão? Quanto foi economizado com o fechamento da UAI e com as demissões?”.

Além de reabertura da UAI Barro Preto e de pleitear a recolocação dos demitidos no posto de atendimento à população do Município, o BH Resolve, Amaral propõe negociação para discutir o que pode ser feito. “Precisamos ter esse debate. Tem onde cortar gastos que não no salário de trabalhadores que ganham de 700 reais a 1,2 mil reais”.

Mobilização

Mesmo convidados para participar da audiência, os representantes dos governos estadual, municipal e da MGS não compareceram. Diante disso, o requerente da audiência, vereador Arnaldo Godoy (PT), se comprometeu a a agendar uma reunião com o secretário municipal de Planejamento ou até mesmo com o prefeito para discutir uma possível incorporação de funcionários demitidos do BH Resolve. Também deve ser elaborada uma moção sobre os impactos causados à população pelas demissões e pelo fechamento da UAI Barro Preto.

Arnaldo Godoy destacou que, diante da retirada de direitos e desmonte das políticas públicas em todo o país, os trabalhadores precisam se mobilizar e se unir para impedir o que considera como retrocesso da seguridade social. Marília Campos (PT) corroborou com a fala do vereador, ressaltando a importância da participação dos que lutam contra as demissões que vem sendo realizadas.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

 

Audiência pública para debater as demissões da MGS - 10ª Reunião Extraordinária - Comissão de Direitos Humanos e Defesa do ConsumidorAudiência pública para debater as demissões da MGS, os impactos nas políticas municipais de emprego, trabalho e renda e se