ALAGAMENTOS E RACHADURAS

Na Vila Tiradentes, comunidade cobra obras de infraestrutura

Em visita ténica, comissão verificou problemas associados a drenagem, alagamentos e existência de esgoto a céu aberto

terça-feira, 21 Novembro, 2017 - 21:00
Veeador e técnicos da Urbel, Sudecap e Defesa Civil percorreram becos da Vila Tiradentes

Foto: Abraão Bruck/CMBH

Drenagem pluvial insuficiente, esgoto a céu aberto, infiltração em lajes, trincas em muro de contenção e áreas de alagamento na Vila Tiradentes, na Região Nordeste da capital, foram alguns dos problemas constatados pelo vereador Edmar Branco (Avante) em visita técnica da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana nesta terça (21/11). Solicitada por moradores da comunidade, a verificação contou com acompanhamento de representantes da Regional Nordeste, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Urbel e Copasa. No intuito de agilizar a correção dos problemas apontados, serão encaminhados ofícios aos dois últimos órgãos e à Cemig, requerendo a realização de vistorias técnicas e a execução das intervenções necessárias.

Guiado por Edvalda Souza, Ana Maria Xavier e outros membros da comunidade, que apontaram pontos de alagamento e de refluxo de esgoto nos becos, além de infiltrações e rachaduras em imóveis, Edmar Branco e convidados percorreram por cerca de duas horas a Vila Tiradentes, situada no Bairro Concórdia. Construída em cima de um antigo lixão há mais de 40 anos, a vila dispõe de benfeitorias como ligações de água e esgoto da Copasa, luz elétrica, calçamento das vias e um muro de contenção de encosta; de acordo com moradores, muitas das casas foram construídas ou reformadas pela própria Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel). No entanto, o crescimento desordenado acabou gerando problemas como o adensamento populacional e verticalização das moradias da Vila, sobrecarregando as fundações e encanamentos, além da redução das áreas permeáveis.

Segundo Edvalda, diversas intervenções para a melhoria do local foram conquistadas pela comunidade por meio do Orçamento Participativo, mas a maioria não chegou a ser executada. Atualmente, de acordo com informações divulgadas pela PBH, apenas 16% das obras aprovadas no biênio 2011-2012 foram concluídas. Nos dois anos seguintes o percentual caiu para 5,7% e, entre 2015-2016, não houve registro de intervenções finalizadas. 

Alagamentos e rachaduras

Nos Becos do Abacaxi, do Abacate e dos Pêssegos, principais alvos das reclamações, os moradores expuseram os pontos mais críticos de alagamento, onde é possível verificar a presença de soleiras elevadas e barreiras de plástico nas portas. Devido à insuficiência da capacidade de escoamento e drenagem, as águas pluviais são jogadas na rede de esgoto, produzindo sobrecarga, danos à tubulação e refluxos. Os representantes do poder público também acessaram o interior de algumas residências para verificar a ocorrência de rachaduras e infiltrações e conferiram as rachaduras apontadas pelos moradores no muro de contenção erguido para evitar o deslizamento de encosta. .

Afirmando a impossibilidade de se efetuar uma avaliação técnica mais precisa nas circunstâncias da visita técnica, o diretor de Risco da Urbel, Marcos Antônio, elogiou a qualidade estrutural da maioria das construções e observou que, aparentemente, não se verificam riscos iminentes de desabamento ou evidências de risco geológico, relacionado à movimentação do terreno. Com relação às infiltrações e rachaduras em algumas lajes e paredes, ele ponderou o aumento da pressão exercida sobre as estruturas, gerado pela construção de mais andares nas moradias que, sem espaço nas laterais, foram ampliadas por meio da verticalização. Nos casos mais preocupantes, ele recomendou que seja feita solicitação formal de vistoria técnica de risco pelos proprietários.

O engenheiro sugeriu a utilização de produtos e métodos emergenciais para reduzir as infiltrações e a corrosão dos materiais, aumentando a resistência e a durabilidade das estruturas. Em relação ao muro de contenção, ele informou ao vereador que, embora as rachaduras pareçam resultar de dilatação de materiais e aparentemente não representem risco, será realizada uma vistoria técnica da Urbel sobre a estrutura.

Esgoto a céu aberto e risco elétrico

Além dos problemas causados pelas deficiências de drenagem, esgoto produzido em residências localizadas acima da Vila, em vias regulares do Bairro Concórdia, está sendo despejado em um terreno localizado dentro da vila, o que vem causando inclinação de muros, movimentação de encosta e o empoçamento da água suja e contaminada, que além da insalubridade e mau cheiro, atrai animais peçonhentos e insetos transmissores de doenças. De acordo com os representantes da Copasa, a correção do problema depende da autorização dos proprietários do terreno, que não teria sido obtida em uma tentativa anterior.

Para verificar a situação e contribuir no encaminhamento de soluções, também acompanharam a visita representantes da Administração Regional Nordeste; e o gerente Eduardo Cunha, da Defesa Civil Municipal, acompanhado de dois técnicos, que não verificaram riscos imediatos ou necessidade de remoção de moradores. Já o sub-tenente Wellington, do Corpo de Bombeiros Militar de MG, alertou o vereador e os demais presentes sobre o risco iminente de acidente elétrico na vila, devido à presença de fiações soltas e instalações precárias observadas por ele durante o percurso.

Fechamento de passagem

Outra preocupação manifestada pela comunidade diz respeito à insegurança no Beco dos Pêssegos, que liga a Rua Tapira, no Bairro Concórdia, à parte baixa da Vila. Os moradores solicitam o fechamento do acesso, já que a passagem não é utilizada pelas duas únicas casas do beco, que são acessadas pela rua de cima, e não é necessária para acessar as demais moradias, que dispõem de outras alternativas. O local, segundo eles, não tem iluminação e já foram registrados uso de drogas, furtos e arrombamentos na vizinhança.

Encaminhamentos

Depois de percorrer os becos, ouvindo os moradores, gestores e técnicos, Edmar Branco elogiou a mobilização da comunidade e celebrou o comparecimento de todos os convidados, o que, segundo ele, permitiu “uma visão mais ampla” dos problemas apontados. O parlamentar anunciou que, por meio da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, irá encaminhar ofícios à Urbel e Copasa relatando as observações e formalizando as solicitações de vistorias e reuniões para discutir as soluções possíveis, emergenciais e a longo prazo. Atendendo à recomendação do Corpo de Bombeiros, também será encaminhado ofício à Cemig relatando os problemas elétricos e requerendo providências urgentes.

Superintendência de Comunicação Institucional

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