Plenário

Repressão a manifestações estudantis na UFMG repercute no Legislativo

Uso de força foi criticado, bem como o fechamento de vias durante os protestos contra a PEC 55/16, que limita os gastos públicos

sexta-feira, 18 Novembro, 2016 - 17:00
Vereadores em reunião Plenária, na Câmara de BH

Foto: Abraão Bruck/Câmara de BH

No fim da manhã desta sexta-feira (18/11), protestos estudantis contra a PEC 55/16, proposta pelo governo federal para limitar gastos públicos, foram reprimidos pela Polícia Militar, inclusive com uso de bombas de efeito moral e de balas de borracha. A ação, ocorrida na AV. Antônio Carlos, na entrada principal do Campus da UFMG, dividiu opiniões em Plenário.

Para o vereador Arnaldo Godoy (PT), o uso de força contra os manifestantes foi uma reação desproporcional. O parlamentar criticou a violência da intervenção e destacou que ela atenta contra o direito à manifestação, constitucionalmente assegurado. Ele defendeu ainda a revisão de procedimentos adotados pela corporação, de modo a impedir que novos episódios de violência ocorram.

Vilmo Gomes (PSB), por sua vez, defendeu a atuação dos militares, afirmando que a polícia pautou sua ação pelo princípio da legalidade. O vereador destacou ainda que os profissionais são capacitados para lidar com situações de protesto e com eventuais tumultos. Na mesma perspectiva, o vereador Márcio Almeida (PSD) afirmou que, durante as ocorrências desta sexta-feira, a Polícia Militar cumpriu o seu papel. O parlamentar negou ter havido uso desproporcional de força, destacando que foram empregados tão somente equipamentos de baixo potencial ofensivo. Ainda segundo ele, a intervenção policial se mostrou necessária em função do fechamento das vias pelos estudantes, o que vinha impendindo, ao longo da manhã, o direito de ir e vir do restante da população.

Crítico à atuação do PM no episódio, Pedro Patrus (PT) lamentou os atos de violência e cobrou medidas para garantir que o livre direito à manifestação não seja cerceado. No entendimento do parlamentar, os protestos são uma intervenção legítima dos estudantes em face do pacote de medidas ficais do governo federal, que pode impactar o custeio de serviços prioritários para a população, como a educação, a saúde e assistência social.

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