AUDIÊNCIA PÚBLICA

Acesso e estrutura do serviço de hemodiálise em debate nesta quarta (2)

Comissão reúne gestores públicos e de hospitais, pacientes e Ministério Público estadual para tratar da questão 

terça-feira, 1 Julho, 2025 - 13:15
Pacientes em procedimento de hemodiálise em hospital público na Bahia

Foto: Ivan Baldivieso/Governo da Bahia

Expor, apurar, questionar e discutir os desafios enfrentados pelos pacientes que necessitam de diálise, portadores de Doenças Renais Crônicas (DRC) e que aguardam cirurgia de angioplastia no Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte (SUS BH) é o objetivo de audiência pública nesta quarta-feira (2/7), às 13h, no Plenário Helvécio Arantes. O debate será realizado no âmbito da Comissão de Saúde e Saneamento, a pedido de Loíde Gonçalves (MDB). Poder público municipal e representantes de hospitais e de pacientes afetados são esperados para a reunião, que pode ser acompanhada presencialmente ou por meio de transmissão ao vivo no portal ou canal do YouTube da CMBH.

No requerimento da audiência, Loíde Gonçalves explica que a promoção do debate se justifica pela necessidade de garantir a efetivação e a garantia do direito à saúde desses pacientes, por meio da discussão e avaliação da estrutura e do funcionamento dos serviços atualmente ofertados na rede pública da capital. A discussão visa apurar dificuldades no acesso à hemodiálise, a falta de insumos, as deficiências na infraestrutura das unidades de saúde e a demora na regulação para consultas e procedimentos essenciais.

De acordo com nota técnica assinada pela consultora legislativa de Saúde Pública Maria Batista da Silva, produzia a pedido da vereadora, as doenças renais crônicas são um problema de saúde pública que atinge um em cada 10 brasileiros. A doença, de curso prolongado e, geralmente, de evolução assintomática, pode levar à perda da função renal; a prevenção, portanto, exige o diagnóstico precoce, com especial atenção às pessoas predispostas. Os principais fatores de risco são o diabetes mellitus, do tipo 1 ou 2; hipertensão arterial; idade superior a 60 anos; obesidade; histórico de doenças circulatórias e insuficiência cardíaca; histórico de DRC na família; tabagismo e uso de agentes nefrotóxicos.

Nos últimos 20 anos, os transplantes renais aumentaram 113% no Brasil. O Censo de 2024 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) aponta que o número de pessoas que dependiam de diálise aumentou 57,6% em uma década, alcançando a marca de 155 mil pessoas. Em Belo Horizonte, há 9 serviços credenciados ao SUS para o atendimento em diálise, incluindo o Instituto Mineiro de Nefrologia e o Núcleo de Nefrologia. Os serviços de referência para atendimento ao público infantil são a Santa Casa e o Hospital das Clínicas da UFMG.

“A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) e a Sociedade Mineira de Nefrologia apontam o subfinanciamento do setor, com risco de fechamento de clínicas que atendem pelo SUS, a fila de espera e a ausência de implantação de novos serviços seriam os principais desafios enfrentados pelos doentes renais crônicos”, diz a nota técnica.

Outro desafio enfrentado pelas pessoas com DRC seria o descompasso entre o crescimento da demanda — o número de pacientes em diálise cresce cerca de 5% ao ano — e o da infraestrutura necessária para o atendimento a essas pessoas, que não cresce no mesmo ritmo, resultando em filas de espera e sobrecarga dos serviços. Em 2024, 3.076 pacientes foram assistidos em hemodiálise ou diálise peritoneal no SUS-BH.

Convidados

São aguardados para participar do encontro o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias; representantes da diretoria e da coordenadoria do Centro de Nefrologia do Hospital Evangélico; representante da Comissão dos Pacientes da Hemodiálise de Venda Nova; e representante da 19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público de Minas Gerais.

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