LEGISLAÇÃO E JUSTIÇA

PL que protege mulheres em caso de perda gestacional obtém parecer favorável

Pela proposta, áreas de internação devem proporcionar mais privacidade às mães em luto pela perda de seus bebês

terça-feira, 5 Setembro, 2023 - 18:15

Foto: Karoline Barreto/CMBH

Projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal quer contribuir para amenizar o sofrimento de mulheres que perdem o bebê durante o parto ou que enfrentam outras situações de óbito fetal. A proposta, que recebeu parecer pela constitucionalidade em reunião da Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) realizada nesta terça (5/9), concede às parturientes o direito a ocupar, quando disponíveis, áreas específicas de internação, em separado das demais gestantes. O objetivo é dar mais privacidade às mães em luto. Na mesma reunião, recebeu parecer pela inconstitucionalidade PL que sugere a inclusão de atividades de educação sobre o trânsito no contraturno escolar da rede municipal. 

Proposto pelo vereador Cláudio do Mundo Novo (PSD), o PL 639/2023, que tramita em 1º turno, sugere instituir em Belo Horizonte o programa Mães de Anjo, voltado à criação de uma rede de proteção, respeito e cuidado às mães que dão à luz a crianças mortas ou falecidas durante o parto. A medida vale para as unidades credenciadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e para a rede privada do município. Além de preconizar a disponibilização de espaço separado para esse público, o PL assegura às parturientes incluídas nessa situação o direito de acolhimento pelo serviço psicológico disponibilizado pelo município, preferencialmente na unidade de saúde mais próxima de sua residência.

Segundo o autor do projeto, a medida busca assegurar a dignidade da mulher que, por ocasião da perda de um filho antes do nascimento, “não pode ser obrigada a ver outras mães com seus bebês ou mesmo em trabalho de parto. Trata-se de um momento de dor e luto, que pode desencadear diagnósticos de depressão. Por respeito, dignidade, cuidado e por proteção é preciso dar privacidade às mães em luto”, defendeu Claudio do Mundo Novo na justificativa do projeto.

Antes de seguir para votação plenária, em 1º turno, o projeto, que recebeu parecer favorável da CLJ, deve ser avaliado pelas Comissões de Mulheres e de Saúde e Saneamento. 

Educação para o trânsito

Proposto pelo vereador Claiton Xavier (PMN), o PL 645/2023, que tramita em 1º turno, sugere a criação do Programa Educação no Trânsito, a ser incluído de forma transversal no currículo do contraturno escolar da rede municipal. O objetivo é levar aos estudantes do ensino infantil e fundamental formação em temas relacionados à prevenção, segurança e paz no trânsito. O texto recebeu parecer pela inconstitucionalidade da Comissão de Legislação e Justiça. Relatora do projeto, a vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo) justificou o ponto de vista argumentando que o PL, que pretende acrescentar disciplina à matriz curricular das escolas, viola o princípio da separação dos poderes, propondo medida de competência exclusiva do Executivo. 

Nos termos do Regimento Interno da Câmara, projetos considerados inconstitucionais pela Comissão de Legislação e Justiça são arquivados. Há, contudo, possibilidade de apresentação de recurso contra o parecer, em até cinco dias úteis após sua publicação. Caso o recurso seja proposto, o Plenário deverá analisá-lo e decidir, pelo voto da maioria dos vereadores presentes na reunião, sobre o encerramento ou a continuidade da tramitação da matéria. 

Superintendência de Comunicação Institucional

29ª Reunião Ordinária: Comissão de Legislação e Justiça