Drenagem deverá reduzir inundações na Vilarinho e na Cristiano Machado
Comissão vistoriou obras nas bacias dos Córregos Vilarinho, Pampulha e Onça, as quais devem ser concluídas em cerca de dois anos
Foto: Cláudio Rabelo/CMBH
Intervenções nas bacias dos Córregos Vilarinho, Pampulha e Onça deverão reduzir de forma significativa os episódios de inundações em regiões que englobam as avenidas Vilarinho e Cristiano Machado. A conclusão é de vereadores que integram a Comissão Especial de Estudos de Drenagem Urbana, órgão promotor da visita técnica, ocorrida nesta segunda-feira (19/6), às obras de macrodrenagem que a Prefeitura vem executando nas regiões Norte e Nordeste de BH. Além de Fernanda Pereira Altoé (Novo), que preside o grupo, participaram da vistoria a vereadora Loíde Gonçalves (Pode) e o vereador Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB). Os parlamentares, que foram acompanhados por dirigentes da Sudecap e de coordenadorias regionais, puderam verificar de perto o avanço das intervenções e os principais impactos e desafios causados pelas obras. "O mais importante foi entendermos o que está sendo feito, as expectativas e o desenvolvimento das obras. Para a população, e para nós que somos leigos, é difícil entender os transtornos temporários com o pensamento na melhoria como um todo. Mas as obras estão sendo feitas, existe um planejamento e, de fato, vai ter um resultado muito positivo para a cidade", avaliou Fernanda.
33 metros e 105 milhões de litros
Orçado em cerca de R$ 124.6 milhões, o reservatório profundo que está sendo construído pela Prefeitura na Avenida Vilarinho, com Rua Valter Campolina Diniz, em Venda Nova, deverá ser o maior de BH, quando for finalizado. Seus 33m de profundidade foram projetados para receber cerca de 105 milhões de litros de água, e a previsão é de que a obra seja concluída em março de 2024. Segundo Adriano Morato, Diretor de Infraestrutura da Sudecap, que acompanhou os parlamentares durante a visita, a expectativa é que a caixa gigante funcione como um grande reservatório e possa amenizar as inundações na região. "Hoje, quando tem uma chuva muito volumosa, como em 2020, a água chega a três metros. Com o reservatório pronto, não deve chegar a 1/2 metro", descreveu, contando ainda que um conjunto de bombas fará o esvaziamento da caixa em até 24h.
A Vilarinho é uma das regiões da cidade que mais sofre com inundações e já possui uma caixa de captação menor (10 milhões de litros), na confluência da Avenida Álvaro Camargos e Rua Maçom Ribeiro. Segundo Morato, para eliminar, de forma definitiva, o problema das enchentes na região ainda deverão ser necessárias outras duas caixas de captação, nos córregos do Capão e Liege. "A cidade está adensada, a população concentrada e a galeria atual já está saturada. Então temos que reter antes que chegue no Córrego da Vilarinho", explicou o engenheiro, contando que após a conclusão, a expectativa é de que seja feita a contratação do paisagismo do reservatório, já que ele será coberto e deverá abrigar uma praça com uma Academia da Cidade e outros serviços públicos.
Prateleiras no teto
Wallysson Gonçalves é proprietário de uma loja de revestimento em tecido nas proximidades e seu comércio sempre sofre quando a chuva é mais volumosa. "Fizemos essa estratégia de deixar os produtos já elevados para evitar o prejuízo, mas é muito imprevisível. De dois anos pra cá, a Defesa Civil começou a mandar alertas pra gente, mas a maioria das chuvas é na madrugada, e quando a chuva é muita, não tem jeito, aí só torcer para o prejuízo não ser muito", contou enquanto mostrava seus produtos suspensos em prateleiras próximas do teto da loja.
A empresa de Wallysson fica de frente para o novo reservatório e, embora o esteja animado com a nova praça que a região deverá ganhar, o comerciante comemora mesmo é o fim das enchentes. "Só de terem feito aquela primeira bacia lá na frente já melhorou bastante. Então, vamos torcer para que esta obra melhore de vez", afirmou.
Praça das Águas
Eliminar os transtornos causados pelas enchentes também é o objetivo de três grandes intervenções que vem sendo executadas na Avenida Cristiano Machado nas proximidades da Estação São Gabriel. Ao todo, são três intervenções, que prevêem a otimização da drenagem de cursos d'água que se cruzam e se concentram na região: o Ribeirão Pampulha, o Ribeirão do Onça e o Córrego Cachoeirinha.
No valor de cerca de R$ 229.7 milhões, no Pampulha, estão sendo executadas obras de infraestrutura viária urbana e de mobilidade para adequação na circulação e intervenções no sistema viário com mudanças na interseção da Avenida Cristiano Machado com Avenida Sebastião de Brito, além da implantação de um canal paralelo e remanejamento do interceptor de esgoto na margem esquerda do ribeirão. Já no Ribeirão do Onça, as intervenções, que devem custar cerca de R$ 22.2 milhões, incluem serviços e obras de otimização do sistema de macrodrenagem da bacia.
Por fim, um terceiro empreendimento, a Praça das Águas, deve permitir a implantação de uma estrutura hidráulica na confluência do Ribeirão Pampulha e Córrego Cachoeirinha. Orçada em cerca de R$ 67.5 milhões, a intervenção permitirá a melhora da drenagem da bacia do Pampulha.
Impactos e soluções
Loíde Gonçalves reconheceu o impacto causado no trânsito da região, mas acredita que os transtornos se vão e as obras ficam. "A gente passa e só vê tapumes, então fiquei surpresa em ver o andamento das obras. O ruim é que a previsão para a conclusão dessa parte, que traz tanto impacto para a gente que mora aqui, é só no fim de 2025. Então, a população precisa saber o que está acontecendo, porque isso já está aqui há mais de dois anos. Esse é nosso papel, temos que dar satisfação para a população", ressaltou.
Reinaldo Gomes Preto Sacolão também é morador da região e falou da importância da vistoria. "A população fica muito curiosa, quer saber o que vai acontecer diante de tantas obras, executadas num período tão longo. Mas acreditamos na Prefeitura e, pelo que vimos aqui, entendemos que as obras vão realmente resolver o problema", afirmou.
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