Comissão de Mobilidade define trâmite do processo de sustação dos contratos
A partir de documentos e oitivas, apuração apontará providências à PBH; não atendidas, CMBH apresentará projeto de resolução
Foto: Karoline Barreto/CMBH
A Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços definiu, nesta tarde (13/4), o rito relativo ao processamento da representação do Ministério Público de Contas do Estado encaminhada à Câmara Municipal de Belo Horizonte para sustação dos contratos de concessão do transporte coletivo. De acordo com o presidente da Casa, Gabriel (sem partido), que autorizou a abertura do processo, "há fortes e variados indícios" de que a Concorrência Pública nº 131/2008 teria sido fictícia, sem disputa verdadeira entre os concorrentes e, portanto, nula. Conforme previsão regimental e da Lei Orgânica, após analisar documentos, solicitar informações, ouvir as empresas concessionárias e a Prefeitura, a Comissão de Mobilidade recomendará, se for o caso, providências ao Poder Executivo. Se este não agir para anular a contratação, o colegiado apresentará projeto de resolução com esta finalidade, a ser votado em Plenário.
O rito processual foi estabelecido pelo presidente da Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços, vereador Braulio Lara (Novo). Ele recebeu autorização do presidente da Câmara, Gabriel, para que o procedimento seja instaurado, com embasamento legal da Lei Orgânica do Município e do Regimento Interno da Casa, que preveem as atribuições e o funcionamento das comissões, assim como a sua competência de fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo. "Sabemos da missão concedida a esta comissão e faremos o trabalho da melhor forma, dentro da legalidade e respeitando o contraditório e a ampla defesa", ressaltou Braulio.
Em ofício à comissão, Gabriel fala sobre a gravidade do que suscita o relatório do MPC, somado aos fatos apontados em ação civil pública ajuizada pela Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo do Ministério Público de Minas Gerais acerca das irregularidades que envolveram a contratação das empresas de ônibus em vigor. Ele defendeu um "serviço efetivo e eficaz" de transporte público, "com preço justo". "Autorizo esta comissão a ter a coragem que o prefeito não tem para jogar no lixo o contrato do transporte coletivo e fazer uma licitação decente, que respeite o cidadão, de modo a não mais fazê-lo refém dos empresários de ônibus", afirmou o presidente da Câmara.
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