Diretrizes orçamentárias para 2023 podem vir a ser votadas nesta terça
Proteção animal e direito do usuário do SUS a informações sobre a própria saúde são temas de projetos que aguardam votação em Plenário
Foto_ Marcos Santos_USP Imagens
O PL 367/2022, que trata das diretrizes para a elaboração da Lei do Orçamento Anual de 2023, pode ser votado em Plenário nesta terça-feira (2/8). Ele sobresta a pauta, isto é, as demais proposições só podem ser votadas depois que o projeto que dispõe sobre a próxima Lei de Diretrizes Orçamentárias for apreciado em turno único. Foram apresentadas 334 emendas ao projeto de autoria do Executivo, das quais 269 foram recebidas e contemplam as áreas de saúde, educação e assistência, entre outras. O Plenário também pode votar, em definitivo, mais dois projetos: o Projeto de Lei 94/2021, que pretende garantir ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) o acesso a um cadastro com informações sobre sua saúde, e o PL 289/2022 que inclui no rol de maus-tratos manter animais “em local impróprio à movimentação e ao descanso, sem luz solar, alimentação, hidratação e oxigenação adequados". Se forem aprovados em Plenário, os projetos de lei seguirão para redação final e análise do prefeito, que poderá vetá-los ou sancioná-los na íntegra ou parcialmente.
Lei Orçamentária
O Projeto de Lei 367/2022 incorpora as diretrizes e prioridades para o exercício de 2023 em dez áreas de resultado voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Além disso, o PLDO traz a meta de resultado primário prevista para 2023, que é de R$ 82,454 milhões em valores correntes, devendo a receita primária situar-se em torno de R$ 14,732 bilhões e a despesa primária em torno de R$ 12,999 bilhões, somada ainda a uma projeção de pagamento de restos a pagar de despesas primárias da ordem de R$ 1,651 bilhões. Quanto à previsão do resultado nominal para 2023, que representa o conjunto das operações fiscais realizadas acrescentando ao resultado primário o saldo da conta de juros, prevê-se um valor negativo de R$ 76,122 milhões.
De autoria do Executivo, o PL 367/2022 tramita em turno único. Das 269 emendas recebidas, 107 foram aprovadas; 54 aprovadas com apresentação de subemenda; 19 foram rejeitadas com conteúdo integralmente aproveitado; 12 foram rejeitadas com conteúdo parcialmente aproveitado; e 77 emendas foram rejeitadas.
O trabalho da da equipe técnica da Casa na elaboração dos pareceres foi destacado pelo relator, Álvaro Damião (União), que garantiu que cada proposta foi analisada minuciosamente e recebeu parecer com embasamento técnico. Para ser aprovada, em turno único, a matéria precisará do voto favorável da maioria dos vereadores presentes em Plenário.
Prontuários médicos disponíveis para o paciente
De autoria de Cláudio do Mundo Novo (PSD), o PL 94/2021 disponibiliza ao usuário do SUS o conteúdo do prontuário clínico, as prescrições de medicamentos e de produtos de interesse da saúde, a carteira e o calendário de vacinação, além das datas e dos horários de consultas agendadas. Também deverá estar disponível para consulta do usuário nome, telefone e endereço da unidade de saúde à qual está vinculado. O parlamentar explica que já existe um cadastro que fica restrito à PBH, e o objetivo é disponibilizar as informações também para o cidadão. Analisado em 1º turno na primeira reunião do Plenário de 2022, a proposta foi aprovada com 31 votos favoráveis e 8 contrários.
O projeto recebeu um substitutivo do próprio autor, em parceria com Braulio Lara (Novo), que explica que a divulgação das listas de espera de pacientes da Rede Municipal de Saúde de Belo Horizonte contida na proposição “tem como objetivo gerar transparência e permitir o controle e fiscalização quanto ao andamento das filas de espera da rede municipal para realização de consultas e exames”. A nova proposta também assegura que a divulgação das informações deva “garantir a privacidade do paciente”. Com o objetivo de corrigir duplicidade na numeração do art. 2º do substitutivo apresentado por Cláudio do Mundo Novo, a Comissão de Legislação e Justiça apresentou a Subemenda 1 ao substitutivo, que altera o texto, “corrigindo vício de inconstitucionalidade e a numeração dos artigos”. O texto original recebeu ainda as Emendas 1 e 2, também da CLJ, que suprimem, respectivamente, os artigos 2º e 3º do projeto. O artigo 2º determina que o Município possa realizar cadastro único digital que permita ao usuário do SUS acesso remoto com login e senha a seus dados de saúde. Já o artigo 3º determina que o Executivo deverá regulamentar a matéria, caso se torne lei, no prazo de 24 meses, contados da data de sua publicação no Diário Oficial.
Na Comissão de Saúde e Saneamento, receberam parecer pela aprovação as Emendas 1 e 2 e a Subemenda 1, e pela rejeição ao Substitutivo-emenda 3. Na Comissão de Administração Pública, o relator, vereador Helinho da Farmácia concluiu pela aprovação do substitutivo “por apresentar questões que contribuem para a melhoria da proposta original”. Para que a matéria seja aprovada é necessário o voto favorável da maioria dos membros da Câmara (21 vereadores).
Maus-tratos
Sem emendas e aprovado em 1º turno em votação simbólica, o PL 289/2022, de autoria de Juninho Los Hermanos (Avante) e Wanderley Porto (Patri), pode vir a ser apreciado nesta terça em 2º turno. O projeto que altera a Lei 8565/2003, também considera prática de maus-tratos o acorrentamento de forma ininterrupta que impeça a livre mobilidade do animal. O PL, apreciado em duas comissões, recebeu parecer pela constitucionalidade, legalidade e regimentalidade na Comissão de Legislação e Justiça, e teve parecer favorável aprovado pela Comissão de Meio Ambiente, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor, quando a relatora Duda Salabert (PDT) advertiu que a restrição contínua de liberdade de movimentos retira do animal o direito ao exercício de comportamentos que são próprios de sua existência e necessários para sua saúde e bem estar. Segundo ela, além de causar sofrimento, tédio e solidão, a prática pode gerar danos físicos como escaras, redução da qualidade de vida em função do sedentarismo, e até mesmo danos psíquicos, que se mostram através de comportamentos agressivos ou obsessivos.
A matéria será votada no mesmo dia em que os parlamentares debatem, em audiência pública, casos de maus-tratos a animais em pet shops, a pedido de Wanderley Porto.
Superintendência de Comunicação Institucional