Moradores do Urucuia apresentam Jardim de Chuva instalado em parceria com PBH
Elogiada por gestores do setor, iniciativa engajou escolas, centro cultural e comunidade, que planejam a criação de novas unidades
Foto: Denis Dias/CMBH
Inaugurado em setembro de 2025, o Jardim de Chuva situado em frente à Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Solar Urucuia, na Regional Barreiro, foi criado por iniciativa da moradora e ativista ambiental Mônica Ferreira, que buscou apoio da Prefeitura e difundiu a ideia na vizinhança. Delimitado o local e preparada a estrutura pelos órgãos competentes, um mutirão comunitário realizou o plantio. A mobilização engajou moradores, crianças e comunidade escolar, que ‘abraçaram’ o canteiro e colaboram em sua manutenção e preservação. Relatos dos envolvidos e perspectivas de ampliação desses instrumentos de captação e absorção da água da chuva foram apresentados e avaliados nesta quinta (13/11) na Comissão Especial de Estudo - Águas Pluviais e Prevenção de Riscos, instituída no Legislativo Municipal em abril deste ano para tratar da prevenção e mitigação dos impactos das chuvas.
O presidente do colegiado e requerente da audiência pública, Helinho da Farmácia (PSD), explicou a importância dos jardins de chuva como alternativa de baixo custo para aumentar a permeabilidade do solo nas áreas urbanas. O vereador ressaltou que, embora não solucione o problema, o equipamento contribui para a captação, retenção e absorção da água da chuva e sua disseminação por toda a cidade, especialmente em áreas mais ocupadas. O relator Wagner Ferreira (PV) reforçou a importância de ouvir a sociedade na busca de soluções inovadoras para prevenir e amenizar enchentes, alagamentos e deslizamento de encostas, principal objetivo da Comissão Especial.
Os parlamentares mencionaram a contribuição dos coletivos de plantio da cidade na discussão da arborização urbana e na elaboração de proposições legislativas sobre o tema, que já tramitam e que ainda deverão ser apresentadas no âmbito dos mandatos, individualmente, e da Comissão Especial. As análises e proposições resultantes dos trabalhos serão compiladas em um relatório final, que será encaminhado à prefeitura e aos órgãos pertinentes.
Mobilização da comunidade
Mônica Cristina Ferreira Silva, moradora do bairro e fundadora do Projeto Criaflor, fez uma breve retrospectiva da criação do primeiro jardim de chuva do Barreiro, do surgimento da ideia à inauguração, passando pelo acionamento da prefeitura, reuniões com gestores públicos, procedimentos administrativos, divulgação e mobilização da comunidade. A apresentação explicou a estrutura e funcionamento do equipamento - solo preparado com camadas de brita, areia e substratos, que aumentam o armazenamento e a infiltração da água, e plantas adaptadas para suportar secas e chuvas intensas - e exibiu imagens da festa de inauguração e dos moradores, entre eles muitas crianças, ajudando a cuidar do Jardim.
A ativista elogiou a adesão da EMEI e do Centro Cultural Urucuia à iniciativa, que vêm colaborando na busca e indicação de espaços para implantação de mais jardins de chuva na região, inclusive dentro do terreno dos equipamentos. Sílvia Celeste, Eliane Lima dos Santos, José Cosme de Oliveira, Ana Maria Silva e outros moradores presentes elogiaram a iniciativa da vizinha, que difundiu o conhecimento, despertou o interesse pelo tema, incentivando o envolvimento da comunidade, que hoje considera o jardim de chuva como símbolo de integração e patrimônio afetivo do bairro.
Parceria com a Prefeitura
Os “donos” e cuidadores do jardim de chuva também reconheceram o apoio e a parceria da PBH. O diretor de Licenciamentos Urbanísticos Especiais da Secretaria Municipal de Política Urbana, Isaac Medeiros, que abraçou a iniciativa e participou dos processos de licenciamento e execução, contou que a instalação do equipamento do Urucuia foi sua primeira experiência com a mobilização e participação da população e demonstra o sucesso da parceria entre a prefeitura e a sociedade para melhoria da qualidade ambiental, adaptação e mitigação de efeitos das mudanças climáticas em Belo Horizonte.
Exibindo imagens da estrutura, o gestor ressaltou o foco da prefeitura em soluções baseadas na natureza, como a criação de espaços verdes frescos e sombreados e melhoria da qualidade da água e do sistema de drenagem, entre as quais se incluem os jardins de chuva. Ele falou da importância do papel de lideranças comunitárias e cidadãos engajados para a conscientização e convencimento dos moradores que, muitas vezes, não compreendem os benefícios e protestam contra a remoção do recapeamento da via ou calçada para instalação do jardim.
Camila Carvalho e Ana Paula Barbosa, assessora da titular e gerente de Clima da Secretaria de Meio Ambiente, também elogiaram a iniciativa e a mobilização da comunidade do Urucuia e destacaram a importância da colaboração de todos na captação de recursos financeiros e mão de obra junto a empresários e moradores da região para a implantação e manutenção de jardins de chuvas por toda a cidade. As gestoras informaram que a Secretaria Municipal de Educação já prevê a extensão da iniciativa a todas as escolas da rede pública.
Perspectivas e encaminhamentos
Além dos 67 atualmente existentes, a PBH espera que pelo menos outros 40 sejam instalados na cidade até o final de 2026. Isaac Medeiros, da SMPU, sugeriu aque os vereadores destinem recursos de emendas impositivas para a expansão do programa "Adote um Jardim de Chuva", instituído em maio do ano passado pelo Decreto 18.706/2024, que concede desconto no IPTU a proprietários de imóveis vizinhos que assumam a manutenção do espaço - limpeza, poda e rega regulares, adubação, controle de pragas, reposição de mudas. A adoção deve ser formalizada no Portal de Serviços da PBH (confira as unidades disponíveis).
Reforçando os objetivos da Comissão Especial, Helinho da Farmácia ressaltou o bom andamento dos trabalhos, que já incluíram dezenas de visitas técnicas, pedidos de informação e debates com órgãos municipais e especialistas na busca de compreender os fatores e pensar formas de melhorar a resposta e aumentar a resiliência da cidade aos fatores que vêm causando o aumento da frequência e intensidade das chuvas, pondo em risco o equilíbrio ambiental e o bem estar social. Os vereadores reforçaram mais uma vez a necessidade de integrar Executivo, Legislativo e cidadãos na promoção da resiliência climática, equilíbrio ambiental e qualidade de vida da população.
Superintendência de Comunicação Institucional



